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O primeiro clássico de 2020 opôs o Sporting e o FC Porto em Alvalade, num jogo que ficou marcado pela eficácia dos dragões e pela ineficácia dos leões. Um mau controlo do espaço defensivo e as dinâmicas criadas no corredor esquerdo foram alguns dos aspetos táticos a analisar.

6 minutos e golo

O começo de Marega à esquerda foi intrigante, mas desde cedo se percebeu a ideia de Sérgio Conceição: que o maliano procure diagonais na profundidade. Corona apercebeu-se da desmarcação do colega do outro lado do campo, mas não só. A linha defensiva do Sporting estava desalinhada, e Ristovski (marcador de Marega) está de costas para o jogador, e só se apercebe do seu movimento tarde demais. Corona faz um passe fantástico sem pressão e o FC Porto chegou à vantagem graças a uma desatenção defensiva dos leões.

Grande passe de Corona com o pior pé isola Marega

Novo ataque à profundidade

Numa bola batida por Marchesín, Acuña é batido no duelo aéreo e Soares recebe numa posição muito favorável: tem espaço para rodar e ficar de frente para o jogo porque Mathieu não pode sair a pressionar porque tem de se preocupar também com Nakajima (que explora o espaço deixado por Acuña).

Acuña desposicionado deixa espaço para Nakajima explorar

Quando Soares finalmente roda, tem Nakajima completamente sozinho na direita, e tem Marega já a fazer um movimento de rotura. Soares acaba por procurar o maliano, mas o passe sai com muita força. Desde cedo que a intenção ofensiva do FC Porto ficou visível.

Soares roda e fica com duas linhas de passe

Pressão como forma de condicionar

O FC Porto conseguiu, na primeira metade da primeira parte, pressionar de forma a condicionar a saída do Sporting e a cercar o portador da bola. Com isto conseguiu recuperá-la segundos depois de a perder. Veja-se neste momento que quando Vietto recebe, está rodeado por 5 adversários. Para além disto, não tem espaço para rodar e progredir, nem tem uma linha de passe próxima. Acaba por procurar Mathieu mas o passe vai para fora.

Vietto cercado pela marcação do FC Porto

Nakajima – dono das entre linhas

Mesmo com uma linha de três a tentar condicionar a ação de Nakajima, o japonês consegue ter tempo e espaço para decidir no meio de quatro adversários. Note-se que, neste primeiro momento, se Marega recebe cria uma situação muito perigosa para a baliza leonina.

Linha de 3 a condicionar Nakajima e Marega sozinho entre linhas

Na sequência da jogada, não com um passe mas com o drible, Nakajima consegue facilmente explorar as entre linhas do Sporting, ficando de frente para a baliza para definir. Apesar de ter duas opções de passe, explora o espaço criado por Marega e remata com perigo. Um lance em que a capacidade de jogar entre linhas de Nakajima, e a ineficácia da pressão do Sporting, quase que resultava no segundo golo portista.

Nakajima aproveitou o espaço entre Mathieu e Acuña para rematar
Apesar de pressionado, a velocidade com que Nakajima analisa e executa não permite que o Sporting impeça a sua ação

Corte de linha de passe, erro e empate no jogo

O golo do Sporting não surge apenas por um passe falhado de Marchesín. O posicionamento dos leões de forma a cortar linhas de passe para o guarda-redes foi fulcral para recuperar a bola. Vejamos que a linha de passe para Danilo e Otávio (?) está tapada por Wendel e mesmo por Luiz Phellype, que também condiciona o passe para Mbemba à esquerda. Vietto está numa zona intermédia, mas a ocupar o espaço que Otávio ou Corona teriam para receber. Por fim, mas não menos importante, a atenção de Acuña já pronto para procurar a antecipação.

Linhas de passe tapadas pelo Sporting

A dificuldade do FC Porto em reorganizar-se defensivamente neste lance foi evidente. Vietto recebe de frente para o jogo, Danilo não acompanha o movimento de Acuña nem procura formar a linha defensiva com Mbemba e Marcano. O espanhol também hesita em acompanhar o argentino porque Bruno Fernandes está sozinho do outro lado do campo. Quando finalmente tenta condicionar a ação, Acuña já se enquadrou para finalizar.

Danilo não acompanha Acuña e o argentino consegue finalizar

Posicionamentos e um mau controlo do espaço

O FC Porto esteve mal em vários momentos no controlo do espaço defensivo.

Neste lance vemos que Coates procura Bruno Fernandes entre linhas, que está completamente sozinho porque Danilo está mal posicionado para intercetar a linha de passe. Com um passe a pressão dos dragões é batida, e com um toque Bruno Fernandes coloca a bola no espaço lateral vazio, aproveitado por Ristovski.

Passe de Coates rompe a linha de pressão do Porto

Neste lance vemos que Corona acompanha Vietto até ao corredor central, e demora a recuperar a posição. Consequentemente deixa muito espaço livre na lateral e Bruno Fernandes aproveita-o.

Bruno Fernandes aproveita o espaço deixado por Corona

Vietto continua a progressão e explora o half-space sem pressão porque Danilo e Uribe demoram a recuperar a posição e não estão a fechar esse espaço. Devido a estes erros Vietto criou uma situação em que rematou ao poste.

Muito espaço para Vietto finalizar

As dinâmicas do corredor esquerdo

A segunda parte do Sporting foi muito melhor a nível ofensivo. A maioria das oportunidades surgiram pelas dinâmicas criadas no corredor esquerdo, entre Acuña, Vietto e Bruno Fernandes. Neste momento vemos que Bruno Fernandes recebe entre três adversários, e mesmo tendo dois jogadores à sua frente nenhum fecha o espaço de Acuña. Corona sai na pressão a Bruno, que com um toque deixa a bola no corredor para Acuña definir.

Bruno Fernandes isola Acuña com um passe

O plano do Sporting para a segunda parte resultou, faltando apenas o golo para ser perfeito. Vietto procurou movimentações para o interior, e com isso conseguiu arrastar a marcação de Corona e criar espaço na lateral esquerda. O argentino explorou incansavelmente esse espaço, e foi muitas vezes servido por Bruno Fernandes. Esta dinâmica criada entre estes três jogadores deu muitas dores de cabeça ao FC Porto.

As dinâmicas no corredor esquerdo criaram problemas ao FC Porto


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