Ainda que, por agora, seja apenas em jogos amigáveis, está de volta aquele que é, para mim, o melhor futebol que se pratica em Itália. Falo, pois, do Nápoles, orientado por Maurizio Sarri. Uma equipa apaixonante e que no ano passado lutou pelo título com a poderosa Juventus, apesar de ter muito menos qualidade individual. Contudo, quando a bola rola, há poucas equipas na Europa mais agradáveis para ver que os comandados de Sarri. Defrontaram o Mónaco de Leonardo Jardim nesta pré-época, e derrotaram a equipa francesa por esclarecedores 5-0 (pese embora, o facto de o Mónaco ter jogado sem muitos titulares).

Os jogadores de Sarri sabem sempre o que fazer em todos os momentos do jogo, estão preparados para tudo e sabem exactamente onde devem estar. Conseguem sair a jogar desde a 1ª fase de construção com qualidade no futebol apoiado ultrapassando as linhas de pressão adversárias, sabem exactamente onde estão os apoios e os jogadores têm sempre soluções de passe (esta última é o que levou à elaboração de este artigo). Privilegiam sempre o corredor central, com vários jogadores entre linhas, mas nunca se renegam a aproveitar a amplitude ou a profundidade, tendo as noções de campo grande presentes. A amplitude é muitas vezes explorada pelos laterais, ou pelo extremo do lado contrário. Impressionante a quantidade de apoios frontais e combinações curtas desconcertantes para os adversários, e sempre procurando ter movimentos complementares de apoio ou ruptura. Os jogadores estão muitas vezes próximos, o que permite maior fluidez na troca de bola e permite uma melhor reacção à perda e transição defensiva, assim como mostram várias coberturas ofensivas.

Defensivamente, é também um regalo. Foi um jogo onde apesar de permitirem uma ou outra oportunidade de golo ao adversário, principalmente devido a facilitarem defensivamente, mostraram uma assertividade no alinhamento defensivo com uma qualidade impressionante.

Mesmo os novos jogadores, já mostraram estar a assimilar tudo o que Sarri pede. As substituições foram muitas e a equipa manteve toda a sua identidade, continuando por cima no jogo. Para esta época, ficaram sem a grande estrela da equipa o que ainda acentuou a diferença da qualidade individual entre Nápoles e Juventus, mas acredito que continuará a ser no Estádio San Paolo que estará a equipa que melhor futebol pratica em Itália.

 
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