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A França, orientada por Didier Deschamps, partiu para este Euro 2016 como uma das grandes favoritas à conquista da prova – ainda mais quando jogava em casa. No entanto, existiram algumas contrariedades que marcaram a preparação para este certame na selecção francesa. Lassana Diarra, Raphael Varane e Jérémy Mathieu lesionaram-se e não puderam dar contributo, assim como Aymeric Laporte que poderia ser uma alternativa. Mamadou Sakho foi suspenso preventivamente devido a um possível controlo anti-doping positivo e falhou assim também a prova. Mas a grande ausência, foi a de Karim Benzema, que por implicações num suposto escândalo de um vídeo sexual e posterior chantagem sobre o colega Mathieu Valbuena, foi afastado da prova, assim como o chantageado.

Não se pode dizer que a selecção gaulesa tenha deslumbrado em qualquer dos jogos que disputou até agora, estando em termos exibicionais aquém do esperado. O calendário não foi propriamente difícil, e apenas nas meias-finais se depararam com um grande teste, perante a campeã mundial Alemanha. Os franceses acabaram por vencer por 2-0, num jogo onde foram globalmente inferiores, mas onde tiveram a estrelinha do seu lado.

Didier Deschamps começou a prova com uma equipa diferente da que tem usado nos últimos dois jogos. Iniciou com um meio-campo a 3 muito poderoso fisicamente, com N’Golo Kanté , Blaise Matuidi e Paul Pogba, estando Dimitri Payet à esquerda e Antoine Griezmann à direita. Com o decorrer da competição, a equipa passou a jogar num 1-4-2-3-1, com Antoine Griezmann a abandonar o flanco e passar a jogar nas costas de Olivier Giroud. Para a ala direita entrou Moussa Sissoko, jogador muito forte em progressão e fisicamente, mas que também tem dado mais equilíbrio à equipa, procurando terrenos interiores. Adil Rami tinha sido o titular ao lado de Laurent Koscielny até ser suspenso por cartões amarelos, mas Samuel Umtiti cumpriu no jogo em que foi chamado e ganhou a confiança do treinador.

Os gauleses apresentam-se agora em 1-4-2-3-1, mostrando uma grande mobilidade do meio-campo para a frente. Gostam muito de progredir com bola, e causam muito perigo por terrenos interiores. Contra equipas fechadas, têm dificuldades em furar, já que sem ser Dimitri Payet, mostram um défice de criatividade e de ideias “fora da caixa”. Defensivamente, são um bloco pouco amplo e grande parte das vezes pouco profundo, excluindo a parte quando pressionam um pouco mais alto e as linhas recuadas não acompanham a pressão – o que acontece várias vezes. Ofensivamente, conseguem ser amplos, com os laterais a garantirem muitas vezes a amplitude, e com uma profundidade dependendo do contexto. Se for em ataque combinativo, baixam para dar soluções, em jogo mais directo chegam próximos da linha do jogador mais avançado.

O bloco não é muito compacto e parte-se várias vezes devido às referências individuais, assim como as basculações costumam ser rápidas, mas incompletas em muitos casos. Algum espaço entre linhas, principalmente entre a defesa e o meio-campo. Selecção que mostra diversas trocas posicionais na frente de ataque e meio-campo.

Os jogadores mais determinantes da selecção têm sido o guarda-redes e capitão Hugo Lloris, Laurent Koscielny que tem comandado a defesa, aparecendo depois Paul Pogba, Dimitri Payet e Antoine Griezmann como os elementos mais fortes da parte ofensiva. Jogar com Olivier Giroud na frente, permite muito jogo directo e aproximações ao ponta de lança, dando solução para além da saída em jogo combinativo na 1ª fase de construção. Jogar com Moussa Sissoko no corredor dá mais garantias em termos de equilíbrio e permite a Bacary Sagna subir mais, enquanto que se estiverem em campo Kingsley Coman ou Anthony Martial numa das linhas, a equipa passa a ter maior imprevisibilidade nos lances de 1×1 e procura de forma mais insistente este tipo de solução. É uma selecção com várias soluções no banco, que podem mudar o contexto do jogo a qualquer momento.

 

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Análise individual

 
Hugo Lloris: Dotado de um bom pé esquerdo e que dá qualidade na 1ª fase de construção, o guarda-redes e capitão gaulês tem estado em grande forma neste Euro 2016. Quer seja dentro ou fora dos postes, tem transmitido segurança ao quarteto defensivo, fazendo já várias defesas fantásticas. Tem uns reflexos apuradíssimos, juntando a uma elasticidade tremenda, torna-o muito difícil de bater, chegando a bolas quase impossíveis. Por vezes ainda se esconde nos cruzamentos, ficando muito em cima da linha de golo. Não costuma estar muito adiantado no terreno, não sendo um elemento que controle muitas vezes os lançamentos para as costas da defesa.

Bacary Sagna: Lateral direito de boa propensão ofensiva e que com Moussa Sissoko em campo tem atacado ainda mais pelo seu corredor. Intenso nos duelos defensivos, não é muito inteligente em diversas movimentações e a perceber que espaço deve fechar mediante o contexto que lhe é apresentado. Marca individualmente, indo sempre atrás da sua referência. Não é muito bom nos duelos aéreos e perde várias vezes o interior.

Laurent Koscielny: Central fortíssimo na antecipação e nos duelos individuais, fazendo também várias intercepções. Na marcação é mesmo muito forte, no posicionamento já não o é tanto. Não tem muito à vontade com a bola, mas coloca-a bem na frente em jogo directo, procurando sempre a referência atacante. Alguma imprudência na forma como aborda os lances em zonas críticas do terreno, tendo muita confiança na sua capacidade de desarme. É bom no jogo aéreo.

Samuel Umiti: Fez a sua estreia neste Euro pela sua selecção e não tem estado a desiludir. Tem uma boa relação com a bola, mas tem algum receio de arriscar, preferindo entregar pela certa e não correr riscos, apesar de demonstrar qualidade para assumir esse risco. É impetuoso, mas por vezes deixa-se antecipar, sendo forte nos duelos aéreos. Mostra dificuldades no posicionamento, agarrando-se sempre ao adversário directo.

Patrice Evra: Já sem a velocidade de outros tempos, dá segurança ao corredor esquerdo, tendo noção das suas debilidades. Forte em acções de contenção no 1×1, sabe fechar os espaços por dentro. Já não se aventura tanto no ataque, mas consegue dar amplitude, apesar de já poucas vezes conseguir ganhar a linha. Apesar da tremenda experiência, por vezes faz entradas fora de tempo em zonas muito perigosas.

Blaise Matuidi: É um poço de força no meio-campo da França, tendo um grande raio de acção e sendo capaz de aguentar os 90 minutos a um ritmo alto. A sua capacidade física esconde várias falhas tácticas, já que consegue chegar a vários locais e recuperar muitas bolas. É forte a progredir e costuma incorporar-se nas linhas seguintes, principalmente por dentro do bloco adversário. Agarra-se muito ao jogador perto dele e tem um défice nas coberturas, tanto ofensivas como defensivas, devido às falhas tácticas já afloradas.

Paul Pogba: Demorou a mostrar todas as suas mais-valias, mas nestes últimos jogos tem subido muito de produção. Tem sido responsável por muita da 1ª fase de construção da França, recuando para pegar na bola e fazer jogar. É um monstro em termos físicos, tendo uma agilidade muito boa para o físico robusto que mostra, sendo capaz de cavalgar metros e metros com bola. Não é um jogador com muita pausa e critério, gostando sempre de acelerar o jogo. Muito forte nos remates de longe, também tem feito vários passes muito interessantes.

Dimitri Payet: O cérebro da equipa e o jogador mais virtuoso. Visão de jogo muito boa, sendo acompanhada por uma excelente capacidade de passe, faz com que descubra muitas vezes os colegas de equipa em boa situação. Forte no 1×1, tem na sua diagonal para dentro a partir da esquerda um dos seus movimentos predilectos, sendo acompanhada por um temível remate. A defender mostra ser pouco competente. É dos melhores jogadores do mundo nas bolas paradas.

Moussa Sissoko: Médio muito forte fisicamente e que a partir da direita dá muitos equilíbrios à equipa. Procura muito os espaços interiores e é temível a progredir com bola, gostando também de rematar à baliza. Raramente perde um duelo corpo a corpo. Sente-se muito mais à vontade em situações de contra-ataque ou de ataque rápido, embora venha mostrando algumas decisões em ataque organizado, algo que surpreende para um jogador com o seu perfil.

Antoine Griezamann: O “príncipe francês” é o melhor marcador da prova até ao momento, sendo para muitos também o melhor jogador do Euro. Muito inteligente como se movimenta no campo, aparece muito bem em zonas de finalização, rematando depois com muita qualidade. Dá várias soluções ao jogar atrás de Olivier Giroud, gostando de jogar em combinações curtas e movimentos verticais. Com marcações cerradas, tem alguma dificuldade em aparecer. É muito bom de bola em todos os capítulos. Também é um elemento forte nas bolas paradas.

Olivier Giroud: O avançado do Arsenal é a grande referência ofensiva da equipa. É o jogador que serve de pivot para segurar a bola e esperar a chegada dos restantes colegas de equipa. É o farol para o jogo directo e que muitas vezes ganha esses duelos no ar, servindo os movimentos de Antoine Griezmann. Movimenta-se bem na área, mas precisa de várias oportunidades para marcar um golo. Não é muito rápido, gostando também em posse de baixar para dar apoio. Não pressiona muito a defesa contrária, sendo mais expectante.

Adil Rami: Central forte no desarme, mas que denota alguma falta de velocidade. É bom no jogo aéreo e ganha várias bolas de cabeça aos adversários. Apresenta défices no posicionamento defensivo. Com bola não se mostra muito confortável, algo que sai mascarado pelo facto dos médios franceses virem buscar a bola muito atrás.

N’Golo Kanté:  É um dos melhores recuperadores de bola do mundo, e uma “carraça” no meio-campo da França quando é chamado a jogo. Tem um pulmão quase inesgotável, aguentando os 90 minutos  a um ritmo bastante alto. Dá também critério com bola, encontrando os colegas em boa posição para receber o passe.

André-Pierre Gignac: Avançado que é mais móvel que Olivier Giroud, o que dá outras soluções à equipa. Trata bem a bola e finaliza com qualidade, tendo um bom pontapé. Normalmente, entra quando as defesas adversárias estão muito desgastadas devido ao trabalho do seu colega de posição, tendo assim mais espaço para poder brilhar.

Kingsley Coman: Extremo muito virtuoso e com uma relação excelente com a bola, capaz de meter a cabeça em água a qualquer adversário. Fortíssimo em acções de 1×1, é muito ágil e tem um bom poder de aceleração depois do drible. Precisa de melhorar a tomada de decisão e não tentar resolver tudo sozinho.

Anthony Martial: O Golden Boy não tem sido tão utilizado como era de esperar, mas é sempre uma excelente solução para saltar do banco. Temível nas suas diagonais a partir da esquerda, consegue desequilibrar com a sua fantástica qualidade técnica e progressão com a bola.

 

Análise ao Processo Ofensivo

 
1ª fase de construção:

– Pode realizar-se por zonas interiores ou exteriores, sendo que fazem uso da maneira combinativa e da directa;

– Pogba coloca-se muitas vezes ou no meio dos centrais, ou descaído para a direita, com Bacary Sagna a estar subido no terreno;

– Não assumem muitos riscos, privilegiando a segurança com passes curtos e precisos. Ao mínimo problema causado, batem longo na frente;

– Os médios mostram uma grande mobilidade, já os centrais são algo estáticos. Os laterais costuma posicionar-se a uma altura considerável, perto da linha de meio-campo;

– Central do lado esquerdo (Samuel Umtiti) tem qualidade com bola, sendo que não arrisca muito. Laurent Koscielny, joga mais em passes longos, onde mostra competência;

– Só um médio baixa normalmente, sendo ele Pogba. Matuidi por vezes baixa, mas o mais normal é esperar numa zona mais avançada pela bola;

– Olivier Giroud é o ponta de lança de referência para o jogo directo que fazem muitas vezes;

– Os restantes jogadores avançados são muito móveis.

– Em jogo directo, há uma temporização esperando o posicionamento do ponta de lança:

– Os passes longos podem ser do guarda-redes, centrais ou do médio que baixa, sendo que os jogadores da frente se aproximam da zona onde a bola cai;

– Olivier Giroud domina bem o jogo aéreo e ganha muitas bolas neste tipo de jogo;

– A segunda bola ou cai perto, ou é logo tocada para as costas da defesa, onde Antoine Griezmann é incisivo na procura da sobra;

– Em jogo combinativo, os médios e jogadores mais avançados aparecem a dar apoios sempre em zonas interiores, com os laterais a ficarem com a amplitude;

– Centrais são mais de passe, quase não progridem, mesmo com espaço, embora Umtiti tenha capacidade para tal;

– Pogba mostra qualidade com passes verticais que quebram as linhas adversárias;

– Os jogadores chave desta fase são: Hugo Lloris, Laurent Koscielny e Paul Pogba.

 
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2ª fase de construção/Criação:

– Colocam muitos apoios no interior, mostrando mobilidade e deixando a grande parte das vezes a amplitude aos laterais;

– Laterais atacam muitas vezes, principalmente o do lado direito (Bacary Sagna), sendo que os centrais muito raramente chegam a estas zonas;

– Muito jogo interior, tentando combinações ou progressões por essas zonas do campo;

– Também colocam jogadores entre linhas, procurando as costas dos médios contrários;

– Têm dificuldade em gerir o ritmo de jogo e perceber o que ele pede a cada momento, procurando muitas penetrações e progressões, com o intuito de chegar rapidamente chegar a zonas de finalização;

– O médio do lado esquerdo (Dimitri Payet) tem como pé mais forte o direito, vindo para dentro com bola. Moussa Sissoko do lado contrário, procura o interior, mas mais sem a bola;

– Não usam muitas coberturas ofensivas e Dimitri Payet  é o jogador mais forte no 1×1 ofensivo, existindo por vezes movimentos para ele receber nessas circunstâncias no corredor lateral esquerdo, onde ele é muito perigoso;

– Não existem muitos cruzamentos dos extremos, sendo mais os laterais a fazer isso, principalmente Bacary Sagna;

– Olivier Giroud é sempre opção para o jogo mais directo também nesta fase, procurando segurar a bola ou tocar para as costas;

– Antoine Griezmann faz vários movimentos em profundidade, tentando ganhar as costas da defesa;

– Médios incorporam-se bem nesta fase, sendo que Blaise Matuidi aparece muitas vezes a tentar furar o bloco adversário, assim como Paul Pogba ou Moussa Sissoko;

– Relações fortes entre os médios através de combinações.

 

 
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3ª fase de construção/ Finalização:

– Chegam com vários jogadores a zonas de finalização gostando mais de finalizar por dentro;

– Na área, colocam no mínimo dois jogadores sendo normalmente Olivier Giroud (a referência) e Antoine Griezmann;

– Boa ocupação da zona da entrada da área ganhando muitas bolas aí, sendo que vários cruzamentos procuram essas zonas;

– Olivier Giroud é o jogador que mais situações de finalização tem e que melhor joga de cabeça;

– Antoine Griezmann procura bem os espaços e lê muito bem onde tem de estar;

– Têm excelentes rematadores, como Dimitri Payet, Paul Pogba ou Antoine Griezmann;

– Antoine Griezmann e Dimitri Payet tentam entrar na área com diversas combinações para depois finalizarem;

– Antoine Griezmann aparece muitas vezes nas costas de Giroud, aproveitando o espaço deixado pela defesa que se fixa no ponta de lança;

– Não demonstram grande paciência e por  isso tentam finalizar rápido;

– Dimitri Payet muito perigoso nas diagonais para o meio com bola.

 

 
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Transição ofensiva:

– Recuperam preferencialmente a bola em zonas médias e baixas do terreno, sendo mais fortes na recuperação por zonas interiores, conseguida pelos centrais ou médios;

– Não pressionam muito a 1ª fase contrária, logo recuperam poucas bolas em zonas adiantadas do terreno;

– Nas zonas adiantadas, se virem os adversários desposicionados, tentam atacar logo e criar situação de finalização;

– Muitos fortes em transições em progressão individual, quer por Paul Pogba, Moussa Sissoko, Blaise Matuidi, ou Antoine Griezmann, sendo Dimitri Payet mais de passe e 1×1;

– Ocupam bem os três corredores, chegando com vários elementos na frente;

– Transição pode ser apoiada no primeiro momento, retirando a bola da zona de pressão e depois feita em progressão;

– Olivier Giroud é muitas vezes o apoio frontal, recebendo a bola no inicio de transição e assim retirando também a bola da zona de pressão;

– Apoios aparecem depois para receber, já que Olivier Giroud não é rápido para atacar a profundidade;

– Outros jogadores da frente de ataque podem ser lançados em profundidade, apesar de acontecer muito mais raramente;

– Não vivem do contra-ataque, mas são bem fortes nesse aspecto se tiverem possibilidades de colocar em prática;

– Se não virem vantagem, congelam a bola atrás, quando a ganham em zonas mais recuadas.

 

 
 

Análise ao Processo Defensivo

 
Organização defensiva:

– Primeira linha de pressão junto ao meio-campo, com Antoine Griezmann a juntar-se a Olivier Giroud, fazendo um 1-4-4-2;

– O objectivo é impedir a progressão por zonas interiores, e obrigar a jogar por fora;

– Bloco em amplitude e profundidade curto, mas a existir por vezes espaços entre linhas;

– Tentam ter superioridade numérica na linha, mas nem sempre o conseguem, já que muitos jogadores ficam junto às suas referências individuais;

– Laterais marcam quase sempre individualmente (principalmente Bacary Sagna), assim como os centrais ou médios centro;

– Não baixam com um principio de unidade, mostrando também dificuldades em manter a linha defensiva assertiva e em controlar a profundidade, tendo a tendência para afundar muito a linha defensiva;

– Permitem muitas vezes a 1ª fase de construção ao adversário, alterando quando estão em desvantagem no marcador;

– Se a 1ª linha é ultrapassada, um dos médios sai na bola. Se a bola entra nas costas dos médios, sai um central a tentar fechar;

– Vários espaços aparecem nos corredores exteriores e entre jogadores ao meio;

– Estímulos para a pressão ser iniciada, é a bola chegar perto da 1ª linha de pressão, ou entrar em zonas proibitivas;

– Guarda-redes não está muito fora da baliza, muitas referências individuais e dominam o jogo aéreo, principalmente em zonas centrais;

– Defesas tentam muitas antecipações, assim como os médios, ganhando muitos duelos corpo a corpo;

– Adversário que tem bola, tem quase sempre alguém por perto a tentar controlar em zonas mais adiantadas;

– Paul Pogba e Blaise Matuidi são responsáveis por fechar muitos dos espaços que se abrem, sendo que Blaise Matuidi é mais efectivo nesse aspecto;

– Centrais são rápidos e a defesa báscula rápido, mas não o fazem completamente;

– Tentativa de fechar todas as linhas de passe no corredor central;

– Colocam vários jogadores na área na altura dos cruzamentos, mas desprotegem por vezes a entrada da área. Com um maior volume adversário, têm dificuldades em controlar algumas chegadas na área;

– Muito expeditos perante situações iminentes de finalização adversárias;

– Em lances individuais, conseguem recuperar muitas vezes, mas quando há combinações dos adversários, têm mais dificuldades;

– Apesar de dominarem o jogo aéreo muitas vezes, há descoordenação dos movimentos defensivos quando alguém ganha e a linha tem de ajustar;

– Dimitri Payet não ocupa bem os espaços, deixando Patrice Evra muitas vezes desprotegido e em situações de 1×1 ou até inferioridade;

– Laterais perdem várias vezes o interior, sendo que o 2º poste fica muitas vezes desprotegido;

– Muitas vezes espaços abertos entre os dois centrais, devido a um seguir com a referência e o outro não bascular. O médio nem sempre compensa também esse espaço.
 

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Transição defensiva:

– Quando perdem a bola em zonas altas, têm tendência em tentar recompor-se e não reagir rápido à perda da bola;

– Os dois centrais ficam sempre atrás, sendo que um dos médios também fica a equilibrar a equipa, perante as subidas dos restantes elementos;

– O contexto do jogo conta, já que se estiverem a perder ou a precisar de marcar, tendem a pressionar mais e reagir mais forte à perda;

– Muito intensos e rápidos a parar as transições adversárias, não tendo problemas em fazer faltas para tal acontecer;

– Muitas transições individuais e não como um bloco a recuar;

– Com a bola perdida em zonas mais recuadas, reagem muito rápido e forte, inviabilizando o avanço do adversário;

– Matudi é elemento mais competente e incisivo em transição defensiva, assim como N’Golo Kanté quando está em campo.
 

 
 

Bolas Paradas

Ofensivas:

Nas bolas paradas ofensivas, são normalmente muito perigosos. Têm jogadores muito capazes de bater os livres directos, como Pogba, Payet e Griezmann, sendo que estes dois últimos também batem bem as restantes bolas paradas, principalmente Payet. Nos cantos, atacam muito bem as zonas centrais, colocando vários elementos onde a bola normalmente cai. Não são lances muito trabalhados, mas com a bola bem batida e um forte ataque dos melhores jogadores no jogo aéreo, conseguem causar muito perigo.

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Defensivas:

Nas bolas paradas defensivas, fazem normalmente marcações individuais, menos nos livres laterais. Nos cantos, deixam dois homens livres nas zona do 1º poste para tentar não deixar que a bola entre aí, fazendo os restantes elementos o acompanhamento dos seus adversários. Apesar de serem uma equipa com jogadores que possuem um bom jogo aéreo e com boa impulsão, perdem várias vezes a marcação e não são muito sagazes neste tipo de lances, permitindo vários lances perigosos às equipas adversárias.

 

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Conclusões

Didier Deschamps deve apostar no 11 titular que usou nos dois últimos jogos, onde obteve bons resultados, sendo pouco previsível que faça qualquer alteração. Hugo Lloris na baliza, Sagna, Koscielny, Umtiti e Evra a formarem o quarteto defensivo, Matuidi e Pogba como duplo pivot no meio-campo estando Griezmann na frente deles e no apoio ao homem mais avançado, Olivier Giroud. Nas alas mais ofensivas, Sissoko a ser uma unidade de muito equilíbrio a partir da direita e Payet a ser mais um desequilibrador a partir da esquerda.

A França é favorita para este jogo, ainda para mais quando joga em casa. No entanto, o jogar em casa pode virar-se contra os gauleses se as coisas não começarem a correr bem e sentirem o peso do jogo e a pressão. Não são uma equipa com elevados níveis de experiência e maturidade, e isso pode vir a pesar no desenrolar do jogo. Ofensivamente, é importante ter muito cuidado com as transições ofensivas, onde eles são muito capazes pelas características dos jogadores. Convém não deixar jogar Dimitri Payet, pois é o jogador que mais pode desequilibrar do lado francês, apesar de Griezmann também estar em muito bom plano e aparecer excelentemente em zonas de finalização. Com a mobilidade que apresentam e as referências individuais de Portugal, muitas vezes a selecção nacional pode vir a ter problemas em “perder o norte” a vários jogadores gauleses, sendo importante existir um equilíbrio adequado para compensar esse aspecto. Não se pode dar muito tempo para pensar aos franceses, já que eles com mais pressão e menos tempo disponível tendem a resolver mal os lances. Será também necessário fechar bem o corredor central, zona por onde a França normalmente consegue progredir com sucesso, quer seja do ponto de vista individual, quer seja com combinações, onde depois de criar atacam bem as zonas de finalização.

Defensivamente, assim como Portugal, é uma equipa que tem muitas referências individuais e que sofre várias vezes com isso pelo arrastamento dos seus jogadores para zonas externas e com isso abrem espaço no interior. Serão importantes esses movimentos de arrastamento, aparecendo depois outros jogadores no espaço aberto. São uma equipa que arrisca muito no 1×1 e no desarme, mesmo em zonas bem recuadas do terreno, precisando assim Portugal de tentar explorar essas entradas muitas vezes fora de tempo. Moussa Sissoko tem dado outro equilíbrio ao jogo gaulês, mas é do outro lado que Portugal terá mais possibilidades de ser feliz. Dimitri Payet não defende bem e ocupa mal o espaço, deixando Evra muitas vezes desprotegido e em situações de igualdade ou inferioridade numérica, sendo algo que os comandados de Fernando Santos devem explorar. Não são uma equipa muito segura defensivamente e várias vezes desprotegem a zona na entrada da área, existindo normalmente espaço entre a linha do quarteto defensivo e do meio-campo, já que não são muito coordenados entre os sectores. Apesar de muito fortes fisicamente e no jogo aéreo, têm dificuldades nas marcações individuais nas bolas paradas defensivas, desconcentrando-se muito e abordando mal os lances, situação para a qual Portugal estará seguramente preparado para explorar.

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