CONTEXTO
Com as portas fechadas em Portugal, os treinadores Portugueses agarram oportunidades vindas do continente Asiático. Neste artigo falamos um pouco da equipa orientada por Jorge Simão na Arábia Saudita, o Al-Fayha Football Club, da cidade de Al Majma’ah.
António Jorge Simão, de 43 anos, natural de Pampilhosa da Serra, teve a sua primeira experiência como treinador principal em 2014, no Atlético Clube de Portugal (segunda liga), finalizando a segunda parte da época desportiva.
O treinador contou para esta época com um grupo de trabalho praticamente novo, constituído por 15 atletas novos em relação à época anterior, tem neste momento o plantel com valor de mercado a rondar os 10,9 Milhões de euros, o 12º do ranking na liga a nível financeiro (orçamentos até 64,9 Milhões de euros).
Na época anterior 2018/2019, o campeão da liga foi a equipa do Al Nassr, ao comando de técnicos portugueses, Rui Vitória e sua equipa técnica. Com um curto histórico na elite, a equipa do Al-Fayha Football Club participa apenas pela terceira vez no campeonato principal. Os objetivos para esta temporada 2019/2020 passam pela manutenção e estabilização do clube na atual divisão.
Neste momento, a equipa encontra-se em 11º classificado e 28 pontos somados, com 8 jornadas por jogar até ao final do campeonato e 24 pontos em discussão. Apenas a 5 pontos do total da época passada e a 7 pontos da melhor pontuação na primeira divisão, pode ainda bater o recorde de pontos fixados em 34, na primeira época do clube nesta divisão em 2017/2018. Do total de jogos ainda por disputar, são 4 jornadas contra equipas acima melhor classificadas e outras 4 jornadas contra equipas abaixo pior classificadas.
PROCESSO DEFENSIVO E OFENSIVO
Em processo defensivo a equipa posiciona-se com um bloco médio-baixo, condicionando a fase de construção do adversário, em 1x4x1x4x1, colocando na primeira pressão o ponta de lança Andriatsima, ou 1x4x4x2 com o médio Villanueva a juntar-se à primeira linha defensiva. Embora com uma primeira pressão passiva, o posicionamento defensivo obriga o adversário a subir as linhas no terreno para atacar a baliza, para depois aproveitar alguma desorganização e espaço para contra-atacar o meio campo contrário.
No processo ofensivo a equipa dispõe-se em 1x4x3x3, com um médio ofensivo no apoio ao ataque e dois médios de equilíbrio. Neste momento de jogo, é procurado o ataque rápido através de jogo vertical de modo a explorar o posicionamento adiantado da última linha defensiva, permutas no ataque quando o ponta de lança baixa no apoio ao portador da bola, atraindo ao mesmo tempo o adversário, para depois serem os extremos a atacar a profundidade. Procura também dar mobilidade no corredor lateral de forma a explorar cruzamentos. Através de transição ofensiva e contra-ataque, após recuperar a posse de bola, para aproveitamento de erros cometidos pelo adversário na fase de construção e linhas subidas, colocando rapidamente a bola para a velocidade extremos ou ponta de lança, provocando desta forma mudanças no ritmo de jogo.
É uma equipa que privilegia o equilíbrio e a objetividade no ataque, abdicando de alguma posse de bola se necessário, potenciando também um estilo de jogo direto para chegar à área do adversário.
Quando a equipa assume o jogo, parte da construção passa pelos médios, onde Neto tem um papel fundamental, permitindo que o lateral dê profundidade e largura, compensando essa posição, dando assim equilíbrio à equipa (sobe o lateral do lado da bola). Os extremos procuram o espaço interior, permitindo que o lateral explore o corredor e ao mesmo tempo oferecendo soluções de passe no corredor central. Como movimento padrão, temos o ataque à profundidade em permuta com o avançado, garantido uma mobilidade importante em último terço, no ataque à baliza do adversário. Por último, o avançado varia entre as desmarcações de apoio ao portador da bola ou de ataque à profundidade, causando assim algumas dúvidas nas referências para marcação. A ocupação do corredor central permite à equipa retirar alguma vantagem do jogo direto em termos de primeiras e segundas bolas, não apenas para atacar, mas também de modo a preparar o momento de perda da bola (jogadores perto para intervir).
A ocupação do espaço interior em número, também permite ao médio mais criativo Carlos Villanueva uma importante liberdade/ mobilidade posicional no apoio ao ataque, sem risco de desequilibrar a equipa.
DESTAQUES
Em destaque na equipa de Jorge Simão, temos Carlos Villanueva, chegou ao clube em janeiro e com o campeonato a decorrer, com 34 anos, o médio Chileno, conta com 8 jogos disputados, contribuindo para já com 4 golos marcados (igualando a marca da época passada em 28 jogos na liga) e 2 assistências. A visão de jogo aliada à qualidade técnica, fazem deste jogador uma peça estratégica importante em jogo, não apenas ao retirar proveito da sua criatividade no momento de bola corrida, mas também a nível das bolas paradas, onde revela uma grande capacidade de execução, quer em remate, quer para cruzamentos, procurando dirigir a bola para os jogadores para jogadores-alvo – os centrais Gégé e Al Sabhi, e o ponta de lança Andriatsima.
Outros destaques vão para jogadores conhecidos da primeira liga Portuguesa, Ângelo Neto, médio centro Brasileiro “todo-o-terreno”, com um importante contributo nas etapas de construção, equilíbrio e recuperação, e Arsénio Nunes, extremo Português, rápido e com capacidade para desequilíbrio (também utilizado como lateral), ambos contratados no início da presente época à equipa do Moreirense Futebol Clube.
Estes dois jogadores são os que mais minutos tem na equipa de Jorge Simão, revelando-se duas peças importantes para equipa, pelas características apresentadas anteriormente. Para além do extremo Português, para o setor ofensivo o treinador conta também com Ronnie Fernández, avançado Chileno de 29 anos, que em 16 jogos oficiais pelo clube, conta com 7 golos marcados e 2 assistências para golo (melhor marcador da equipa); Samuel Owusu, extremo rápido Ganês, com 20 jogos oficiais, conta com 5 golos e uma assistência para golo; e, por fim, Ima Andriatsima, ponta de lança que faz valer o seu jogo pelo sua capacidade física e esforço, também contratado com a época a decorrer, oriundo de Madagáscar, conta com 5 jogos oficiais pelo clube e uma assistência para golo.
Desta forma, Jorge Simão, dá continuidade ao bom trabalho realizado pelos restantes treinadores Portugueses no estrangeiro e está num bom caminho para cumprir com os objetivos estabelecidos, à semelhança de projetos bem sucedidos em Portugal, como o Clube Desportivo de Mafra (deixou a equipa preparada para subir de divisão), o Futebol Clube Paços de Ferreira (acabou a época em 7º lugar), e Grupo Desportivo de Chaves (a meio da temporada muda para o Sporting Clube de Braga).
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