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Rafa Benítez é o principal responsável pelo excelente arranque de campanha do Newcastle depois de uma época de 2015/2016 de altos e baixos. Iniciou no comando técnico do Real Madrid onde disputou a Liga dos Campeões, competição que os ‘merengues’ conquistaram, e terminou sem conseguir evitar a despromoção dos Magpies para o Championship.

Com apenas 10 jogos na Premier League, o técnico Espanhol somou 13 pontos contra 25 pontos em 28 jogos de Steve McClaren. Se Benítez tivesse arrancado a época no Newcastle e seguindo a média de 1,3 pontos por jogos, a equipa do norte de Inglaterra teria terminado a época em 11º lugar com 49 pontos, muito acima do 18º lugar com 37 pontos e consequente despromoção.

Nos últimos anos o clube não tomou as melhores opções, gastando muito dinheiro em contratações que acabaram por não justificar o investimento realizado. O cenário mais optimista e vantajoso para ambas as partes era a permanência de Rafa Benítez no comando técnico, algo que se veio a concretizar. O Newcastle conta agora com um treinador experiente e capaz de fazer regressar os tempos áureos dos Magpies. Por outro lado, o antigo treinador do Real Madrid tem tempo e espaço para implementar as suas ideias de jogo. Apesar do objectivo ser o regresso imediato à Premier League, Benítez terá menos pressão do que nos seus clubes anteriores e isso poderá ser um ponto a favor do sucesso desta parceria.

Com cerca de 65 milhões de euros investidos em reforços e mais de 100 milhões de euros feitos em vendas, o Newcastle apareceu esta época completamente remodelado e com um plantel recheado de opções em todos os sectores. Depois de um início perturbador e inconstante, o clube atravessa uma excelente fase, ocupando o 1º lugar com 40 pontos, 36 golos marcados e 14 sofridos.

Processo Defensivo

Nos momentos defensivos, o Newcastle apresenta-se num 4-4-1-1 com um conjunto compacto, linhas bem definidas e um bloco médio-baixo.

Os 14 golos sofridos colocam a equipa orientada por Benítez no 2º lugar das melhores defesas da prova, com mais 3 golos que o Brighton, actual 2º classificado com 38 pontos. Apesar dos poucos golos sofridos em 18 jornadas, o Newcastle apresenta algumas fragilidades no seu processo defensivo.

A dupla ofensiva não pressiona a saída de bola adversária na 1ª fase de construção e é lenta a reagir. A equipa procura reorganizar-se no seu meio-campo defensivo, com os extremos a serem os primeiros homens da pressão quando a bola chega a um dos laterais contrários. Esta pressão tem o objectivo de fazer o adversário jogar para o corredor central ou recuar, sendo que nesta fase o Newcastle encontra-se confortável com a sua estratégia e à espera do erro do adversário.

Os dois centrais mais utilizados, Clark e Lascelles, têm tendência para seguir os movimentos dos avançados e desta forma serem arrastados na marcação, abrindo espaços no corredor central que podem ser explorados face à falta de concentração e agressividade do meio-campo, em alguns períodos do jogo.

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Imagem 1 – Organização Defensiva contra o QPR

O controlo da profundidade pela linha defensiva em alguns momentos do jogo também constitui uma das carências defensivas da equipa. Quando o Newcastle perde a posse de bola no seu meio-campo ofensivo, nomeadamente na 2ª e 3ª fase de construção, tentam reagir rapidamente e condicionar as transições rápidas dos adversários, por intermédio das acções defensivas dos seus extremos.

Com a equipa subida no terreno de jogo, aparecem espaços nas costas dos laterais que podem ser aproveitados, dado que os Magpies mostram muitas dificuldades em tapar os corredores laterais.

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Imagem 2 – Espaço nas costas contra Aston Villa

Nos lances de bola parada, Lascelles, Clark, Dummett, Hayden e Gouffran assumem uma marcação individual, com os restantes elementos a recuar para ocupar um posicionamento zonal.

Do ponto de vista positivo, podemos destacar a solidariedade defensiva dos extremos que procuram sempre oferecer apoio defensivo aos seus laterais, com a equipa a promover muitas vezes superioridade numérica nos corredores, caso opte por não pressionar logo e baixar as suas linhas, dando iniciativa ao adversário. Nessa fase, fica complicado para as equipas contrárias ultrapassarem o bloco defensivo do Newcastle, não encontrando espaços para entrar.

Processo Ofensivo

Ofensivamente, o Newcastle desdobra-se em 4-2-3-1 ou 4-4-2, dependendo dos movimentos de Pérez ou Diamé no apoio ao avançado Mitrovic ou Gayle (melhor marcador do Championship com 13 golos).

Benítez opta por assumir o jogo de trás para a frente com o guarda-redes Darlow ou Sels a optar por um passe curto. A dupla de centrais revela uma excelente relação com a bola, saindo a jogar quando os avançados contrários não pressionam. Muitas vezes, Clark e Lascelles, desequilibram nesta fase do jogo, arriscando para depois entregarem nos corredores para um companheiro livre.

Nas faixas, Dummett tem ocupado a lateral esquerda sem grande concorrência, mas à direita, Anita devido à sua qualidade táctica e consistência oferece argumentos do ponto de vista defensivo contrários à escolha mais habitual nos últimos jogos. Yedlin tem sido o eleito pela sua velocidade,  pendor ofensivo e capacidade técnica.

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Imagem 3 – Yedlin a desequilibrar no corredor e a servir Shelvey

No sector intermédio, Hayden tem sido o elemento de equilíbrio que acompanha Shelvey, o centro de operações no momento ofensivo da equipa. Um operário fabril com veia de Shakespeare. Com uma eficácia de passe superior a 80%, o completo médio inglês parece estar a voltar ao nível que nos habituou no seu melhor período ao serviço do Swansea. Assume o jogo, temporiza, conduz, passa, remata e finaliza. O box-to-box da Championship. As manobras ofensivas da equipa passam pelos seus pés e é ele quem define o rumo e o ritmo de todas as jogadas.

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Imagem 4 – Shelvey a explorar as costas da defesa contrária

Para dar largura, Rafa Benítez opta por colocar Ritchie como extremo esquerdo e Gouffran na direita mas quando é preciso bloquear as iniciativas contrárias e explorar os movimentos interiores, trocam de posição. Atsu é outro dos extremos a ter em conta, sendo utilizado muitas vezes para desequilibrar as partidas através da sua velocidade e imprevisibilidade.

Na frente, Mitrovic e Gayle já tiveram como colegas de apoio, Pérez e Diamé, formando várias duplas com características próprias. O ponta-de-lança Sérvio é mais fixo e funciona como referência ofensiva quando a equipa se sente mais pressionada e tem de esticar o jogo. Gayle apresenta maior mobilidade e tem capacidade para descair nas faixas e arrastar consigo os defesas adversários, abrindo espaço para as entradas.

Com 36 golos marcados até ao momento, a chave do sucesso do Newcastle pode ser explicado pelo seu meio-campo forte fisicamente, com uma excelente qualidade de passe e visão de jogo que privilegia a manutenção da posse de bola e os passes em ruptura para as costas da defesa contrária, tirando proveito da velocidade dos seus extremos. Apesar de não colocarem muitos homens em situação de finalização, o ataque com unidades móveis, velozes, irreverentes e com capacidade técnica ajuda a decidir partidas através das iniciativas individuais.

Nos momentos de transição ofensiva, Shelvey, sempre ele, lança Ritchie, Gouffran e Yedlin em profundidade para aproveitar a facilidade com que se desdobram ofensivamente.

Nos lances de bola parada, Shelvey e Ritchie assumem as despesas e procuram como referências Clark, Lascelles, Diamé e Mitrovic ou Gayle que aparecem vindos de trás para cabecear para o fundo das redes.

Link: Blog VideObserver

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Rafa Benítez is the major responsible for the excellent campaign of Newcastle after the ups and downs of 2015/2016 season. He initiated the season commanding Real Madrid in Champions League, that the Merengues won, but ended without avoiding the relegation of Magpies to the Championship.

With only 10 games in the Premier League, the Spanish manager won 13 points against 25 points in 28 games of Steve McClaren. If Benítez had started the season in Newcastle following the 1,3 average points per game, the northern England team would have finished the season in 11th place with 49 points, far above the 18th place with 37 points and the relegation.

In the last years the club didn’t take the best options, spending a lot of money in transfers that didn’t justify the investment. The best scenario and more beneficial for both parts was for Rafa Benítez to stay and that’s what happened. Newcastle can count with an experienced manager with the ability to bring the golden times of Magpies. On the other hand, the old Real Madrid manager has time to implement his game ideas. Although the focus is the immediate return to the Premier League, Benítez will have less pressure than in his last clubs and this could be a point in favor in this partnership.

With around 65 M€ invested in new signings and more than 100 M€ in departures, Newcastle has begun this season completely renewed with a roster filled with good options for every sector. After the upsetting, irregular start the club is going through a great phase taking the 1st place with 40 points, 36 goals scored and 14 goals suffered.

Defensive Process

In the defensive moments, Newcastle aligns in a 1-4-4-1-1 with a compact block, lines well defined and a medium-low block.

The 14 goals suffered makes Benítez´s players the 2nd best defense in the competition, with 3 more goals than Brighton, 2nd place at the time with 38 points. Despite having suffered few goals in 18 matches, Newcastle expose some fragility in the defensive process.

The offensive duo doesn’t pressure the ball in the opponent´s 1st phase of construction and has a low pace reaction. The team tries to reorganize in their defensive midfield, with the wingers being the first players to pressure when the ball gets in the opponent’s full backs. This pressure is made in order to obligate the opponent to play in the central lane or step back, with Newcastle being really comfortable in this strategy and waiting for the opponent’s mistake.

The most used central backs, Clark and Lascelles, have the tendency to follow the movements of the forwards and being dragged in the marking, opening spaces in the central lane which can be explored due to the lack of concentration and aggressiveness of the midfield along the game.

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Image 1 – Defensive organization against QPR

Depth control by the defensive line, in some moments of the game, reveals one of the team’s defensive problems. When Newcastle loses the ball in the offensive midfield, specially in the 2nd and 3rd offensive phase, they try to react quickly and restrict the opponent’s offensive transition, by some winger’s defensive actions.

With the team up in the field, there is some space behind the full backs that can be used, due to the lack of Newcastle’s ability to cover this spaces in the side lanes.

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Image 2 – Space in the back against Aston Villa

In the set plays, Lascelles, Clark, Dummett, Hayden and Gouffran make an individual marking with the rest of the team getting back in order to set a zonal defending.

In the positive side, we can highlight the winger´s defensive solidarity to offer defensive support to the full backs, and most of the times the team promotes numerical advantage in the side lanes if they chose not to pressure upfront and down their lines, giving the initiative to the opponent. In this phase, it is very hard for the opponent to pass Newcastle’s defensive block.

Offensive Process

Offensively Newcastle presents itself in a 1-4-2-3-1 or 1-4-4-2, depending on Pérez or Diamé support to Mitrovic or Gayle (best scorer of the Championship with 13 goals).

Benítez choose to play from behind with the goalkeeper Darlow or Sels playing with short pass. The central back duo reveals an excellent relationship with the ball, playing from behind when the opposite forwards don’t pressure the ball. Oftentimes, Clark and Lascelles unbalance in this stage, risking to put the ball at the wings.

In the side lanes, Dumment has been occupying the left side with not much competition but on the right side Anita with his tactical quality and consistency offers other arguments from the defensive perspective contrary to the most used player. Yedlin has been chosen due to his speed, offensive inclination and technical ability.

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Image 3 – Yedlin unbalancing on the side and serving Shelvey

In the midfield, Hayden has been giving balance to the team, following Shelvey, the center of operations in the offensive moments. A hard worker with a Shakespeare vein. With a passing efficiency higher than 80%, the all around midfielder looks like it’s back to the level he showed us in his best period in Swansea. He takes the game to himself, controls the game, dribbles, passes, shoots and scores. The box-to-box of the Championship. All the team’s offensive maneuvers pass through him. He sets the pace and destiny of every play.

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Image 4 – Shelvey exploring the backside of the opponent´s defens

In order to go give width, Rafa Benítez choose to place Ritchie as a left winger and Gouffran on the right side but they change sides, when it’s necessary to block the opponent’s initiative and explore inside movements. Atsu is another winger to pay attention, being used many times to unbalance the match with his speed and unpredictability.

Up front, Mitrovic and Gayle already had Pérez and Diamé as supporter teammates, resulting in multiple unique duos. The Serbian striker is a fixed player, therefore a reference when the team feels more pressured and has to play a direct style of football. Gayle has more mobility and has the ability to show up in the lines, taking the defenders with him, opening space for the forward movements of the midfielders.

With 36 goals until this moment, the key to Newcastle’s success can be explained by the midfield strength, with excellent passing and vision, choosing to maintain ball possession and breaking passes to the opponent’s back, taking advantage of the wingers speed. Despite not placing too many men in scoring zones, the attack with mobility, speed, irreverent and technical ability, help to decide the matches with their individual initiatives.

In the offensive transitions, Shelvey, always him, sets Ritchie, Gouffran and Yedling in depth to take advantage of the easy way they unfold offensively.

In the set plays, Shelvey and Ritchie take the ball to himselfs having Clark, Lascelles, Diamé, Mitrovic or Gayle has references coming from behind to head for the goal.

Link: http://blog.videobserver.com/mapgies-new-life

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