A Primeira Liga nunca esteve tão perto
A Liga 2 Sabseg está ao rubro na luta pela subida. Uma luta que parecia ter um candidato óbvio, o Rio Ave que se encontra no 3º lugar, mas no entanto há várias equipas com vontade de demonstrar que esse favoritismo só é válido “no papel”, nas quais se inclui o Casa Pia AC, o Feirense e o GD Chaves.
O Casa Pia subiu à 2ª Liga, na época 2018/2019, após uma época atribulada devido ao curso inexistente de Rúben Amorim, o que levou inclusive o treinador, atual campeão nacional, deixar o comando técnico da equipa, a meio do campeonato, cedendo o lugar a Luís Loureiro, que consumou a subida e o título do Campeonato de Portugal.
A primeira época foi muito difícil e não fosse o Campeonato parar, devido à pandemia, o Casa Pia era um dos favoritos à despromoção, pois encontrava-se em último lugar. Após essa época, a equipa de Pina Manique começou a aumentar o seu investimento, melhorando a qualidade individual dos jogadores e para liderar esse projeto trouxe Filipe Martins.
De Belas até chegar ao Casa Pia com passagem pela 1ª Liga
Filipe Martins, ex-defesa central, que chegou a jogar na 1ª Liga ao serviço do Estrela da Amadora, destacou-se nas divisões secundárias do futebol português, como um líder dentro de campo.
Estreou-se como treinador, em 2011/2012, no CD Belas, orientando os sub-13. Do Belas, onde esteve 3 anos, passou pelo Real, treinando sub-17, sub-19 e seniores, alcançando a subida da equipa senior à 2ª Liga. Posteriormente, passou pelo Mafra e a boa campanha da equipa na 2ª Liga, levou-o para o Feirense, que estava a lutar pela Manutenção na 1ª Liga. Apesar do Feirense ter descido à 2ª Liga, manteve-se nos fogaceiros, acabando por sair a meio da época seguinte.
Na época 2020/2021 o Casa Pia parecia viver alguma indefinição na pré-temporada, mas a entrada de um investidor trouxe sangue novo para a equipa de Pina Manique. Com esse investidor chegou Filipe Martins, que tinha um plantel para construir e uma equipa para preparar para uma exigente 2ª Liga e já com algum atraso em relação aos rivais. O 9º lugar alcançado e as boas exibições da equipa fizeram com que a confiança em Filipe Martins se mantivesse para esta temporada.
Filipe Martins é conhecido por apreciar um futebol de posse, com o objetivo principal de ser uma equipa competitiva e dominadora em todos os momentos de jogo. Demonstra uma postura calma e um discurso coerente e agregador. Taticamente, é um treinador que tem evoluído, ao longo de várias temporadas, os seus sistemas táticos, tentando também adaptar-se aos jogadores que tem à sua disposição. No Mafra e no Feirense, utilizou com mais frequência o 4 – 2 – 3 – 1, no Casa Pia evoluiu para um 5 – 2 – 3.
11 Base
O 11 base do Casa Pia é reflexo das ideias do seu treinador, uma equipa sempre equilibrada defensivamente, mas que procura ser vertical no momento ofensivo. Para tal, os 3 centrais têm de ser jogadores fortes na construção, os médios completos e que se complementam e, por fim, os extremos rápidos e verticais. Os principais destaques desta equipa são Vasco Fernandes, um central experiente que oferece equilíbrio defensivo, mas que também sabe construir e tem uma boa qualidade de passe; os médios Neto, mais agressivo defensivamente e Afonso Taira, médio com experiência internacional e de 1ª Liga, muito inteligente e com boa qualidade de passe e por fim, Godwin e Jota, que são os aceleradores desta equipa.
Momento Ofensivo
A equipa dá preferência a uma construção curta e apoiada. Para tal, constroem com 3 (centrais), na saída de bola: é por eles que se iniciam as jogadas ofensivas. Os 2 médios centro que se posicionam lado a lado, são os apoios interiores dos centrais e normalmente o ala do lado da bola baixa para ser a opção de jogo exterior. O Casa Pia, na primeira fase de construção procura jogar simples e sem correr riscos, com os médios centro, por exemplo, com instruções para que se tiverem pressão nas costas, combinar de frente, para evitar perdas de bola desnecessárias e libertar o espaço nas suas costas.
Após a primeira fase de construção, a equipa procura criar dinâmicas que permitam os seus avançados (extremos) ficarem libertos e poderem em velocidade quebrar as linhas defensivas adversárias. Variam o tipo de movimentação: podem procurar movimentos interiores, com o objetivo da baliza, ou cruzamentos, em que a equipa procura muitas vezes o 2º poste, com o ponta de lança, geralmente João Vieira, a atrair ao 1º poste.
Momento Defensivo
Em organização defensiva, a equipa coloca-se num 5 – 2 – 3, com diferentes dinâmicas de pressão de acordo com o adversário. Se a equipa adversária construir com 3, os 3 jogadores da frente pressionam cada um deles, deixam o adversário sair e procuram pressionar o portador da bola. Se, por outro lado, o adversário construir com 2, o PL pressiona um dos centrais, ficando o avançado desse lado com o lateral e o avançado do lado contrário a dividir o central e lateral.
Os adversários, para saltar a linha de pressão, procuram abrir a sua equipa tanto em profundidade como em largura, de forma a que os blocos do Casa Pia fiquem mais distantes. Com este tipo de comportamentos e com a atração dos médios a marcações individuais, criaM-se espaços entre a linha defensiva e a linha média.
Conclusão
- A experiência de Filipe Martins enquanto jogador, o estudo que realiza do jogo e o seu discurso, torna-o um dos treinadores mais interessantes dos Campeonatos Profissionais em Portugal.
- O Casa Pia é uma equipa que gosta de ter bola e que procura ter uma grande verticalidade no seu jogo, através dos seus extremos.
- Defensivamente, procuram uma pressão forte sobre o portador da bola.
- Nesta altura, ocupam o 4º lugar da Liga 2 Sabseg e estão na luta pela promoção à Liga Bwin.
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