Águia fecha com chave d’ouro
A Liga BPI fechou este sábado para Sporting e Benfica, que discutiram em Alvalade o título nacional. As leoas, depois do desaire em Braga, estavam obrigadas a vencer para conquistar a prova, ao passo que o Benfica jogava com dois cenários possíveis: a vitória ou o empate. No final, a equipa da Luz triunfou por 0x3 e sagrou-se campeã nacional de futebol feminino pela primeira vez na história.
O Benfica alinhou no habitual 4x4x2 losango, com Francisca Nazareth como ’10’ e a dar a possibilidade de variar para 4x3x3 em certos momentos, com Cloé Lacasse e Nycole a darem largura e a deixarem o espaço central para as incursões de Kika. Mais atrás, Andreia Faria e Beatriz Cameirão formaram a dupla de interiores, apoiadas por Pauleta, responsável por dar equilíbrios na posição 6.
O Sporting, por outro lado, montou no 4x3x3 característico. Susana Cova optou por relegar Carolina Mendes para o banco e lançar Ana Capeta no ataque, oferecendo mais soluções ao ataque leonino através da maior mobilidade da internacional portuguesa. Ana Borges e Raquel Fernandes atuaram pelos flancos e o tridente de meio-campo foi constituído por Fátima Pinto, Andreia Jacinto e Tatiana Pinto.
Um dos aspetos interessantes do encontro já se vê em parte no frame acima e tem a ver com a construção do Benfica. A equipa de Filipa Patão adota a cada vez mais usada “construção a 3”, mas não a faz na forma “original”, onde seria a ‘6’, neste caso Pauleta, a recuar para o meio das centrais para assumir a construção da equipa. O Benfica, aproveitando o bom jogo de pés da guarda-redes Letícia, coloca a internacional brasileira como terceira defesa na saída de bola e aproveita para projetar as laterais (Catarina Amado e Lúcia Alves), ao mesmo tempo que mantém a superioridade numérica no meio-campo (4vs3) com Pauleta.
O primeiro golo do Benfica surge nos primeiros cinco minutos. Bruna Lourenço tem uma má abordagem (o chamado pé “a medo”) num duelo com Cloé Lacasse, perde e a equipa fica descompensada. Cloé tem muito espaço para correr, Andreia Jacinto não tem pernas para acompanhar e Nevena hesita em chegar mais perto. Quando a capitã leonina decide então aproximar-se para tentar a dobra, já é demasiado tarde, Cloé já está dentro da área e pronta a servir Nycole. Este é o lance-chave, porque permite ao Benfica chegar a uma vantagem que depois quis gerir.
Depois do golo sofrido, o Sporting cresceu, subiu linhas e conseguiu tirar bola ao Benfica. No entanto, a equipa encarnada pareceu sempre confortável em momento defensivo e a posse leonina teve pouco ou nenhum objetivo durante grande parte do tempo. Só no período de descontos da primeira parte é que surge a primeira grande ocasião de golo leonina.
O melhor período do Sporting junta a reta final da primeira parte e os instantes iniciais da segunda, onde conseguiu chegar com facilidade ao último terço e a zona de cruzamento, sobretudo pela esquerda do ataque. Contudo, pecou muitas vezes na decisão final e lances de potencial perigo raramente o foram.
De um modo geral, o Benfica acaba por sair de Alvalade um justo vencedor. A equipa encarnada soube gerir muito bem a vantagem, soube levar o ataque do Sporting exatamente para onde queria (as periferias) e nunca perdeu a lucidez.
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