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Análise ao Midtjylland

O Benfica tem como um dos objectivos primordiais para esta época a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Para tal, terá de ultrapassar a 3ª pré-eliminatória e o playoff da competição. E calhou em sorteio que o primeiro adversário será o Midtjylland. Os dinamarqueses ficaram em 2º lugar no campeonato na época transacta e já se vão habituando a estas lides. Contando com esta época, nas últimas 5 disputaram pelo menos as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões por 4 vezes, tendo chegado à fase de grupos em 2020/2021.

Apesar do Midtjylland ter eliminado o AEK Larnaca na 2ª pré-eliminatória, Bo Henriksen, o treinador que transitou da época passada, não resistiu aos resultados iniciais. Os 2 empates nessa pré-eliminatória vencendo apenas nos penalties e 1 ponto nos 2 primeiros jogos do campeonato, terão sido decisivos para a sua saída. A chicotada parece ter surtido efeito imediato com Henrik Jensen, treinador-interino, a comandar a equipa para a vitória por 1-5 no terreno do Odense no jogo que antecedeu a deslocação à Luz.

Apesar da troca, manteve-se a estrutura base em 343 com os comportamentos habituais deixados pelo antigo treinador e é provável que repita o 11 que venceu o Odense:

Nesta formação destaca-se:

  • A juventude da equipa titular com uma média de idades de 24.6, enquanto o Benfica deverá apresentar um 11 média de idades de 25.9;
  • O esquema táctico base em 343 onde os 2 homens da frente dos corredores exteriores afastam-se um pouco das rotinas habituais do papel de extremo e ocupam recorrentemente o corredor central. Daí que nesta análise considerar-se-ão Isaksen e Dreyer como avançados esquerdo e direito respectivamente;
  • A ausência de Evander, uma das figuras mais importantes da equipa. O médio criativo que já foi apontado ao FC Porto marcou 17 golos e fez 8 assistências na última época, mas lesionou-se na 1ª mão do jogo contra o AEK Larnaca e notícias vindas da Dinamarca sugerem um período de ausência entre 3 a 4 semanas, pelo que deverá falhar os 2 jogos contra o Benfica;
  • Raphael Onyedika, médio defensivo nigeriano de 21 anos com grande capacidade atlética, Gustav Isaksen avançado esquerdo de 21 anos formado no Midtjylland, um tecnicista com grande mobilidade ,e Anders Dreyer avançado direito que retornou em definitivo após passagem pelo Rubin Kazan e que tem um belíssimo pé esquerdo, são as figuras de cartaz. Pione Sisto, provavelmente o jogador mais conhecido entre o público português, teve problemas disciplinares e ponderou-se mesmo o afastamento total da equipa. Mas os problemas estarão resolvidos e nos últimos 2 jogos saltou do banco mostrando que a sua capacidade para agitar o jogo é inegável.

Momento Ofensivo

Ofensivamente os Lobos dinamarqueses são uma equipa versátil, que gosta de sair a jogar pelos 3 centrais – embora por vezes um dos médios recue para fazer uma linha de 4 -, mas as limitações técnicas sector defensivo, incluindo o guarda-redes, fazem com que a construção seja vulnerável quando sofrem uma pressão muito alta e intensa, como a que o Roger Schmidt está a tentar implementar no Benfica:

Como tal, acredita-se que jogando com Sory Kaba na frente, este será regularmente requisitado para funcionar como pivot e servir os outros 2 avançados, tirando proveito dos seus 1,90m e da sua capacidade de segurar jogo:

Numa fase mais adiantada do terreno, optam pela colocação em 343, com os alas a dar a largura total, permitindo a que os 2 avançados exteriores possam aparecer em combinação no corredor lateral, mas também estarem constantemente a criar situações de superioridade em corredor central, havendo sempre muitos movimentos de rotura:

Mas é nos momentos de transição ofensiva que o Midtjylland se pode revelar mais perigoso. O Benfica deverá ter a capacidade para assumir o jogo e instalar-se no seu meio campo ofensivo, mas o seu adversário deverá tirar proveito das transições ofensivas beneficiando do facto de ter regularmente 2 ou 3 jogadores na frente, rápidos e fortes na condução:

Além disso, outra arma que dispõem é a eficácia em bolas paradas ofensivas. Aliás, foi com 2 golos de canto que ultrapassaram os cipriotas na pré-eliminatória anterior:

Momento Defensivo

Defensivamente optam pressionar alto, utilizando os seus alas em zonas muito subidas para evitar a circulação pelos laterais quando há basculação. É uma dinâmica que normalmente resulta bem, mas uma equipa forte em organização ofensiva conseguirá tirar proveito desta dinâmica principalmente em progressões pelos corredores laterais:

Num bloco mais baixo, quando o ala tem a referência do extremo adversário, há alguma dificuldade no acompanhamento do lateral adversário, precisamente pelos avançados exteriores não terem sempre a referência de acompanhar o lateral. Além disso, conseguindo referenciar os 2 médios no meio campo, cria-se espaço entre linhas, uma zona onde o Benfica tem mostrado ser muito forte:

Resumo

Em suma, será um bom teste para o Benfica. Os lobos apresentarão dificuldades diferentes das que os encarnados encontraram na pré-época, chegam a este jogo já numa fase mais adiantada da época com 5 jogos oficiais e poderão beneficiar de uma melhor condição física. Mas as águias têm mais argumentos e deverão assumir em campo o favoritismo que lhes é atribuído.



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