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O Dortmund de Thomas Tuchel chega à Luz depois de ter perdido em casa do último classificado, Darmstadt 98, por 2-1. Uma derrota que fez aumentar a desvantagem pontual para o 1º classificado, Bayern Munique, em 15 pontos. Em contraste com a prestação no campeonato, o conjunto germânico terminou em 1º no Grupo F com Real Madrid, Sporting e Legia Varsóvia com 14 pontos, 21 golos marcados (recorde na fase de grupos) e 9 sofridos.

A indefinição do sistema e as lesões constantes tornaram o início de temporada tremido. Exemplo disso foi a derrota frente ao rival, Bayern Munique, para a Supertaça Alemã por 2-0. Um resultado que foi vingado meses mais tarde para o campeonato, vencendo por 1-0. Com 9 vitórias, 7 empates e 4 derrotas, o Dortmund ocupa o 4º lugar do campeonato com 34, longe do título mas com a Liga dos Campeões e a Taça da Alemanha ainda em perspectiva.

Metamorfose táctica

Ao dia de hoje ainda é impossível dizer que sistema táctico o Dortmund irá adoptar na deslocação ao Estádio da Luz. Tuchel tem variado entre duas bases. Uma com quatro defesas, 1x4x1x4x1 ou 1x4x2x3x1, ou com três centrais, adoptando o 1x3x5x2, o 1x3x4x3 ou o 1x3x1x4x2. Em noites europeias, o Dortmund ainda não actuou com três centrais mas foi com este sistema que obteve os melhores resultados esta temporada. Vitória frente ao Bayern Munique e RB Leipzig, embora também tenha sido com três centrais que o emblema amarelo e preto perdeu em casa do último classificado.

Se o técnico alemão de 43 anos alinhar entrar em 1x3x5x2 o onze titular deverá ser Burki, Piszczek, Sokratis, Bartra, Durm, Schmelzer, Weigl, Guerreiro, Dembelé, Reus e Aubameyang. Mas se a ideia incidir num sistema com quatro unidades mais recuadas, o meio-campo pode ser reforçado com a entrada de Castro, baixando Piszczek e Schmelzer para laterais. Na frente, Schurrle e Pullsic podem lutar por um lugar em campo, juntamente com Reus, Dembéle e Aubameyang. Independentemente da táctica utilizada, a equipa não prescinde da sua matriz ideológica. Ataque posicional, toque curto, controlo do jogo, paciência na circulação, velocidade de execução, intensidade, verticalidade, jogo interior e também superioridade numérica nos corredores. Um jogo pensado em toda a sua largura com uma aposta clara na velocidade, irreverência e técnica dos jogadores mais avançados que não perdem tempo a atacar os espaços nas costas das defesas depois de um passe em profundidade.

Poderio ofensivo

Mesmo com algumas baixas importantes como Gotze, Sahin e Rode, o Dortmund continua a ter argumentos ofensivos suficientes para dificultar a tarefa a qualquer equipa.

O famoso ‘gegenpressing’ fez escola com Klopp e foi reforçado por Tuchel que procura através de uma pressão alta e constante recuperar a posse de bola no seu meio-campo ofensivo para depois soltar rápido nos homens mais adiantados.

Aubameyang, melhor marcador da Bundesliga com 17 golos e com mais 4 na Liga dos Campeões, comanda um ataque supersónico. O avançado do Gabão pode ser determinante no desfecho desta eliminatória através da sua velocidade, agressividade e forma como explora as costas das defesas contrárias. Apesar de ser a referência ofensiva da equipa, não deve ser o único jogador a ser tido em conta. Weigl é neste momento um dos médios mais completos e inteligentes a jogar na posição ‘6’. Com apenas 21 anos, apresenta uma maturidade e leitura de jogo como poucos. Se o Benfica, deixar o médio defensivo assumir o jogo e controlar o ritmo da partida vai ter dificuldades para ultrapassar o Dortmund nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

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Imagem 1 – Dortmund organizado em 1x3x1x4x2 com o RB Leipzig a anular a saída de bola pelo corredor central com Weigl a não conseguir receber e assumir o jogo.

Dembélé merece ser alvo de uma especial atenção. Pisa os terrenos mais interiores como posição de origem, tanto defensivamente como ofensivamente mas acaba por explorar o corredor direito e procurar a linha para cruzar. Inteligente, com boa relação com a bola, veloz e astuto na forma como rapidamente vira o jogo ao contrário, passando de médio interior ou organizador para avançado, juntando-se à dupla da frente.

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Imagem 2 – Dembélé virtuoso e veloz, uma dor de cabeça para qualquer lateral. Parte de dentro para fora, desequilibra e assiste. Momento de transição rápida e igualdade numérica na grande área.

Depois de ter falhado o Mundial de 2014 e o Europeu de 2016 por lesão, Marco Reus parece estar a voltar ao seu melhor momento de forma. O internacional alemão também perdeu o arranque de época mas a partir da goleada do Dortmund por 8-4 ao Legia Varsóvia, onde Reus brilhou com dois golos e três assistências, tem vindo a subir de rendimento e já é peça fundamental no modelo de jogo dos alemães. Com a sua visão de jogo, capacidade de passe e facilidade em arranjar espaço, Reus pode ser um verdadeiro perigo à solta se tiver espaço entre linhas.

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Imagem 3 – Importância de Reus na manobra ofensiva. Jogo directo, recebe no ar, tabela, explora o espaço entre linhas, vira o centro do jogo e superioridade numérica no corredor direito. Ataque rápido e objectivo que termina com um cruzamento.

Espaços defensivos

No processo defensivo existem muitos espaços que o Benfica pode explorar, quer o Dortmund jogue com três ou quatro unidades mais recuadas. Não será uma tarefa fácil derrubar a muralha amarela mas as ‘águias’ podem aproveitar o momento menos positivo e alguma descoordenação defensiva para darem um passo importante rumo à próxima fase.

O Dortmund sente muitas dificuldades no momento de transição defensiva. Fruto da propensão ofensiva da equipa, quando o adversário recupera a posse e explora as transições rápidas, os germânicos têm dificuldades em travar as iniciativas contrárias e acabam por ficar expostos defensivamente, nos três corredores.

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Imagem 4 – Momento de transição defensiva e o Dortmund exposto nos três corredores. Igualdade numérica, 5×5 e o adversário a atacar rapidamente a baliza.

A falta de coordenação e organização da linha defensiva pode ser aproveitada por um elemento mais rápido e inteligente a atacar os espaços nas costas. A falta de velocidade e mobilidade dos centrais do Dortmund, nomeadamente Sokratis, fazem com que o Benfica tenha uma oportunidade para explorar esta situação.

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Imagem 5 – Desorganização da linha defensiva, avançado contrário aparece nas costas da defesa, percebe que o lateral estica o jogo e arranca para ficar isolado na cara do guarda-redes. Bender com dificuldades para acompanhar mas com Sokratis situação da falta de velocidade e mobilidade também pode ser explorada.

O espaço entre os centrais e os laterais convida a que as equipas contrárias procurem este tipo de situações. Um cenário recorrente mesmo num sistema com três centrais. A falta de cobertura e leitura do central e fraca reacção ao momento defensivo por parte do extremo para apoiar o seu lateral, faz com que os adversários consigam criar situações de superioridade numérica nos corredores se forem rápidos a decidir, depois de passarem a primeira zona de pressão do Dortmund.

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Imagem 6 – Espaço entre central e lateral deve ser explorado por um extremo rápido a atacar o espaço e com boa capacidade de decisão no último terço. Schmelzer com dificuldade em fechar por dentro e falta de agressividade para impedir que o jogador contrário procure o passe em profundidade.
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