O ano de 2016 foi sentido com muitas emoções pelos adeptos do ‘Tricolor’. Depois de um péssimo arranque do Campeonato Carioca, com apenas duas vitórias, um empate e três derrotas, o técnico Eduardo Batista foi demitido do cargo a 25 de Fevereiro.
Para o seu lugar, chegou o experiente Levir Culpi que em menos de dois meses levou o Fluminense à conquista da Primeira Liga 2016, uma competição realizada entre clubes de Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. O sucesso não foi uma constante ao longo da última temporada e na 34ª jornada do Brasileirão, a direcção demitiu o treinador. Abel Braga, bem conhecido do futebol Português, foi o escolhido para assumir os destinos de um dos maiores clubes Brasileiros e tentar melhorar o 13º lugar no Brasileirão 2016 com recurso a um conjunto de jogadores das camadas jovens e outros jovens talentos.
O caminho
A aposta neste novo modelo tem apresentado resultados muitos positivos com 8 vitórias, 3 empates e 1 derrota, somando 29 golos marcados e apenas 10 sofridos.
A campanha mais notável foi na Taça Guanabara que representa o primeiro turno do Campeonato Carioca com 5 vitórias na fase de grupos, 14 golos marcados e nenhum sofrido.
Abel Braga conseguiu montar um sistema táctico que valoriza as melhores características dos seus jogadores. Com um onze base mesclado entre jogadores experientes e jovens com qualidade, o Fluminense mostrou capacidade para jogar em transições rápidas mas também com um futebol apoiado. Wellington Silva, Marcos Júnior, Henrique Dourado, Léo, Lucas, Douglas, Richarlison, Scarpa e Sornoza foram os grandes destaques neste arranque de temporada.
Fla – Flu
Na grande decisão da Final da Taça Guanabara, o Fluminense defrontou o rival Flamengo, um jogo que representa um dos maiores clássicos do mundo.
Um duelo de emoções fortes e com um começo frenético que terminou com um empate a três bolas. Nas grandes penalidades, o Fluminense levou a melhor e conquistou a sua 10ª Taça. Marcos Júnior foi o herói, apontando o penalti do título, como fez na Primeira Liga 2016.
Com a ausência de Scarpa e Douglas, Abel Braga apostou em Pierre e Richarlison, usando um 1-4-3-3 que em momento defensivo se desdobrou em 1-4-1-4-1.
Quando a equipa teve tempo para se organizar, não concedeu espaços ao Flamengo que só conseguiu desequilibrar ofensivamente através de iniciativas individuais de Diego ou de um futebol mais directo para Paolo Guerrero. Wellington Silva colocou o Fluminense em vantagem logo aos quatro minutos mas o Flamengo não tardou em empatar a partida na sequência de um livre lateral. Richarlison demorou a recuperar o posicionamento defensivo e fez a falta que deu origem ao golo. Mesmo em superioridade numérica na sua grande área, o ‘Tricolor’ sentiu dificuldades para travar a capacidade de jogo aéreo do ‘Mengão’.
Richarlison voltou a não acompanhar o lateral direito do Flamengo, Pará, com este a cruzar com tempo e espaço para encontrar Guerrero “escondido” nas costas de Lucas. O avançado Peruano cabeceou ao 2º poste e no ressalto Éverton virou o resultado. Novamente uma situação de jogo aéreo em que o Fluminense mesmo em superioridade numérica na sua área, 4×3, não conseguiu ganhar a bola.
Depois da reviravolta, o Fluminense teve de impor o seu jogo e aproveitar as fragilidades defensivas do Flamengo. Com recurso a um futebol mais apoiado mas também com transições rápidas sempre que o adversário concedia espaços.
A velocidade no ataque começava com as subidas dos laterais, Lucas e Léo. Um jogo muito vertical e capaz de desequilibrar a defesa do Flamengo.
No Fluminense, Sornoza, sempre ele, assumiu e definiu o ritmo do jogo. O médio Equatoriano não se escondeu no clássico e alcançou o protagonismo num jogo muito exigente. Visão de jogo e qualidade de passe a descobrir os seus colegas chamaram à atenção de todos.
A principal preocupação do Fluminense foi reagir rápido à recuperação da bola e lançar ataques rápidos, aproveitando o envolvimento ofensivo do Flamengo, as descompensações e os espaços existentes. Wellington Silva e Richarlison eram os jogadores mais procurados para criarem situações de superioridade numérica pela velocidade e qualidade técnica de ambos.
Depois de um primeiro tempo intenso e com 5 golos, Abel Braga apostou na organização defensiva para vencer a final. Baixou as linhas, obrigou Wellington Silva e Richarlison a acompanharem os laterais contrários e não deu espaço a Diego para organizar. Uma mudança táctica que ficou mais visível depois da entrada de Berrío no Flamengo aos 65 minutos.
Abel Braga organizou um ‘time’ jovem, irreverente e vertical que tem mostrado neste início do ano ser uma das melhores equipas do Brasil. Os talentos do Fluminense vivem numa anarquia táctica. Sentem-se bem num contexto de maior liberdade e aproveitam para se valorizarem. Uma surpresa agradável que pode dar que falar no Brasileirão 2017.
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