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[:pt]Egito 0-1 Uruguai – 1x4x4x2: Muslera, Varela, Giménez, Godín, Cáceres, Vecino, Betancur, De Arrascaeta, Nahitan Nández, Suárez, Cavani

Uruguai 1-0 Arábia Saudita – 1x4x4x2: Muslera, Varela, Giménez, Godín, Cáceres, Vecino, Betancur, Carlos Sánchez, Rodríguez, Suárez, Cavani

Uruguai 3-0 Rússia – 1x4x3x1x2: Muslera, Cáceres, Coates, Godín, Laxalt, Torreira, Vecino, Nández, Suárez, Cavani

 

Três vitórias, cinco golos marcados e zero sofridos. A seleção uruguaia assegurou o acesso aso oitavos-de-final deste Mundial 2018 na condição de líder do grupo A, partilhado com a anfitriã Rússia e as congéneres da Arábia Saudita e do Egito. Os cinco golos uruguaios surgiram na sequência de lances de bola parada.

Olhando para os números, a prestação uruguaia não é passível de crítica dado que o principal objetivo foi cumprido, mas quem teve oportunidade de assistir aos primeiros 270 minutos da seleção “charrúa” neste campeonato do mundo não ficou impressionado com o seu nível exibicional, nem mesmo no encontro em que se superiorizou de forma clara à seleção russa.

O trajeto desta seleção do Uruguai até então foi em tudo idêntico ao percurso trilhado na fase de qualificação: sem grandes percalços, sempre com a situação aparentemente controlada e, acima de tudo, a ideia de que esta equipa pode e vai render muito mais na fase “a doer”.

Desenho tático

Nos dois primeiros jogos, frente a Egito e Arábia Saudita, Óscar Tabárez optou por fazer alinhar a sua equipa num 1x4x4x2 clássico, mas nunca atuou com dois extremos “puros” – frente ao Egito atuaram Nández e De Arrascaeta pelas alas, frente à Arábia Saudita jogaram Carlos Sánchez e Cristián Rodríguez. Em ambas as ocasiões, dada a natureza de pelo menos um dos jogadores em funções, o jogo uruguaio careceu de largura, mas a equipa conseguiu quase sempre criar superioridade no meio-campo.

Para o último embate, frente à Rússia, Óscar Tabárez mexeu mais, tanto na equipa quanto na disposição tática, menos rígida que nos dois desafios anteriores, por sinal. Os uruguaios alinharam num sistema próximo de um 1x4x3x1x2. Coates rendeu Giménez no eixo defensivo, Laxalt foi titular à esquerda e Torreira assumiu a titularidade pela primeira vez. A inclusão de Laxalt no corredor foi benéfica dada a predisposição para fazer todo o corredor, ajudando a explorar a largura. Apesar da qualidade dos seus dois avançados, o Uruguai sentiu dificuldades para explorar em profundidade nos três jogos que disputou.

A seleção uruguaia tem as suas duas principais referências no ataque, ou não contasse com os serviços de Luís Suárez e Edinson Cavani, mas a dupla que assume as despesas no eixo defensivo não fica atrás: Diego Godín e José Giménez, companheiros de equipa no Atlético de Madrid que lideram o setor mais recuado. Agressivos, muito fortes no jogo aéreo e inteligentes em termos posicionais, Godín e Giménez são boa parte da chave para uma equipa muito consistente em organização defensiva. Caso a tendência se mantenha, Varela e Cáceres deverão ser os dois eleitos para atuarem pelas laterais, jogadores que atuam subidos no terreno – até mesmo em função da tendência dos companheiros de equipa que também atuam pelos flancos – mas não comprometem a estabilidade defensiva da equipa em função do envolvimento na manobra ofensiva.

A seleção uruguaia teve mais bola nos três jogos que disputou nesta fase de grupos, sendo que nos dois primeiros foi claramente superior aos adversários; no terceiro jogou durante bastante tempo em superioridade numérica, fator com bastante influência.

Não obstante, notou-se que é uma equipa que se sente confortável sem bola, em organização defensiva. Assumindo que a tendência se vai manter e Óscar Tabárez privilegiará o 1x4x4x2 para abordar este desafio, a defender, podemos esperar uma equipa muito forte nas dívidas que procura condicionar logo na primeira fase de construção através da ação de Cavani e sobretudo Suárez. Atrás da dupla, duas linhas de quatro bem definidas que deixam pouco espaço entre si.

A reatividade à perda de bola é uma das maiores virtudes desta equipa uruguaia a nível defensivo, tanto na recuperação quanto na reorganização estrutural da equipa, notando-se a exigência de Tabárez para com os laterais Cáceres e Varela no que ao retorno defensivo diz respeito. Ainda assim, a equipa denota algumas dificuldades em transição defensiva, algo que ainda não foi visível nesta fase final do campeonato do mundo em virtude da menor capacidade de resposta dos adversários que defrontou. O conjunto é uma equipa forte na marcação e muito inteligente na forma como procura condicionar o adversário.

Em termos de construção, assumindo novamente que Tabárez optará por fazer com que a equipa alinhe em 1x4x4x2, na primeira fase, o Uruguai apresenta duas soluções – muito em função da postura do adversário: por um lado, Vecino ou Betancur baixam, sendo que é Vecino que tem maior tendência para se intrometer entre os centrais, procurando progredir com bola ou canalizar os jogos pelas laterais; por outro, é Diego Godín quem costuma assumir, batendo largo na frente de ataque, tendencialmente com destino ao flanco direito e optando por um estilo de jogo mais direto.

É interessante verificar o comportamento coletivo da equipa uruguaia: assim que Godín dá indício de que vai bater, a equipa adota um comportamento em conformidade de imediato, subindo no terreno, aumentando a hipótese de ganhar a bola em zona avançada mesmo que o adversário seja o primeiro a tocá-la.

O Uruguai é uma equipa que explorar bastante em profundidade pela capacidade das suas duas referências ofensivas nesse capítulo.

No 1x4x3x1x2 utilizado frente à Rússia, Laxalt foi opção pela esquerda e Betancur gozou de maior liberdade para chegar à zona de decisão, podendo usar da sua criatividade no apoio a Suárez e Cavani. Atendendo à sua boa atuação individual, Laxalt poderá voltar a ser titular na esquerda, até porque, tal como já foi referido, a sua presença dá outra largura ao jogo uruguaio e potencia a possibilidade de explorar as alas. Apesar da vocação ofensiva dos jogadores que costumam atuar à frente de Cáceres e Varela, falamos de atletas que não têm por hábito ir à linha e cruzar.

Em ataque organizado, esta equipa uruguaia não é das que apresenta maior velocidade no último terço, pautando pela paciência. Possui dois avançados muito fortes a atacar o espaço e tem em Betancur aquele que é, muito provavelmente, o jogador com maior capacidade para os servir com qualidade, daí que Óscar Tabárez o tenha colocado mais subido no terreno frente à Rússia.

Comparando a atual versão do Uruguai com a que se apresentou em 2014 no Brasil, por exemplo, esta não é uma equipa que empregue tanto a sua sorte a ações de transição defesa-ataque.

Num campeonato do mundo em que várias equipas têm feito a diferença graças ao aproveitamento de situações de bolas paradas, não há melhor exemplo que este Uruguai, seleção que faz bom proveito dos ótimas jogadores que possui no jogo aéreo. Godín, Cavani, Giménez e Suárez são nomes de jogadores com uma elevada taxa de acerto nesse tipo de situações.

Em situações defensivas, nomeadamente livre batidos nas imediações da área a partir dos flancos, o Uruguai costuma colocar uma linha de quatro ou cinco jogadores perto da linha da pequena área, optando por uma marcação mista. Em livres frontais, um elemento uruguaio “cola na barreira” e os restantes defendem consoante referências individuais.

Nos cantos ofensivos, por norma, Cavani ataca o primeiro poste, Suárez fica ao segundo acompanhado de outro elemento que arrasta a marcação para libertar o avançado do Barcelona e há pelo menos mais dois elementos entre os avançados, deixando Godín e/ou Godín numa segunda linha para atacar a bola.

https://streamable.com/3zcxc

https://vimeo.com/277559032[:en]Egito 0-1 Uruguai – 1x4x4x2: Muslera, Varela, Giménez, Godín, Cáceres, Vecino, Betancur, De Arrascaeta, Nahitan Nández, Suárez, Cavani
Uruguai 1-0 Arábia Saudita – 1x4x4x2: Muslera, Varela, Giménez, Godín, Cáceres, Vecino, Betancur, Carlos Sánchez, Rodríguez, Suárez, Cavani
Uruguai 3-0 Rússia – 1x4x3x1x2: Muslera, Cáceres, Coates, Godín, Laxalt, Torreira, Vecino, Nández, Suárez, Cavani

Três vitórias, cinco golos marcados e zero sofridos. A seleção uruguaia assegurou o acesso aso oitavos-de-final deste Mundial 2018 na condição de líder do grupo A, partilhado com a anfitriã Rússia e as congéneres da Arábia Saudita e do Egito. Os cinco golos uruguaios surgiram na sequência de lances de bola parada.
Olhando para os números, a prestação uruguaia não é passível de crítica dado que o principal objetivo foi cumprido, mas quem teve oportunidade de assistir aos primeiros 270 minutos da seleção “charrúa” neste campeonato do mundo não ficou impressionado com o seu nível exibicional, nem mesmo no encontro em que se superiorizou de forma clara à seleção russa.
O trajeto desta seleção do Uruguai até então foi em tudo idêntico ao percurso trilhado na fase de qualificação: sem grandes percalços, sempre com a situação aparentemente controlada e, acima de tudo, a ideia de que esta equipa pode e vai render muito mais na fase “a doer”.
Desenho tático
Nos dois primeiros jogos, frente a Egito e Arábia Saudita, Óscar Tabárez optou por fazer alinhar a sua equipa num 1x4x4x2 clássico, mas nunca atuou com dois extremos “puros” – frente ao Egito atuaram Nández e De Arrascaeta pelas alas, frente à Arábia Saudita jogaram Carlos Sánchez e Cristián Rodríguez. Em ambas as ocasiões, dada a natureza de pelo menos um dos jogadores em funções, o jogo uruguaio careceu de largura, mas a equipa conseguiu quase sempre criar superioridade no meio-campo.
Para o último embate, frente à Rússia, Óscar Tabárez mexeu mais, tanto na equipa quanto na disposição tática, menos rígida que nos dois desafios anteriores, por sinal. Os uruguaios alinharam num sistema próximo de um 1x4x3x1x2. Coates rendeu Giménez no eixo defensivo, Laxalt foi titular à esquerda e Torreira assumiu a titularidade pela primeira vez. A inclusão de Laxalt no corredor foi benéfica dada a predisposição para fazer todo o corredor, ajudando a explorar a largura. Apesar da qualidade dos seus dois avançados, o Uruguai sentiu dificuldades para explorar em profundidade nos três jogos que disputou.
A seleção uruguaia tem as suas duas principais referências no ataque, ou não contasse com os serviços de Luís Suárez e Edinson Cavani, mas a dupla que assume as despesas no eixo defensivo não fica atrás: Diego Godín e José Giménez, companheiros de equipa no Atlético de Madrid que lideram o setor mais recuado. Agressivos, muito fortes no jogo aéreo e inteligentes em termos posicionais, Godín e Giménez são boa parte da chave para uma equipa muito consistente em organização defensiva. Caso a tendência se mantenha, Varela e Cáceres deverão ser os dois eleitos para atuarem pelas laterais, jogadores que atuam subidos no terreno – até mesmo em função da tendência dos companheiros de equipa que também atuam pelos flancos – mas não comprometem a estabilidade defensiva da equipa em função do envolvimento na manobra ofensiva.
A seleção uruguaia teve mais bola nos três jogos que disputou nesta fase de grupos, sendo que nos dois primeiros foi claramente superior aos adversários; no terceiro jogou durante bastante tempo em superioridade numérica, fator com bastante influência.
Não obstante, notou-se que é uma equipa que se sente confortável sem bola, em organização defensiva. Assumindo que a tendência se vai manter e Óscar Tabárez privilegiará o 1x4x4x2 para abordar este desafio, a defender, podemos esperar uma equipa muito forte nas dívidas que procura condicionar logo na primeira fase de construção através da ação de Cavani e sobretudo Suárez. Atrás da dupla, duas linhas de quatro bem definidas que deixam pouco espaço entre si. A reatividade à perda de bola é uma das maiores virtudes desta equipa uruguaia a nível defensivo, tanto na recuperação quanto na reorganização estrutural da equipa, notando-se a exigência de Tabárez para com os laterais Cáceres e Varela no que ao retorno defensivo diz respeito. Ainda assim, a equipa denota algumas dificuldades em transição defensiva, algo que ainda não foi visível nesta fase final do campeonato do mundo em virtude da menor capacidade de resposta dos adversários que defrontou. O conjunto é uma equipa forte na marcação e muito inteligente na forma como procura condicionar o adversário.
Em termos de construção, assumindo novamente que Tabárez optará por fazer com que a equipa alinhe em 1x4x4x2, na primeira fase, o Uruguai apresenta duas soluções – muito em função da postura do adversário: por um lado, Vecino ou Betancur baixam, sendo que é Vecino que tem maior tendência para se intrometer entre os centrais, procurando progredir com bola ou canalizar os jogos pelas laterais; por outro, é Diego Godín quem costuma assumir, batendo largo na frente de ataque, tendencialmente com destino ao flanco direito e optando por um estilo de jogo mais direto. É interessante verificar o comportamento coletivo da equipa uruguaia: assim que Godín dá indício de que vai bater, a equipa adota um comportamento em conformidade de imediato, subindo no terreno, aumentando a hipótese de ganhar a bola em zona avançada mesmo que o adversário seja o primeiro a toca-la.
O Uruguai é uma equipa que explorar bastante em profundidade pela capacidade das suas duas referências ofensivas nesse capítulo.
No 1x4x3x1x2 utilizado frente à Rússia, Laxalt foi opção pela esquerda e Betancur gozou de maior liberdade para chegar à zona de decisão, podendo usar da sua criatividade no apoio a Suárez e Betancur. Atendendo à sua boa atuação individual, Laxalt poderá voltar a ser titular na esquerda, até porque, tal como já foi referido, a sua presença dá outra largura ao jogo uruguaio e potencia a possibilidade de explorar as alas. Apesar da vocação ofensiva dos jogadores que costumam atuar à frente de Cáceres e Varela, falamos de atletas que não têm por hábito ir à linha e cruzar.
Em ataque organizado, esta equipa uruguaia não é das que apresenta maior velocidade no último terço, pautando pela paciência. Possui dois avançados muito fortes a atacar o espaço e tem em Betancur aquele que é, muito provavelmente, o jogador com maior capacidade para os servir com qualidade, daí que Óscar Tabárez o tenha colocado mais subido no terreno frente à Rússia. Comparando a atual versão do Uruguai com a que se apresentou em 2014 no Brasil, por exemplo, esta não é uma equipa que empregue tanto a sua sorte a ações de transição defesa-ataque.

Num campeonato do mundo em que várias equipas têm feito a diferença graças ao aproveitamento de situações de bolas paradas, não há melhor exemplo que este Uruguai, seleção que faz bom proveito dos ótimas jogadores que possui no jogo aéreo. Godín, Cavani, Giménez e Suárez são nomes de jogadores com uma elevada taxa de acerto nesse tipo de situações.
Em situações defensivas, nomeadamente livre batidos nas imediações da área a partir dos flancos, o Uruguai costuma colocar uma linha de quatro ou cinco jogadores perto da linha da pequena área, optando por uma marcação mista. Em livres frontais, um elemento uruguaio “cola na barreira” e os restantes defendem consoante referências individuais.
Nos cantos ofensivos, por norma, Cavani ataca o primeiro poste, Suárez fica ao segundo acompanhado de outro elemento que arrasta a marcação para libertar o avançado do Barcelona e há pelo menos mais dois elementos entre os avançados, deixando Godín e/ou Godín numa segunda linha para atacar a bola.
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