Um ano e meio depois de ter abandonado o relvado do 1.º de Maio para embarcar numa aventura internacional, Andreia Norton está de regresso ao SC Braga. A internacional portuguesa não foi feliz nas passagens pelo SC Sand e pelo Internazionale e regressa a Portugal à procura de somar mais minutos numa casa onde já foi muito feliz.
Feita a introdução, está na hora de apresentar a pergunta para a qual irei dar uma resposta: o que pode acrescentar Andreia Norton no SC Braga de Miguel Santos? De uma forma muito breve, sem pormenorizar e sem utilizar termos muito complexos, podemos ter a certeza imediata de que o plantel bracarense sofre um upgrade qualitativo com a chegada da jogadora de 23 anos. Mas agora, vamos passar ao pormenor.
O PERFIL DE ANDREIA NORTON:
Andreia Norton destaca-se pela maneira como pensa o jogo. Não é uma “9” pura, apesar de ter faro para o golo, como bem sabem os adeptos do SC Braga (apontou 19 tentos em 28 partidas com a camisola arsenalista em 2017/18). É nas costas de uma referência ofensiva – que pode e deve ser Hannah Keane – ou pelos flancos que Norton pode ser mais útil.
A internacional portuguesa destaca-se pelo drible curto, pela capacidade em esconder a bola das adversárias, pela técnica e pela predisposição para procurar o espaço entre linhas e proporcionar à equipa a ligação entre setor médio e setor atacante. Ao serviço da seleção nacional, naquele que é o habitual 4-4-2 losango de Francisco Neto, Norton atua maioritariamente como “10”. Mas o facto de ser uma jogadora muito “irrequieta” faz com que possa aparecer pelos flancos. Em Itália, nas poucas ocasiões em que foi chamada a jogo, Norton atuou quase sempre pela linha.
Mas não é por estar confinada a um espaço mais exterior que Norton deixa de exibir as suas qualidades de construtora de jogo. Os movimentos interiores são frequentes, deixando todo o flanco para eventuais incursões da lateral da equipa. Não sendo uma jogadora propriamente rápida, nem por isso deixa de ter capacidade para desequilibrar de outras formas, nomeadamente através da finta.
Pode passar pelas várias posições do ataque, seja ao centro, à esquerda ou à direita. Em todas elas, o perfil de Norton não muda. A jogadora de 23 anos tem tendência para procurar o espaço central e ligar o jogo da equipa. Sempre de cabeça levantada, movimenta-se bem sem a bola e procura dar sempre uma linha de passe que lhe permita receber a bola em zonas onde possa desequilibrar.
Os esquemas táticos exibidos representam os três esquemas utilizados pelo SC Braga de Miguel Santos na presente temporada e onde Andreia Norton pode encaixar em cada um deles. Poderá fazer dupla atacante com Hannah Keane, onde funcionaria como uma segunda avançada, com funções semelhantes às de uma “10”. Pode fazê-lo quer no 4-2-4, quer no 4-4-2 losango. No primeiro, pode ainda atuar pelos flancos e, no segundo, pode atuar como uma verdadeira “10” e proporcionar a entrada de outra atacante no onze (Francisca Cardoso ou Laura Luís, por exemplo).
Contudo, a preferência do técnico minhoto nos últimos tempos tem caído sobre o 4-3-3. Norton poderia desempenhar a função de “9”, mas seria sempre uma falsa 9 e não propriamente uma referência como é Hannah Keane. Pela dimensão física e pela importância que tem no esquema bracarense, a norte-americana dificilmente cai do onze habitual de Miguel Santos. Assim, e como já se viu em Ovar, onde Norton fez a estreia, os flancos aguardam pela internacional portuguesa. À esquerda ou à direita, é importante relembrar que não estamos perante uma extremo “de linha”. Estamos perante uma jogadora taticamente muito inteligente, que joga (e bem) por dentro e abre espaço às incursões da companheira de flanco, que procura o espaço entre linhas e que sabe muito bem aproveitá-lo para criar desequilíbrios.
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