Apesar de alguns pundits e das casas de apostas darem um certo favoritismo ao Bayern de Munique, até pelos resultados impressionantes que tem carimbado neste caminho (os 8-2 sobre o Barcelona em muito realçam o mesmo), bem como a maturidade e palmarés da equipa, uma final é sempre uma final, e será sempre ‘de tripla’. Com as análises ao estilo de jogo tanto do Bayern como do PSG já realizadas aqui no nosso website, este artigo tem como objetivo confrontar os estilos de jogo, e apresentar uma pré-análise simples do que poderemos vir a ver na final, através do apresentado nas meias-finais, pois tendo em conta que apenas 4/5 dias separaram as mesmas, terá o seu grau de dificuldade executar mudanças drásticas na maneira de jogar. Para isso, 3 aspetos serão analisamos de forma sucinta: Estilo de construção de jogo, acção no último terço, e processo defensivo.
PSG: O mundo da criatividade de Neymar
Estilo de construção de jogo
Se existe algo que define a construção de jogo do PSG é sem dúvida a busca incessante por Neymar entrelinhas para criação de combinações e jogadas interiores. A construção de jogo baseia-se na procura de espaços entre linhas adversárias, com Neymar a ser sempre o principal recetor (na meia final foi o 4º jogador que mais passes recebeu do PSG, e recebeu quase tantos passes quanto os seus dois companheiros de ataque juntos: 56 para 62 de Mbappé e Dí Maria) e desequilibrador da formação Parisiense no último terço. A construção é na sua grande maioria feita em espaços interiores, e a largura é raras vezes providenciada por Bernat e Kehrer, com ocasionais diagonais vindas do interior de Mbappé. É no fundo, um estilo de jogo rendilhado, e muito focado no desequilíbrio e criatividade dos 3 da frente, mas sobretudo da capacidade de sair a jogar de Paredes e Kimpembe. O video a seguir demonstra isso mesmo: O PSG tenta por 3 vezes providenciar a bola a Neymar, sendo que só á terceira Paredes encontra um espaço para o passe, após pacientes trocas de bola e movimentações de Neymar.
Acção no último terço
As acções no último terço do Paris concentram-se sobretudo em movimentos, jogadas e combinações interiores, sobretudo em grande velocidade e criatividade, buscando rapidamente a combinação e o espaço vazio para a finalização. O posicionamento médio da equipa do PSG na meia-final, que pode ser visto aqui exemplifica isso mesmo: Todos os jogadores de meio campo e de ataque do Paris posicionam-se em zonas muito interiores. A primeira jogada de perigo do PSG logo aos 5’ também demonstra o mesmo: Num 2 para 6, Mbappé gira para ‘a boca do lobo’, mas rapidamente encontra o espaço vazio para a desmarcação de Neymar no espaço interior.
Processo Defensivo
Como já referenciado no nosso artigo anteriormente, o PSG aplica um processo de pressão alto, mas sobretudo de condicionamento do adversário, evitando o forte contacto físico, e mais na busca do erro do portador, limitando também a construção de jogo de Sabitzer e Kampl, tendo depois mais dificuldade em controlar um Forsberg mais ‘vagabundo’ mas sobretudo a jogar mais pelas alas. Em jogadas de maior perigo, rapidamente a defesa do PSG compunha-se numa linha de 5, libertando dessa forma um dos laterais para a pressão ao portador. As imagens abaixo demonstram isso mesmo.
Bayern: A Maturidade que faz de Tudo.
Estilo de construção de jogo
Ao contrário do adversário, que possui características muito próprias na construção e um estilo vincado de jogo, o Bayern apresentou-se nas meias finais com um estilo de jogo misto, que combinava bola e passes longos na profundidade, como jogadas interiores e combinações. Talvez a característica que mais sobressai da mesma, seja a incessante procura pelo espaço vazio utilizando variações do centro do jogo de uma maneira fluída e coordenada. A posição média dos jogadores do Bayern também demonstra, ao contrário do PSG, uma equipa mais larga e bem distribuída pelo campo. O seguinte vídeo demonstra isso mesmo:
Acção no último terço
A maturidade da equipa do Bayern, e dos seus jogadores mais avançados, aliada á irreverência de Gnabry, permite que a equipa possa construir todo o tipo de jogadas, desde combinações a cruzamentos e jogadas individuais. Em jogadas de ataque controlado, muitas vezes a equipa consegue abrir espaços com os seus laterais, e ter um sistema 3-4-3, como demonstra a seguinte imagem:
Processo Defensivo
Se existe um certo problema no controlo da profundidade por parte do Bayern, fruto das suas linhas subidas, isso deve-se á forte e intensa pressão física ao portador da bola, tendo esta equipa do Bayern quiçá uma das melhores reações á perda da bola. Após a mesma pressão, e em caso de avanço em ataque organizado por parte do adversário, o Bayern executa uma contenção, dando prioridade á inteligência tática e posicional dos seus defesas para cortes e interceções estratégicas que rapidamente geram saídas em contra-ataque. O seguinte video demonstra a capacidade dos jogadores do Bayern em pressionar constantemente o portador da bola, utilizando os braços e o corpo a corpo para perturbar a ação adversária, e tentar um corte ou interceção o mais prontamente possível.
Análise Final
O Bayern, pelo seu palmarés e últimos resultados pode partir como favorito, mas os Parisienses terão uma palavra a dizer. Se o PSG conseguir executar rápidas recuperações de bola através do sistema de pressão alta condicionante, seguramente provocará estragos. A falta de largura, contudo, poderá ser um problema para os Parisienses, coisa que os compatriotas do Lyon procuraram durante 90 minutos e por pouco não capitalizaram. A capacidade física dos jogadores do Bayern de se imporem fisicamente no desarme, e a alta capacidade de passe e de rodar o centro do jogo poderão arruinar qualquer estratégia de condicionamento, bem como o sistema base de construção do PSG, que poderá perder Paredes no marasmo de pressão, pondo toda a pressão para sair a jogar em Kimpembe. O Bayern deverá seguramente procurar a largura, sabendo das dificuldades do PSG nesse aspeto, mas se o PSG conseguir recuperar a bola nesses espaços poderá sair a jogar rápido a nível interior, pelo que será expectável que Flick opte por manter Gnabry e Perisic bem abertos nos flancos, evitando assim tantas subidas arriscadas dos laterais.
Jogadores com ‘Peso nos Ombros’:
PSG: Kimpembe- Será seguramente desafiado na alta taxa de passes que realiza (contra o Leipzig teve uns incríveis 99% de acerto), e poderá ter de assumir o leme de primeira fase de construção de jogo do PSG. Rubricando uma bela exibição, será complicado para o Bayern vencer.
Bayern: Goretzka- Foi essencial na reação á perda da bola e na pressão realizada ao portador contra o Lyon, e excedendo-se no mesmo, poderá conseguir reduzir o impacto das ligações de Paredes e Neymar.
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