Corinthians – Ideias de Vítor Pereira para o Timão
O treinador português continua na moda, e em especial no Brasil.
Este ano no Brasileirão teremos 4 treinadores portugueses de renome são: Abel, Vitor Pereira, Paulo Sousa e agora chega também Luís Castro aoo Botafogo.
Flamengo, Palmeiras e Corinthians serão sérios candidatos a destronar a poderosa equipa do Atlético Mineiro, atual detentora do título e ao leme têm três técnicos conceituadíssimos que prometem elevar ainda mais a qualidade em terras brasileiras.
Neste artigo, procuramos destacar algumas das ideias de Vítor Pereira e tentar demonstrar como estas, já estão a ser executadas.
O plantel Corinthiano
Jogadores Chave
- Fagner – Internacional brasileiro, experiente, ataca e defende com qualidade.
- Renato Augusto – Internacional pelo Brasil, médio centro com boa qualidade de passe/ visão de jogo e com um remate de longa distância forte
- Paulinho – Internacional canarinho, médio centro forte fisicamente, bom no transporte de bola e a queimar linhas com bola em progressão. Forte a aparecer em zonas de finalização para finalizar as jogadas
- Willian– Internacional brasileiro com passagens pela Premier League, nomeadamente no Chelsea e Arsenal. Fortíssimo no 1×1, imprevisível, forte a cortar desde a esquerda para zonas interiores com bola controlada e com o pé contrário, remates de longe e com boa colocação. A maior estrela da equipa, ainda com nível para atuar em boas equipas europeias.
Algumas das ideias de Vitor Pereira
” Gosto de um futebol positivo, dominante e de posse. Fui influenciado claramente pelo Barcelona de Cruyff e Porto de Mourinho, equipa que segui inclusive in loco nas bancadas do Estádio das Antas dessas temporadas históricas.”
É uma marca que a comissão técnica do treinador luso quer implementar nas suas equipas, e nesta nova aventura não será diferente.
Inclusive nos derbies do Paulistão analisados, mesmo em desvantagem no marcador, vimos uma equipa do “Timão” na procura de um futebol de paciência, a tentar desbloquear o jogo com o seu futebol de posse e circulação, numa tentativa clara de ir desmontando os blocos defensivos adversários sem grandes precipitações ou espíritos de ansiedade excessiva.
- Contudo, detetei um número bastante elevado de passes relativamente simples falhados e realizados muitos deles, principalmente na primeira passe de construção de jogo, colocando a equipa em sérias situações de perigo desnecessário:
- Na sua maioria, esses passes falhados eram realizados pelos centrais (em especial João Victor que até é o melhor central a construir, só que também é o que arrisca mais nesse momento de jogo) ou médios, na tentativa de conseguir realizar passes verticais para zonas entre linhas e assim ligar o jogo. De reforçar que estes erros são mais do que justificáveis, uma vez que Vitor Pereira esta apenas a trabalhar com a equipa à sensivelmente um mês e numa fase ainda muito prematura e ainda sem o tempo necessário para que a equipa assimile todos os princípios de jogo propostos.
- Outro handicap ao futebol de posse praticado pelo português, começa desde logo na baliza com Cássio a ser um experiente guarda-redes, capitão, excelente na defesa de bolas aéreas, mas que deixa um pouco a desejar no que toca ao seu jogo com os pés.
” Sou um obcecado com o treino e os exercícios de treino!!”
” Procuro que os meus centrais tenham capacidade para construir desde trás e que consigam meter passes verticais em zonas entre linhas mais à frente”
” Hoje em dia, nas minhas equipas, só tenho 2 formas de pressionar: em bloco baixo e em bloco alto. E opto por uma delas, seguindo a estratégia: se o adversário joga com linhas mais recuadas, posso optar por também nós, recuarmos as linhas para eles serem obrigados a jogar como eles não se sentem à vontade, por exemplo”
- Nos dois jogos observados, esta diversidade de soluções foi notória, já que contra o São Paulo a equipa apresentou-se num bloco alto, tentando condicionar claramente a saída de jogo dos centrais e o seu jogo interior, com o trio da frente a tentar pressionar os dois centrais/ guarda redes. Cabia aos 3 médios centro assegurar o controlo da largura defensiva. Defendiam então num 4-3-3, com os extremos a servir de referências para saídas de contra-ataques rápidos.
- Já no jogo contra o Palmeiras (equipa confortável a jogar com linhas mais recuadas e pragmática dando ênfase à sua organização defensiva), o Corinthians enquanto estava confortável com um resultado não desfavorável, jogou num bloco mais baixo em 4-5-1, convidando claramente o oponente a tomar iniciativa de jogo.
- De referir ainda que sempre que subiam linhas para pressionar, tanto num jogo como no outro, a linha defensiva mantinha-se sempre mais recuada muito por culpa da maior lentidão do zagueiro Gil, o que cria um excessivo espaço entre linhas. Aqui, a importância das coberturas defensivas realizadas nas suas costas da sua dupla de posição João Victor, sempre posicionado mais recuado para ir auxiliando o companheiro.
” O grande objetivo da minha equipa técnica è conseguir trabalhar com 2 estruturas táticas de jogo distintas, mas em que através de um mero sinal / indicação a equipa possa mudar imediatamente o sistema tático de um 4X3x3 para um 3X4X3 por exemplo”
- Apesar do pouco tempo de trabalho e rotinas/ automatismos ainda estarem numa fase de assimilação, já foi possível frente ao São Paulo, assistirmos à equipa iniciar num 4X3X3 (ver imagem acima) e na 2ª parte mudar para um 3X5X2:
“Não podemos ter um jogar de régua e esquadro e limitar o jogador criativo.
No Porto se eu pedisse ao James Rodrigues para colocar a bola naquele lado, ele mandava-me dar uma volta, porque de um momento para o outro e sem ninguém estar à espera, o James via outra coisa que mais ninguém vê e colocava a bola no lado oposto isolando um companheiro”
- A sua nova equipa esta recheada de jogadores com elevada qualidade técnica, especialmente do criativo Willian (ex. Chelsea e Arsenal). Nota-se claramente a sua influência no jogar ofensivo do time, partindo encostado ao corredor esquerdo, mas com liberdade para realizar diagonais com bola para o corredor central, onde pode definir através do último passe ou num remate de longe ou simplesmente penetrando em zonas de finalização, sempre com a liberdade necessária de desequilibrar no 1×1.
” Os criativos têm de estar em zonas mais centrais que são zonas de decisão e ter liberdade. Um extremo forte tecnicamente tem de aparecer mais por dentro”
- Ainda de destacar a preponderância dos médios Renato Augusto, Paulinho e do atacante Roger Guedes. O último, muitas vezes serve como um 4º médio, recuando para vir pegar e organizar jogo e formando uma espécie de losango a meio campo. Vitor Pereira “brinca” com esses posicionamento, com as entradas de trás para a frente ora de Paulinho, ora de Renato Augusto na zona do avançado.
- No jogo com Palmeiras, trouxe ainda uma nuance diferente, com Willian por diversas vezes a aparecer no corredor central, enquanto que automaticamente, Roger Guedes abria à esquerda para criar dúvidas e constrangimentos nas marcações adversárias
- Importante a chegada à área do internacional Paulinho ao aparecer em zonas de finalização, ele que é conhecido por ter boa capacidade de finalização, nomeadamente em situações de jogo aéreo.
- Ainda de destacar a importância do jovem de 22 anos no meio campo Du Queiroz, uma vez que é um volante/ médio defensivo que não se limita às suas tarefas defensivas. Devido à sua qualidade de passe e visão de jogo, envolve-se imenso no jogo ofensivo da equipa, aparecendo em zonas adiantas, já no último terço defensivo rival, servindo de 3º médio atacar, não se limitando apenas ás suas funções defensivas.
- Destacar os dois laterais Piton e Fagner no que ao processo ofensivo diz respeito. Envolvem-se muito no ataque, ora em largura ora em movimentos interiores, sempre em coordenação com os movimentos opostos do extremo do seu lado, o que cria diversas desadaptações nos adversários.
- Fagner consegue ser o mais completo, pois ataca e defende com a mesma qualidade. Já Piton apresenta algumas dificuldades defensivas que com o tempo de trabalho e de jogo (ele que na época anterior não era o titular absoluto desse posto), irá certamente evoluir e corrigir essas situações adversas no seu jogar.
Para todos os clubes, treinadores, jogadores, olheiros, agentes, empresas e media que queiram saber mais sobre os nossos serviços de scouting, não hesitem em contactar-nos através de mensagem privada ou do nosso email geral@proscout.pt.
