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Back to the Future à moda dos Açores

Com 7 pontos conquistados em 3 jogos, nenhum golo sofrido até ao momento e depois de uma sempre difícil ida a Braga, qualquer das equipas grandes poderia orgulhar-se destes números para início de Liga. Mas a equipa de que vamos falar hoje vem dos Açores, o Santa Clara, que finalmente pode voltar a jogar em casa (na retoma do Campeonato passado jogou na Cidade do Futebol), e que foi a primeira equipa a poder ter os seus adeptos a ver um jogo ao vivo, no encontro da 3°jornada contra o Gil Vicente.

Daniel Ramos, na sua apresentaçāo como treinador principal do Santa Clara, pôs a fasquia alta: fazer a melhor campanha no campeonato, tanto a nivel pontual (41 pontos) como a nivel classificativo (9° lugar na época 2019/20).

O treinador do Santa Clara, volta a uma casa onde já esteve no início da época 2016/17. Começou na II Liga ao serviço do Santa Clara , onde em 8 jogos oficiais conquistou 7 vitórias, sendo suficiente para atrair a atenção do Marítimo que o contratou.

Para esta temporada, o Santa Clara contou com a saída de 3 jogadores que foram importantes nas últimas épocas. Zaidu que se transferiu para o FC Porto, César que depois de na época passada não ser titular absoluto saiu para o Farense e por último Shettine que se mudou para  Braga.

Contratações que tiveram entrada direta no onze inicial podemos contar com Villanueva (Central Venezuelano de 27 anos, que veio do Málaga) e Mansur também de 27 anos, Brasileiro que se estreia na Europa vindo do Sāo Bento.

Como joga este Santa Clara

Daniel Ramos, começou esta Liga a jogar num 4-2-3-1 contra o Marítimo, e depois muda para um 3-4-3 contra Braga e Gil Vicente que pode variar para 5-4-1 ou 5-2-3, dependendo do momento do jogo.

Até ao momento, os jogadores mais utilzados têm sido Marco na baliza, os centrais a serem João Afonso, Villanueva e Mansour. Nas alas Salomão pela esquerda (uma adaptação que tem tido resultados bastante positivos) e pela direita Rafael Ramos. A dupla de médios Rashid e Anderson Carvalho, com o trio da frente a ser composto por Jean Patric, Carlos Junior e Thiago Santana.

O sucesso do Santa Clara, até ao momento, deve-se ao fato de ser uma equipa com processos simples mas tremendamente eficazes.

Momento Ofensivo

  • 2 processos de saída bem definidos ;
  • Equipa tenta construir com 3 elementos. No jogo contra o Marítimo, Mansour que jogou como lateral esquerdo, ficava junto dos centrais para fazer essa construção a 3 ;
  • Se consegue fazer a bola entrar nos alas, procura combinações entre ala e avançado desse lado, facilitando a progressão para áreas mais ofensivas;
  • Se adversários bloqueiam esse caminho, os centrais circulam a bola entre si, atraindo a pressão adversária para colocarem a bola mais longa para o avançado Thiago Santana segurar jogo. Neste momento o guarda-redes Marco é um elemento fundamental pela qualidade que tem com o jogo de pés;
  • Os 2 médios-centro procuram subir as suas linhas para no caso de Santana não ser capaz de ganhar o duelo com os centrais, os médios-centro já estão então numa posição que lhes permite ganhar uma segunda bola.

Chegar a zonas de finalização

  • Santana acaba, não só pelos golos, mas também pela sua intervenção no jogo da equipa, ser um elemento fundamental no processo ofensivo do Santa Clara;
  • Se a bola está em zonas centrais com os centrais do Santa Clara, o avançado Brasileiro tem como primeiro objetivo, ser uma referência tentando segurar jogo, libertando depois tanto para os médios centro, ou rodando ele mesmo libertando para um dos extremos que procuram movimentos em profundidade;
  • Quando os alas Diogo Salomão e Rafael Ramos são capazes de transportar jogo com a bola no pé, tentam combinar com os extremos para chegarem a zonas de cruzamento. Se o extremo está encostado à linha, o ala deriva para dentro (atraindo marcações) para depois tentar libertar no extremo. Se o extremo se encontra mais perto de Santana e em zonas interiores, cabe ao ala chegar a zonas de cruzamento.

Momento Defensivo

 Diferenças entre bloco médio-alto e médio-baixo

Bloco Médio-Alto

  • 3 jogadores mais ofensivos tentam bloquear saída de jogo desde trás num 1°momento;
  • 2 médios-centro tentam subir e impedir a bola de entrar nos médios adversários
  • Forçando uma bola longa, onde os 3 centrais do Santa Clara fazem valer a sua qualidade no jogo aéreo;
  • Neste aspeto, o reforço Venezuelano Villanueva, a revelar-se fundamental pela capacidade organizadora da sua linha defensiva e por ser um jogador agressivo no jogo aéreo;
  • Neste momento de jogo, os alas têm como referência o lado da bola. Se esta se encontra no seu lado, o ala tenta pressionar o extremo e força a que este receba de costas para a baliza, enquanto o ala do lado oposto fecha por dentro ficando assim mais junto ao central ;
  • Quando esta pressão alta não resulta e a bola entra entre-linhas dos centrais e dos médios, os centrais tentam sair e fechar eles esse espaço dificultando ao máximo que os seus adversários rodem e fiquem com os olhos na baliza;

Bloco Médio-Baixo

  • Equipa junta bem as suas linhas;
  • Organiza-se num 5-4-1, o avançado não pressiona os centrais, os extremos baixam os 2 num primeiro momento, mas assim que a equipa adversária joga para um dos corredores laterais , o extremo do lado oposto sobe um pouco ficando mais perto de Santana para que, caso haja uma recuperação de bola seja possível ao Santa Clara começar uma transição rápida contando com 2 elementos na frente;
  • Têm como objetivo primordial impedir jogo interior, pressionando os médios adversários e tentando forçar bolas para zonas laterais, facilitando desse modo que os adversários cruzem para área, onde os seus centrais são muito fortes no jogo aéreo;

Objetivo Realista

Se antes da Liga começar o Santa Clara parecia ter boas condições para prosseguir a sua evolução e fazer um campeonato tranquilo, em que, como dissemos no início o objetivo passa por melhorar o que foi feito no ano passado, depois destas primeiras 3 jornadas, parece-nos que esse objetivo é possível. A equipa de Daniel Ramos tem uma forma de jogar vincada e conta com jogadores experientes no seu plantel e com qualidade. Poderá sentir dificuldades se Thiago Santana tiver problemas físicos pois não conta no seu plantel com um avançado capaz de o substituir. Parecendo ainda assim prematuro falar do Santa Clara como candidato à Europa.



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