O Borussia Mönchengladbach tem sido uma das surpresas da Bundesliga. Sob o leme de Marco Rose, alemão de 43 anos, que teve o seu destaque na equipa austríaca do Red Bull Salzburg. Com uma UEFA Youth League, uma taça da Áustria e dois campeonatos austríacos no bolso, Marco Rose abraçou o projeto de Gladbach e deu o primeiro passo no principal escalão do futebol alemão. Com apenas cinco contratações, Rose está a trabalhar sob um grupo que adquiriu os princípios do treinador e assentou no compromisso a sua maior arma.
Uma só tática? ‘Não Obrigado’
Definir um onze base do Borussia Monchengladbach não é difícil, difícil seria dizer-vos qual o sistema tático em que jogam. A equipa tem uma grande flexibilidade tática, que tem sido cada vez mais comum no futebol. Vamos definir duas linhas orientadoras para identificação do sistema tático da equipa: 4x2x3x1 e 3x4x3.
No 4x2x3x1, jogam com duplo-pivôt, ocupada por Kramer, Zakaria, Strobl ou Neuhaus. Na frente de ataque jogam com uma referência ofensiva: Pléa ou Stindl. Atrás da referência ofensiva colocam três jogadores, que podem ser Herrmann, Embolo, Thuram, László Bénes ou Hofmann. Apresentam diversas variantes, como o 4x3x3, o 4x5x1 ou o 4x4x2. Em todos estes sistemas, anteriormente inumerados, podem jogar com um duplo-pivôt ou com uma linha de três no meio campo.
Por fim, o 3x4x3, que também apresenta bastantes variantes, tem na sua génese uma linha de três, com Zakaria, Strobl ou Jantschke a encaixar no meio dos dois centrais habituais Ginter e Elvedi. Os laterais ganham espaço livre e, em virtude da sua preponderância ofensiva, criam desequilíbrios na defensiva adversária. Dão uma grande largura e profundidade à equipa, conseguindo ultrapassar a primeira linha de pressão do adversário com facilidade.
As mutações táticas da equipa de Marco Rose são uma evidente vantagem para a sua equipa. Não só pela dificuldade que o adversário tem em prever qual o sistema tático que o Borussia vai apresentar, mas também permite à equipa mudar a sua estrutura em campo no decorrer do jogo, adaptando-se ao adversário e, assim, fazendo face às adversidades que lhe são colocadas.
Organização Defensiva
A equipa de Gladbach defende em bloco médio-alto, exercendo uma pressão forte e agressiva sobre o portador da bola. Através desta pressão, conseguem recuperar rapidamente a posse de bola. Jogam com os setores bastante próximos, evitando dar muito espaço ao adversário para jogar entre linhas. São uma equipa particularmente forte no momento da reação à perda.
A pressão alta pode ser um elemento contra quando não é bem executada e, é aqui que o Borussia enfrenta algumas dificuldades. Apesar da velocidade dos seus centrais e laterais, que formam uma linha de 5, quando têm os apoios mal colocados podem ter dificuldades em abordar bolas que são colocadas nas suas costas.
Organização Ofensiva
Procuram sair a jogar a partir de trás, com o guarda-redes a participar, por diversas vezes, na 1ª fase de construção. A 1ª fase de construção é feita com três jogadores, esteja a equipa a jogar em 3x4x3 ou em 4x2x3x1. Jogando com quatro defesas, um dos médios encaixa no meio dos centrais para executar a saída de bola da equipa. Mesmo pressionados, optam por sair a jogar, seja pelos médios centro, procurando o jogo interior, ou pelos laterais, procurando os corredores laterais. Se forem pressionados, ultrapassam a pressão adversária, procurando as referências ofensivas que, posteriormente, procuram a profundidade através da velocidade.
Os dois laterais oferecem bastante largura e profundidade à equipa, aparecendo também em zonas de finalização. Os jogadores mais ofensivos da equipa potenciam uma elevada rotatividade entre si, podendo posicionarem-se em 1×2, 2×1 ou, até mesmo, com uma linha de três. Esta rotatividade na frente de ataque dificulta as marcações da defesa adversária, não permitindo a marcação individual e homem a homem. Thuram, Pléa e Embolo são rápidos e fortes fisicamente, conseguindo criar desequilíbrios individuais através de situações de 1vs1.
Transições como arma de jogo
Um capítulo importante no jogo do Borussia de M’Gladbach. Seja transição defensiva ou ofensiva, a equipa germânica é bastante eficiente.
No capítulo defensivo, são fortes na reação à perda e conseguem, muitas vezes, recuperar a bola em zonas ofensivas. Para isto acontecer, dão a liberdade para o adversário sair a jogar, para depois partirem para a pressão forte e agressiva.
Nas transições ofensivas, jogam um futebol apoiado e rápido. São bastante verticais nas suas ações, tendo uma posse de bola bastante objetiva (média de 51,5% de posse de bola na Bundesliga). Quando recuperam a bola, saem rapidamente em transição ofensiva conseguindo, através de triangulações, penetrar na defesa adversária. Os avançados jogam em apoio frontal e através de movimentos de rotura, em busca da profundidade, os médios conseguem ter soluções entre as linhas da defesa adversária.
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