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O Sporting de Braga sabia de antemão que para entrar na Europa do futebol, teria primeiro de defrontar e derrotar o Spartak de Moscovo.

Primeiro jogo em Braga

O Play-off começaria no estádio municipal de Braga. Uma vantagem por 1-0 no final do encontro, levava a eliminatória para ser decidida na Rússia.

Sistemas Tácticos:

A equipa de Ricardo Sá Pinto surgiu em sua casa com uma atitude pressionante, bloco bem subido, procurando aproveitar ao máximo o factor casa;

Por outro lado, os russos viajaram até ao Minho com uma estratégia assente num bloco mais baixo, mais de contenção e rigor defensivo, numa tentativa clara de levar a eliminatória em aberto para Moscovo;

Estratégia moscovita passava essencialmente pelo aproveitar do adiantamento dos minhotos, para através do passe longo aproveitar a profundidade e as costas de laterais e centrais adversários;

Dado o fechar dos espaços no corredor central, o Braga sentiu dificuldades no último terço do terreno para ligar o seu jogo pela zona interior. Assim sendo, procurou aproveitar o pouco auxílio defensivo dos extremos adversários, bem como a titularidade de Fransergio que aparece muito bem vindo de trás em zonas de finalização para tirar cruzamentos para a grande área.

O Spartak procurou neste jogo, ser muito objectivo, e sempre que tinha bola descoberta em zonas perto da grande área, não hesitavam em rematar à baliza contrária, numa tentativa clara de marcar fora;

Após o intervalo, boa leitura por parte de Sá Pinto que decidiu realizar uma pressão média, num convite claro para que os visitantes assumissem mais o jogo, subissem mais no terreno e assim concedessem mais espaços atrás;

O golo da vitória nasce aos 73 minutos de jogo por Ricardo Horta;

Segundo jogo em Moscovo

Com a vitória curta da 1ª mão, o play-off seria decidido na sempre desgastante deslocação à Rússia. Não se esperava facilidades, mas o Sporting Clube de Braga demonstrou ter uma equipa guerreira e com uma personalidade forte. Viria a vencer o jogo fora por 1-2 e carimbar a sua passagem à fase de grupos da Liga Europa. Mais que isto, em dois play-offs de acesso a que foi submetido, conseguiu vencer todos os quatro jogos disputados.

Sistemas tácticos:

Verdade seja dita: o Spartak revelou ser uma equipa forte, composta por jogadores de qualidade e que só não conseguiu estar presente nas competições europeia por apanhar pela frente uma forte equipa lusitana;

Foi uma personalizada equipa bracarense que surgiu no estádio Otkrytie Arena: Pressão média, agressivos na pressão não dando tempo/espaço para os adversários pensarem e executarem as jogadas. Nítida preocupação, em controlar os espaços entre-linhas e evitar ao máximo os passes verticais de entrarem nessas zonas do terreno;

A equipa da casa procurou assumir o favoritismo, tendo nos primeiros 30 minutos de jogo 2 oportunidades de golo que não conseguiu concluir com sucesso;

Para este jogo, Kononov procurou condicionar a construção de jogo bracarense desde trás, assumindo um bloco alto e que devido à basculação do meio campo para o corredor da bola, gerar fortes zonas de pressão (sobretudo nos corredores laterais) com a presença densa de vários jogadores e coberturas defensivas;

No entanto, ofensivamente a equipa revelou em ambos os jogos, uma clara falta de ideias no último terço ofensivo, vivendo em demasia dos rasgos individuais dos seus jogadores, sobretudo Zelimkhan Bakaev. Tanto ele como o outro extremo Mirzov, procuram essencialmente movimentos diagonais com bola e jogadas de 1×1, enquanto que o jogo interior pouco existe. Pouca influência dada no modelo de jogo ao nome mais sonante da equipa Schurle;

Na 1ª fase de criação de jogo, saem com a linha de 4, sempre procurando o passe mais vertical, tentando entrar no meio campo adversário através deste, para depois servir os extremos. De realçar, o notável desempenho do avançado Ponce neste ligar de jogo, recuando diversas vezes para dar apoios frontais, recebendo a bola, protegendo-a dos centrais adversários nas suas costas e ainda conseguindo rodar para a baliza contrária, para rematar ou passar a bola segura a um companheiro. Este tipo de movimentos, permite à equipa ligar o jogo, entrar no meio campo ofensivo e “respirar com bola”;

Importância da titularidade de Paulinho neste contexto de jogos: recua para pedir bola entre linhas, e consegue arrastar marcações adversárias abrindo espaços para extremos entrarem;

Com a entrada de Galeno no jogo por lesão de Wilson Eduardo, dá-se um upgrade ofensivo: equipa ganha criatividade no 1×1, visão de jogo, aceleração e imprevisibilidade de movimentos interiores e exteriores;

No entanto, e um pouco à imagem do que fez o Spartak, os guerreiros do Minho também geram fortes zonas de pressão nos corredores laterais, através da basculação da sua defesa e meio campo para o lado da bola;

Já no final da 1ª parte surgem os dois golos do Braga que matam a eliminatória e forçavam os russos a terem de marcar no segundo tempo 4 golos!

Após o intervalo, o Braga sentindo a eliminatória conquistada, gere inevitavelmente mais o encontro, com menor agressividade na pressão, o que leva a um natural e calculado baixar de linhas. Já o Spartak acusou os dois golos e conformou-se com a eliminação não conseguindo impor-se ou criar grande perigo, apenas já no final conseguindo obter um golo;

Este plantel dos Arcebispos dá ao seu treinador quer em qualidade, quer em número de opções, as garantias necessárias para puder competir em todas as frentes (campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga) de forma bastante competitiva. Uma análise mais atenta a este plantel, facilmente podemos concluir a existência de 2 jogadores por posição (em vários casos até com características distintas), completamente aptos para lutarem pela titularidade e com a garantia de que qualquer um deles pode trazer rendimento, sem que a equipa se possa ressentir da ausência do outro. Isto só pode trazer boas dores de cabeça que qualquer treinador gosta de ter e dá ao plantel uma competitividade interna sadia (ninguém tem a presença no onze como certa) e permite a Sá Pinto poder fazer a melhor gestão em cada competição/jogo, sem comprometer as aspirações nas diversas provas em que vão estar inseridos.

Ricardo Horta o herói da eliminatória

Ricardo horta sem dúvida alguma foi o MVP não só do último jogo do play-off, como deverá ser condecorado como o melhor jogador da eliminatória com 3 golos marcados nos 2 jogos !

Apenas de referir que o golo sofrido pelos minhotos põe a nu uma das suas fragilidades defensivas, conforme explicado na imagem:



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