Como se de uma etapa de ciclismo se tratasse, a equipa que vai à frente veste de amarelo e é uma das surpresas da competição decorridas já 8 jornadas.

Com uma grande capacidade finalizadora (27 golos marcados no total, sendo que nos últimos 4 jogos do campeonato soma 19 golos!!) a equipa orientada por Lucien Favre aposta na juventude, não só em jogadores oriundos da sua formação como Bruun Larsen ou Pulisic , mas também em talentos detetados pelo seu Scouting desde muito cedo, despontando agora ainda em tenra idade na equipa como Zagadou, Akanji ou Sancho.
Esta questão da idade será mesmo um “handicap”, uma vez que esta aposta trará certamente benefícios desportivos e financeiros a breve trecho, mas também acarreta consigo alguma falta de experiência competitiva no presente. Basta analisar que o quarteto defensivo titular frente a Leverkusen e Augsburg e que tem vindo a ser titular em diversos jogos era composto por: Diallo (22 anos), Zagadou (19 anos), Ankanji (23 anos) e Achraf (19 anos).
É de salientar ainda a ausência por lesão de jogadores muito importantes e experientes como Toprak, Schmelzer, Rode ou Kagawa que podem elevar ainda mais os níveis de qualidade da equipa.
Esta aposta na formação de jovens jogadores só faz sentido com a presença no plantel para além dos jogadores acima mencionados, a de outros de renome mundial como Reus, Gotze, Witsel, Burki, Toprak, Schmelzer, Piszczek etc que são referências a seguir pelos mais novos, permitindo-lhes aprender com estes, ter referências dentro do balneário que lhes possa servir de exemplo, dar conselhos produtivos e indicar qual o melhor caminho a seguir.
Esta “mistura” na composição do plantel entre irreverência juvenil com experiência/maturidade será um fator decisivo para o passar da mística do clube que joga no mítico Signal Iduna Park.


A equipa nos jogos analisados (Leverkusen e Augsburg) atua num sistema tático 4-2-3-1, sempre à procura de manter um certo rigor posicional em organização defensiva, daí o realizar de uma pressão média e sempre com as suas linhas bem juntas e compactas.
Ainda no processo defensivo detetamos uma boa basculação defensiva para o lado da bola, com a equipa a conseguir gerar zonas de pressão nos corredores laterais com o colocar de vários jogadores, conseguindo fechar muito bem os espaços. Contudo, detetamos que o lado contrário da bola fica demasiado exposto, o que frente a um adversário com bons executantes no passe de longa distância, consiga realizar variações longas para o outro corredor de jogo, o que pode expor a equipa a situações de igualdade ou até mesmo inferioridade numérica.
Há ainda a destacar pela negativa, alguma incapacidade no jogo aéreo por parte dos seus centrais, não por serem de baixa estatura, mas mais relacionado com o tempo de salto e os “timings” do atacar da bola no ar.
Ainda como falado anteriormente, alguma falta de maturidade competitiva do seu quarteto recuado, leva ao cometer de alguns erros defensivos, nomeadamente várias situações dentro da grande área onde se justificaria o optar por uma resolução simples e eficaz (alívio de bola) do problema, ao invés de perderem a bola em zonas muito perigosas por tentativas de transporte de bola ou saídas a jogar sob pressão.
Também por diversas vezes verificamos erros no posicionamento defensivo por parte do lateral Diallo, demasiado “aberto” em relação ao posicionamento do central do seu lado, dando a possibilidade para os adversários explorarem as entradas no espaço proibido entre central-lateral.
No processo ofensivo concluímos que tanto as transições defesa-ataque, como organização ofensiva constituem o ponto forte da equipa (não será por acaso os golos marcados nas últimas jornadas)
Com uma ótima 1ª fase de construção de jogo, sempre procurando saídas curtas pelos centrais, é a dupla de médios centro (sobretudo Witsel) quem mais pensa o jogo e procura ligá-lo aos jogadores da frente. De forma paciente, tanto centrais como médios procuram pensar o jogo da equipa desde trás, enquanto o trio (Reus, Larsen e Pulisic ou Sancho) procuram explorar o espaço entre linhas adversárias. Quando o conseguem, sai um passe vertical realizado por central ou médio, e a equipa consegue desta forma “invadir” o meio campo adversário e procurar depois entrar em zonas de finalização. Contudo, principalmente analisado frente ao Augsburg, constatou-se que a equipa perante oponentes que realizem uma pressão alta, sente dificuldades e desconforto na sua 1ª fase de construção com maiores perdas de bola do que o habitual, com várias tomadas de decisão precipitadas que levam a perdas de bola em zonas perigosas e obrigando a equipa a recorrer ao passe longo em detrimento do passe curto.
É caraterizada por nós como uma equipa paciente com bola e tal foi evidente tanto no jogo em Leverkusen (em que a perder por 2-0 até 15 minutos do final) como no jogo com o Augsburg (consegue o golo da vitória no último minuto de jogo após ter estado em desvantagem grande parte da partida) onde ofensivamente nunca “perdeu a cabeça” tentando chegar a todo o custo á baliza adversária e ao golo, antes privilegia seguir os seus princípios de jogo assentes num ritmo mais baixo, sem nunca perder o raciocínio tático.
Quanto mais subido no terreno o adversário estiver, mais rápido a equipa consegue “descobrir” e executar o passe vertical para o espaço livre entre linhas adversárias e ter o espaço desejado para o explorar de contra-ataques rápidos e letais, aproveitando já no último terço a velocidade, técnica e instinto finalizador dos criativos Reus, Sancho ou Pulisic, como se verificou sobretudo frente ao Augsburg, pois procurou pressionar alto e condicionar a 1ª fase de construção do Borussia. De destacar ainda neste momento a importância do seu capitão Marco Reus nos contra-ataques da equipa, sendo ele a principal referência que a equipa procura nestes momentos de saídas rápidas quer pelo seu transporte de bola em velocidade, quer pela sua capacidade para dar “apoio” tanto nos corredores laterais como no corredor central, criando situações de igualdade/superioridade numéricas.
Na nossa opinião, é no explorar do “espaços entre linhas” que entra a preponderância de Paco Alcácer no jogo da equipa. Não tem sido um titular absoluto, mas quando está em campo faz algo que nenhum outro ponta de lança da equipa consegue, que é o recuar para esse espaço, oferecendo à equipa mais uma linha de passe e ajudando a criar situações de superioridade numérica na zona central. O ex-Barça recua para “buscar jogo”, oferecendo apoios frontais e quando a bola lhe é endereçada, rapidamente a devolve para um companheiro, realizando depois desmarcações de rutura para entrar novamente nas zonas de finalização (o 3º golo frente ao Leverkusen é o exemplo disso). Já para não falarmos no seu instinto goleador, onde em 3 jogos da Bundesliga (apenas um como titular) leva já 6 golos e em 5 jogos no total das competições, conta com 7 golos marcados…
Uma referência final para o internacional português Raphael Guerreiro que ainda longe da melhor forma física (três lesões musculares na época transacta e mais uma lesão que não lhe permitiu iniciar esta nova temporada) tem sentido algumas dificuldades em se fixar no 11 apesar das suas qualidades mais que reconhecidas. Dono de um pé esquerdo invejável, uma qualidade técnica requintada e uma boa visão de jogo e qualidade de passe, argumentos que fizeram mesmo que Tuchel o tivesse colocado em diversos jogos como médio centro com algum sucesso.No jogo frente Augsburg entrou aos 70 minutos para jogar como médio esquerdo, cumpriu e conseguiu criar desequilíbrios. É esta sua polivalência (aliada à sua qualidade inegável) que o torna tão apetecível para qualquer plantel europeu. Após o calvário das lesões que têm-no retirado da titularidade, espera-se agora que consiga recuperar a melhor condição física e lutar por um lugar nesta equipa. Falhou os primeiros 5 jogos do campeonato, regressando aos convocados no jogo frente ao Leverkusen, mas sem ser utilizado.
No entanto, e sem querer retirar mérito algum ao excelente arranque/momento de forma atual da equipa, parece-nos ser demasiado cedo para concluir se este Borussia conseguirá ou não terminar a prova no 1º posto. Quando dizemos cedo, não será apenas pela fase prematura da temporada, mas sobretudo porque defendemos que a ex equipa de Tuchel terá de passar por um processo natural de consolidação e amadurecimento de um plantel ainda muito jovem, principalmente quando a concorrência apresenta um plantel milionário e experiente como o do Bayern de Munique que já joga junto à anos e tem diversas soluções para todas as posições.
O futuro, esse parece ser risonho e a contínua aposta ao longo das últimas temporadas na formação de jovens futebolistas irá certamente dar os seus frutos e recolocar o clube novamente num patamar de excelência, podendo passar por uma evolução em tudo idêntica á que sofreu com Jurgen Klopp, culminando com conquistas de Bundesligas, presenças em finais de Champions e vendas milionárias de jogadores como Hummels, Lewandowski ou Gundogan.[:]
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