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Chelsea – Em busca de um Rumo

Três jogos, duas vitórias e um empate. Três golos marcados e zero sofridos esta é a contabilidade de Tuchel, até ao momento enquanto treinador do Chelsea.

Thomas Tuchel nāo precisa de grandes apresentações. Chega ao Chelsea depois de experiências no Mainz, Borussia Dortmund e Paris SG (de onde saiu com a maior percentagem de vitórias na historia da Ligue 1 75,6%).

O treinador Alemão vem para substituir Frank Lampard, que depois de uma boa primeira época à frente dos Blues, não conseguiu manter os bons resultados e acabou por seguir o mesmo rumo de muitos dos treinadores de Roman Abramovic.

Pelos relatos de ex-jogadores, sabe-se que mais do que apresentar uma estrutura de jogo definida, Thomas Tuchel procura colocar os seus jogadores nas posições onde mais podem render. Mesmo nas suas sessões de treino, não procura dar uma receita de como resolver os problemas, mas sim, apresentar problemas para que eles próprios durante as sessões e jogos consigam encontrar as melhores soluções.

Até agora e com três jogos realizados, já podemos tirar algumas conclusões de como os comandados de Tuchel se podem apresentar. Assentado num 3-4-2-1, que dependente da linha da frente, se pode tornar num 3-4-1-2, onde os alas dão total largura ao jogo e que privilegia a posse.

XI Inicial

O Chelsea estrutura-se num 3-4-2-1 ou em 3-4-1-2, a diferença entre um e outro é o posicionamento em de campo de Mason Mount. Desde a segunda parte frente ao Burnely que Tuchel optou por pôr o jogador Inglês como 10, atrás dos 2 avançados. No jogo contra os Wolves e primeira parte contra o Burnely, o Chelsea jogou com um avançado mais fixo (Giroud ou Abraham) e com dois jogadores em apoio.

Na baliza Mendy, os três centrais a serem Rudiger, T. Silva e Azpilicueta, médios-centro Kovacic e Jorginho. Na frente os alas Hudson-Odoi e M. Alonso e os 3 avançados Werner, Pulisic e Mount.

Momento Ofensivo

A equipa privilegia uma construção lenta atrás e procura chegar de forma apoiada ao meio-campo. Com 3 centrais e mais 2 médios centro, o Chelsea procura criar um 5vs2/5vs3 na primeira fase de construção.

Se os adversários fazem uma pressão alta, Azpilicueta (o central pela direita) abre mais no seu flanco, os outros 2 centrais (Rudiger e Thiago Silva) afastam-se, dando a Mendy (Guarda-Redes) opções de passe. Se os avançados continuarem essa pressão até Mendy, então deixam livre um dos centrais, se a pressão não for até ao Guarda-Redes e estiverem a marcar os centrais, o próximo passe sai para um dos médios-centro que vêm em apoio.

Se os Blues jogarem contra uma equipa que não pressione alto, então os centrais transportam a bola até à entrada do meio-campo adversário.

Com espaço, os centrais do Chelsea, têm liberdade de conduzir a bola, para tentar fixar um dos médios centro adversários e assim libertar, principalmente Kovacic ou Mount.

Nesta segunda fase de ataque, o Chelsea procura ser paciente até encontrar o espaço certo para ferir os adversários. Os comandados por Tuchel, têm definido que querem explorar as costas dos laterais, principalmente do lateral esquerdo (49% dos ataques da equipa a virem por esse lado frente aos Spurs), e para isso têm de encontrar formas de os reposicionar.

Isso acontece maioritariamente de duas formas, se Azpilicueta for pressionado pela médio-ala adversário e o ala pelo lateral então o avançado do lado direito têm liberdade para atacar esse espaço.

Outra forma, é atraindo os adversários para o lado oposto, mantendo o ala sempre aberto no lado direito, Mount move-se para os meio-espaços atraindo a marcação do lateral esquerdo, e depois Rudiger usa a sua qualidade de passe diretamente para Odoi/James que têm sempre espaço à sua frente. Esta variação de flanco, também pode ser feita por Kovacic, se este estiver com espaço. Esta situação foi bastante observada, em especial no jogo contra o Burnely onde Kovacic e Rudiger foram os jogadores que mais passes longos realizaram.

Se a equipa adversária baixa para um bloco-baixo, a variação de flanco é mais lenta usando Jorginho, mas o movimento acaba por ser o mesmo, avançado-direito a derivar para dentro com o ala a usar o espaço criado.

Chegados há zona de definição, os cruzamentos acabam por ser geralmente atrasados ou para a zona entre centrais e guarda-redes.

Em transição ofensiva raramente optam pela velocidade, preferindo manter o controlo na transição e a equipa o mais compacta possível.

Momento Defensivo

Defensivamente, são uma equipa que procura pressionar alto, se a equipa adversária aquando desta pressão joga longo diretamente para o seu avançado, os centrais do Chelsea fazem pressão sobre esse jogador de imediato impedindo-o que rode e fique de frente para a baliza dos Blues. 

Nesta primeira fase de pressão, procuram forçar um erro ou uma boa longa por parte dos adversários, se não for possível procuram encaminhar a bola para uma zona lateral e aí voltar a acentuar a pressão. Criando superioridade numérica nos corredores

Se os jogadores mais perto da bola não conseguem pressionar, a equipa baixa e organiza-se em 5-2-3 ou em 5-2-1-2, dependendo da posição de Mount, com os alas a ficarem em linha com os 3 centrais.

O Chelsea tem neste momento aspetos que naturalmente podem ser trabalhados, quando os adversários conseguem manter a bola por um maior período de tempo, os médios centros do Chelsea baixam para perto da sua linha defensiva, o que deixa muito espaço à sua frente. Se o posicionamento de Mount é à frente de Jorginho e Kovacic, então o espaço está ao lado do médio-centro oposto à bola.

Outro problema que a equipa pode ter é a defender cruzamentos, especialmente vindos do lado esquerdo com o avançado a atacar a zona de Azpilicueta.

Em transição defensiva, procuram com uma reação rápida à perda da bola, condicionando o portador da mesma. 

Quem mais ganha com Tuchel

Havertz/Werner/Rudiger

Os jogadores Alemães do plantel, todos com clara qualidade, mas nenhum se conseguiu impor com Lampard. Esta contratação de Tuchel terá certamente de ser vista num prisma de potencializar jogadores que o clube comprou este Verão, (Werner e Havertz) que até ao momento não foram aproveitados da melhor forma.

Kepa

Depois de ter sido comprado ao A. Bilbao por uma quantia recorde em 2018, e de na última época não ser titular absoluto e de nesta temporada, até ao momento, ser Mendy o dono da baliza, com Tuchel terá a oportunidade de começar do zero e provar que ainda vai a tempo de ser um elemento importante.

Marcos Alonso

Um jogador que rende mais como ala-esquerdo em vez de lateral-esquerdo. Com Tuchel a usar uma defesa a 3, pode tornar-se um jogador importante na equipa, depois de com Lampard ter jogado apenas três vezes nesta temporada.

Jorginho

Nesta temporada até à chegada de Tuchel, não fazia 90’ para a Premier League desde 24 de Outubro, com o treinador Alemão nos três jogos realizados completou os 90’ em todos. Certamente que vai ser fundamental no novo modelo de jogo dos Blues.

Conclusão

O Chelsea depois de um grande investimento e não ter começado a temporada da melhor maneira, escolheu Tuchel para treinador e para já mostrou ser uma ótima solução.

A equipa de Londres tem ótimas condições para fazer uma boa segunda metade de época, que os leve para lugares de acesso à Liga dos Campeões.

Tuchel em 10 dias jogou contra equipas com blocos baixos e mostrou ser capaz de arranjar maneiras de encontrar espaços nas defensivas adversárias



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