Data Scouting – Destaques do Campeonato de Portugal

O Campeonato de Portugal este ano sofreu uma reestruturação, passando a ser a “4ª Divisão Nacional” do futebol português. Esta temporada o Campeonato teve 61 equipas, com o Paredes, Lank Vilaverdense, Fontinhas, Moncarapachense e CF “Os Belenenses” a serem promovidos à Liga 3.

Devido à existência de muitos clubes e vários amadores ou semiprofissionais, continua a ser uma competição com muitas oportunidades de negócio para os clubes dos Campeonatos Profissionais. Neste sentido, procuramos através de dados estatísticos da Competição, encontrar alguns destaques deste campeonato.

Data Scouting

Antes de explicar o método é importante indicar alguns pressupostos da análise realizada:

Pressupostos

1. Dados obtidos via Instat;
2. Estatísticas retiradas no final do Campeonato de Portugal;
3. Foram apenas considerados jogadores com mais de 450 minutos de jogo;
4. As posições são as que estão definidas no Instat e é considerado como a posição em que o jogador fez mais minutos.
5. Os jogadores destacados foram são de séries diferentes e de equipas diferentes.

A análise, e para garantir uma comparação mais exata e precisa entre jogadores, subdividiu-se em várias posições – defesas centrais, laterais, médios centro, extremos e avançados, tendo sido descartados, por falta de elementos com estatísticas relevantes, os guarda-redes.

Neste sentido e tal como referido nos pressupostos, a única condição que filtrámos, para além da posição, foram jogadores com mais de 450 minutos jogados. As estatísticas selecionadas, por posição, irão depender das características valorizadas, por clube, diretor desportivo, treinador, scout, analista, ou pela pessoa que vai realizar a análise.

Por fim, decidimos em todas as posições mostrar um gráfico com estatísticas relacionadas com o momento com bola, um gráfico com estatísticas relacionadas com o momento sem bola e um gráfico que junta estatísticas do momento com e sem bola.

Defesas Centrais

Quando analisamos um defesa central, em primeiro lugar, devemos olhar para as suas competências defensivas. No entanto, hoje em dia e principalmente em equipas que jogam em ataque continuado há uma busca por centrais que tenham capacidades com bola, principalmente em termos do passe e drible.

Foi nesse sentido que procurámos juntar essas competências através da análise destes gráficos, competências defensivas, ofensivas e a junção das duas.

Analisando os gráficos acima, os jogadores que chamam mais à atenção, são os seguintes:

• Laércio Morais (Lank Vilaverdense) e Ruben Pereira (Juv. Pedras Salgadas) – Competências ofensivas, demonstrado um grande acerto no passe e no drible.
• Tiago Cavadas (Olhanense) e D. Collard (Maritimo B) – Competências defensivas, demonstrando uma boa percentagem de duelos defensivos ganhos, bem como nas recuperações de bola.

Na conjugação dos dois aspetos (ofensivo e defensivo), Laércio Morais é o jogador que demonstra um maior equilíbrio em termos de componente ofensiva e defensiva, de acordo com os critérios que definimos.

Laércio Morais, Defesa Central, 29 anos, Lank Vilaverdense

Laércio é um central que tem passado por equipas com objetivos ambiciosos no Campeonato de Portugal e inclusive já jogou na Segunda Liga. É canhoto e caracteriza-se por conciliar o jogo com bola, através do passe e da sua qualidade técnica no drible, onde consegue variar entre passe simples, quer para o lado, quer para trás, juntando a isso a capacidade de efetuar passes longos, ou entrelinhas de forma à sua equipa entrar no bloco adversário.

Para além disso, é um jogador defensivamente muito agressivo, tanto nos duelos pelo chão como nos duelos aéreos, utilizando a sua capacidade de leitura dos lances, antecipação e desarme dos adversários. Na próxima temporada manter-se-á no Lank Vilaverdense.

Laterais

Na análise a um Lateral, vai depender muito do tipo de funções que queremos que ele tenha. Poderão ser mais defensivas, sendo um jogador que fica mais baixo no apoio aos centrais ou poderão ser mais ofensivas, quando se utiliza por exemplo uma construção a 3, em que funcionam mais como um ala e com maior liberdade ofensiva. Foi nesse sentido que procurámos juntar essas competências através da análise destes gráficos, competências defensivas, ofensivas e a junção das duas.

Analisando os gráficos acima, os jogadores que nos chamam à atenção, são os seguintes:

• Alexandre Figueiredo (CF “Os Belenenses”) e João Oliveira (Berço SC) – Competências ofensivas, demonstrado um grande acerto no passe e no cruzamento.
• Itto Cruz (Fontinhas) e Kiko Pereira (São Martinho) – Competências defensivas, demonstrando uma boa percentagem de duelos defensivos ganhos, bem como na recuperações de bola.

Na conjugação dos dois aspetos (ofensivos e defensivos), Gianluca Goudellis (Mirandela) é o jogador que demonstra um maior equilíbrio em termos de componente ofensiva e defensiva, de acordo com os critérios que definimos.

Gianluca Goudellis, Lateral Direito, 26 anos, Mirandela

Gianluca Goudelis é um lateral direito muito forte no momento defensivo, especialmente na forma como lê os lances, abordando-os de forma agressiva e sempre muito objetiva para roubar a bola ao adversário. Não obstante, no momento ofensivo, tem capacidade para efetuar diferentes tipos de passe com grande acerto, bem como cruzamentos para a área.

Médios centro

Quando analisamos um médio centro, vai depender do tipo de médio que procuramos – mais ofensivo ou o tipo de médio centro mais completo, com maior raio de ação e que junta características ofensivas com defensivas. Para esta situação, iremos procurar novamente um equilíbrio, um médio que junte características com bola e sem bola.

Analisando os gráficos acima, os jogadores que sobressaem mais são os seguintes:

• Abdul Wahab Hanan (Loures), Henrique Martins (Leça) – Competências ofensivas, demonstrado um grande acerto no passe e no drible.
• Zé Lopes (Amarante) e Muslim Saleh (Vit. Sernache) – Competências defensivas, demonstrando uma boa percentagem de duelos aéreos ganhos, bem como nos cortes.

Na conjugação dos dois aspetos (ofensivos e defensivos), Henrique Martins é o jogador que demonstra um maior equilíbrio em termos de componente ofensiva e defensiva, de acordo com os critérios que definimos.

Henrique Martins, Médio Centro, 24 anos, Leça

O Felgueiras tem sido um recrutador muito forte no Campeonato de Portugal e um dos nomes que recrutou para a época 2022/2023 foi Henrique Martins. Atuou como um ‘6’ no Leça, mas demonstra ser um médio com muita qualidade com bola, um dos primeiros “pensadores” do jogo ofensivo da sua equipa. Tem capacidade de jogar curto, longo, ou entrelinhas, mas sempre com bom critério. Defensivamente, é rápido, com grande raio de ação e forte no desarme.

Extremos

Quando analisamos um extremo, normalmente analisamos a sua capacidade de ter impacto direto na manobra ofensiva da sua equipa, através do último passe ou através de cruzamento. Não obstante e cada vez mais se pede a um extremo que tenha boa capacidade defensiva, quer nos duelos, quer na capacidade que tem de recuperar a bola no meio campo ofensivo.

Nesta situação, o Instat considera vários jogadores que atuam como alas ou como médios interiores direitos e são esses que se destacam no aspeto defensivo. Para estas situações, é necessário efetuar alguma pesquisa e considerámos apenas extremos (desconsideramos médios interiores e alas) para os destaques.

Analisando os gráficos acima, os jogadores que nos chamam à atenção, são os seguintes:

• Leandro Ferreira (Olhanense) e Baba Zakari (Gondomar) – Competências ofensivas, demonstrado um grande acerto no cruzamento e último passe, respetivamente.
• Sele Davou (São Martinho) e Juan Hernandez (Valadares de Gaia) – Competências defensivas, demonstrando uma boa percentagem de duelos ofensivos ganhos, bem como nas recuperações de bola no meio campo ofensivo.

Na conjugação dos dois aspetos (ofensivos e defensivos), Xavier Venâncio (Olhanense) é o jogador que demonstra um maior equilíbrio em termos de componente ofensiva e defensiva, de acordo com os critérios que definimos.

Xavier Venâncio, Extremo, 23 anos, Olhanense

Chamar a Xavier Venâncio um extremo pode parecer estranho, mas a verdade é que hoje em dia os extremos cada vez são mais completos, podendo jogar zonas interiores. Tem no critério, inteligência e no último passe os seus grandes pontos fortes. Jogador com boa leitura de jogo e com capacidade tanto para fazer movimentos interiores, como para fazer cruzamentos e ambas as funções muito bem. Oficialmente ainda não tem a sua situação resolvida, mas é um jogador com potencial para dar o salto para a as Ligas Profissionais.

Avançados

Quando analisamos um avançado, normalmente analisamos a sua capacidade de contribuir para os golos da sua equipa, quer pelos golos, quer pelas assistências. Não obstante e cada vez mais se pede a um avançado que tenha boa capacidade defensiva, quer nos duelos, quer na capacidade que tem de recuperar a bola no meio campo ofensivo.

Analisando os gráficos acima, os jogadores que nos chamam à atenção, são os seguintes:

• Alvarinho (Louletano) e Rúben Araújo (CF “Os Belenenses”) – Competências ofensivas, demonstrado uma grande contribuição direta nos golos da sua equipa.
• Jefferson (Marítimo) e João Martins (Tirsense) – Competências defensivas, demonstrando uma boa percentagem de duelos ofensivos ganhos, bem como nas recuperações de bola no meio campo ofensivo, respetivamente.

Na conjugação dos dois aspetos (ofensivos e defensivos), Rúben Araújo (CF “Os Belenenses”) é o jogador que demonstra um maior equilíbrio em termos de componente ofensiva e defensiva, de acordo com os critérios que definimos.

Rúben Araújo, Avançado, 24 anos, Belenenses

Já conseguiu a transferência para os Campeonatos Profissionais, neste caso para o Leixões que está na Liga 2 Sabseg. Rúben Araújo, nos últimos anos tem passado por vários contextos e tem sido sinónimo de golos por onde passa. Esta época no CF “Os Belenenses”, não foi diferente, foi eleito o melhor jogador do Campeonato de Portugal por diferentes meios de comunicação, pela contribuição que tem nos golos da sua equipa. É um avançado que aparece muito bem em zonas de finalização e acaba por conseguir finalizar de diferentes formas, pelo chão, pelo ar, em bola parada e em bola “corrida”. É um avançado que não é muito associativo, mas é muito letal no momento de finalizar.

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