Desempenho colectivo na 1ª volta da Liga NOS
A ProScout dedicou-se a vários artigos e relatórios sobre o final da primeira volta da Liga NOS e da Liga Portugal SABSEG. Depois de destaques mais individuais aos craques de cada campeonato, terminamos com uma visão mais colectiva das equipas da Liga NOS, abordando as melhores e piores equipas em diferentes momentos e ações do jogo, tentando interpretar alguns dos dados estatísticos que recolhemos e podendo comparar estilos, identidades e o rendimento de diferentes equipas, recorrendo a dados estatísticos menos tradicionais do que pontos, golos marcados, golos sofridos, algo que podem ver nesta imagem, com a tabela classificativa ao final da jornada 17 (entretanto desatualizada, e com Farense e Vitoria SC a terem um jogo em atraso):
O segredo do líder: a defesa
O Sporting de Rúben Amorim tem sido, de longe, a melhor equipa da Liga, e destaca-se principalmente pela sua solidez defensiva. A melhor defesa do campeonato, composta principalmente por Adán/Porro/Neto/Coates/Feddal/Nuno Mendes, tem estado em grande plano, com excelente coordenação defensiva, assumindo alguns riscos mas sempre muito organizada e sem permitir grandes oportunidades aos adversários. Na tabela acima, vemos os “Expected goals” dos adversários de todas as equipas da liga, confirmando alguns dos factos que se verificaram ao longo das diferentes jornadas: a qualidade defensiva de Sporting e Vitoria SC (imagem de marca de ambas as equipas), e a fragilidade de Boavista e Tondela (confirmando a posição de ambas na tabela, que se pode ver assinalado a verde junto à barra de cada equipa).
O big-four da Liga NOS: atacar muito e bem
A diferença de qualidade individual e colectiva das melhores equipas em Portugal vê-se, principalmente, no momento ofensivo: FC Porto, Benfica, Sporting e Sporting Braga atacam e marcam mais do que todos os outros clubes da competição. Avaliando a quantidade de vezes que as equipas entram na área adversária e os golos que marcaram, o FC Porto de Sérgio Conceição justifica o melhor ataque da prova, o Benfica confirma não só a falta de eficácia que tem tido, mas principalmente os problemas de decisão no último terço: é das equipas que mais vezes entra na área adversária, mas não consegue tornar esse domínio em golos. Do lado contrário, é muito interessante verificar a identidade do Paços de Ferreira de Pepa: não precisa de aparecer muitas vezes na área para ser um dos melhores ataques da prova. O Belenenses SAD também mostra que em Portugal, ser o pior ataque da liga não significa estar em zonas de descida, ao contrário do Farense, que estando bem longe desses números, não evita o último lugar da tabela.
Paços, a grande surpresa da liga, e o caso estranho do Rio Ave
O Paços de Ferreira tem sido a equipa sensação da temporada, fazendo da organização defensiva e da capacidade de chegar ao ataque rapidamente as suas forças maiores (artigo completo sobre o Paços, aqui). Na primeira tabela, vemos que o Paços é, de longe, a melhor equipa a contra-atacar da liga, sendo a que mais remates obtém no momento de transição ofensiva. Já na segunda tabela, confirmamos também que o Paços consegue marcar muitos golos sem precisar de posses de bola elaboradas e mais longas, ao contrário do Rio Ave, que é das equipas com as posses de bola mais longas, mas tem muitos problemas em converter essa posse em oportunidades de golo. Outro exercício possível de fazer é a comparação entre Farense e Famalicão, duas equipas com os mesmos golos marcados (um de diferença), mas posses de bola muito mais longas por parte do Famalicão.
A melhor defesa é o ataque? Talvez
Uma questão muito falada, mas que nem sempre se comprova é a relação entre a posse de bola e a aproximação à vitória. Existem inúmeros jogos em que o vencedor acaba por ter menos posse de bola, criando alguma controvérsia entre treinadores, adeptos e críticos no que toca à justiça dos resultados. Ora, se um resultado pode sempre ser mais aleatório, no que toca a competições a longo prazo, as coisas acabam por ser mais fidedignas e possíveis de comparar estilos, rendimento e resultados. Pode-se aproximar uma equipa da vitória de muitas maneiras, mas ter mais a bola e conceder poucas oportunidades aos adversários é sem dúvida uma delas (estando perto de marcar e mais longe de sofrer, naturalmente). Em Portugal, salvo raras exceções (Rio Ave e Paços de Ferreira são mais uma vez os principais outliers), quem tem mais bola acaba por conceder menos oportunidades, ou oportunidades menos flagrantes do que as restantes equipas. Com o tamanho dos círculos na tabela acima representados pela classificação na tabela, podemos também ver que este estilo tem que estar relacionado com eficácia, e que ao não ser eficaz pode levar as equipas a lugares mais baixos da tabela (círculos mais pequenos, Rio Ave e Famalicão) e mais oportunidades dadas ao adversário (Portimonense e Nacional).
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