Entre 21 de junho e 19 de julho, realizou-se em Egito mais uma edição da Copa Africana de Nações, que confirmou o primeiro título de Argélia desde 1990 após superar a seleção senegalesa na grande final. Em um torneio marcado por jogos de nível tático baixo e que contou com muitas seleções adotando uma postura pragmática, o time dirigido por Djamel Belmadi conseguiu sua conquista justamente utilizando deste conservadorismo para alcançar solidez coletiva e finalmente voltar ao topo do continente depois de uma queda posteriormente ao Mundial no Brasil em 2014. Entre os cinco principais destaques da CAN 2019, listamos três argelinos, um representante de Senegal e outro da Tunísia.
Sofiane Feghouli
Partindo como interior no 4-3-3 da Argélia, Sofiane Feghouli assumiu mais protagonismo em tarefas defensivas dentro das perseguições individuais dos Desert Warrios que em termos associativos, sempre considerando que os argelinos habitualmente ofereceram a iniciativa com a posse de bola aos rivais para defender em terreno próprio e ameaçar em transição utilizando muito jogo direto (importante para a ideia o atacante Baghdad Bounedjah). Nesta direção, Feghouli foi decisivo nas oitavas de final contra Guiné desativando o médio centro Amadou Diawara individualmente, ofereceu saídas em transição ofensiva com peso nos metros finais e marcou o gol argelino no empate por 1-1 contra a Costa do Marfim nas quartas de final, duelo em que os comandados por Djamel Belmadi terminaram conseguindo sua classificação as semifinais na disputa por pênaltis.
Kalidou Koulibaly
Reconhecidamente um dos melhores centrais do mundo nos últimos anos, o zagueiro do Napoli completou atuações dominantes defensivamente ao longo da Copa Africana de Nações 2019, especialmente considerando a postura muito direta e exterior de Senegal com a posse de bola durante a competição. Em geral, em cenários de maior tempo com o esférico para o conjunto dirigido por Aliou Cissé, como em oitavas e quartas de final contra Uganda e Benin respectivamente, Koulibaly foi decisivo se impondo individualmente em transição defensiva e inclusive gerou vantagens através do passe em uma seleção que, como dito, buscou minimizar seus riscos em organização ofensiva com constantes bolas longas e jogo pelos flancos do campo. Em todo caso, Kalidou, mesmo cometendo pênalti na semifinal contra a Tunísia e ausente na final contra a Argélia, é uma peça indiscutível no XI ideal da CAN 2019 mesmo não se tratando propriamente do zagueiro de melhor competição (o central Yassine Meriah, tunisiano, também esteve em evidência).
Youcef Belaïli
O extremo esquerdo de 27 anos foi uma das grandes histórias da Copa Africana de Nações 2019. Após ficar inativo durante praticamente dois anos por questões de envolvimento com doping, Belaïli voltou ao futebol profissional depois de assinar com o Angers, e sem minutos no clube francês, retornou para a África e foi campeão continental em 2018-19 com o Espérance. O título da CAN se tratou de sua consagração, sendo uma figura capital e inclusive colocando um jogador de renome como Yacine Brahimi no banco de reservas. Decisivo nas oitavas de final contra Guiné (gol e assistência) e somando nove “key passes” entre quartas e semifinais contra Costa do Marfim e Nigéria, Belaïli também foi o grande protagonista dos argelinos durante a fase de grupos e foi chave tanto em cenários de transição como recebendo por dentro nos raros momentos de posse de bola de Les Fennecs. Um dos melhores jogadores da competição.
Wahbi Khazri
Em uma seleção com bom funcionamento coletivo com a posse de bola especialmente a partir das fases finais do torneio (até pelo fato de os comandados por Alain Giresse terem completado uma fase de grupos bastante decepcionante em linhas gerais), Wahbi Khazri somou 20 “key passes” em sete jogos, foi importante a nível associativo nos triângulos gerados pela Tunísia em 4-3-3 (seu desenho tático mais utilizado ao longo do torneio) começando como extremo para receber em zonas entre linhas, como nas quartas de final contra Madagascar e, ademais, sua qualidade em situações de bola parada se tratou de um recurso fundamental para que os tunisianos voltassem a uma semifinal de Copa Africana após quase uma década sem alcançar dito feito. Depois de uma grande época com o Saint-Étienne na Ligue 1 em 2018-19, Khazri deixou claro novamente que é uma das estrelas do continente em termos puramente individuais e de influência para seu selecionado.
Ismaël Bennacer
Contratado pelo Milan depois de uma notável temporada com o descendido Empoli na Itália, um interior de perfil associativo como o jovem Ismaël Bennacer, ainda que prejudicado pelo estilo de jogo do treinador Djamel Belmadi, completou uma grande Copa Africana de Nações 2019, sendo eleito inclusive o melhor jogador da competição pela CAF. Com três assistências, sólido em tarefas defensivas e deixando detalhes de sua capacidade de drible em condução na faixa central (12 dribles bem sucedidos ao longo do torneio), Bennacer foi decisivo para o triunfo nas oitavas contra Guiné chegando desde segunda linha nos metros finais e também realizou atuações positivas em quartas e semifinais ante as seleções de Costa do Marfim e Nigéria. Também importante dizer que, em um meio-campo conformado por um médio centro físico como Adlène Guédioura, outro interior mais produtivo na frontal da área rival que na base da jogada como Sofiane Feghouli, Ismaël se tratou do único meio-campista argelino capaz de somar através do passe, especialmente com seus descensos permitindo movimentos interiores por parte do extremo esquerdo Youcef Belaïli.
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