Apenas 3 anos volvidos de uma histórica participação nas Competições Europeias, a temporada 2018/2019 vincou um marco negativo para o FC Arouca que se viu despromovido ao Campeonato de Portugal pela primeira vez em 9 anos (a última participação no 3º escalão nacional tinha sido na temporada em 2009/2010).
Mantendo apenas 8 jogadores do plantel que foi despromovido, a escolha do timoneiro recaiu no muito experiente Henrique Nunes, que já tinha sido o técnico responsável pela última subida dos arouquenses à 2ª Liga em 2009/2010. Aos 65 anos, o técnico natural de Santa Maria da Feira é dos poucos treinadores que tem no currículo 4 subidas à 2ª Liga Portuguesa (CD Feirense, Gondomar SC e duas vezes pelo FC Arouca).
Fazendo um campeonato de uma regularidade impressionante, à data da interrupção dos Campeonatos Nacionais, o Arouca já gozava de uma vantagem de 8 pontos para o 2º classificado e de 10 pontos para o 3º, liderando a Série B desde a 13ª Jornada, estando assim com o Play-Off bem encaminhado numa altura em que faltavam 9 jogos para o fim da temporada regular.
XI Base
Estruturados num 4-3-3, o sector mais recuado no terreno foi onde existiram menos alterações durante o decorrer da temporada, com Victor Braga (GR), Benny (DC), João Basso (DC) e Thales (DD) a assumirem quase em absoluto a titularidade nas respectivas posições. Durante a temporada a posição de defesa esquerdo foi a mais instável do quarteto defensivo, com o brasileiro Sanchéz a começar como titular, Assane Baldé a assumir a titularidade com o decorrer da temporada e o médio de características mais ofensivas Elísio a realizar alguns jogos adaptado na posição.
Na linha intermédia, o muito experiente Marco Soares foi dono da posição mais defensiva do tridente do meio campo. Numa zona mais avançada do terreno e formando uma dupla de médios bastante dinâmica, o nigeriano Abbas Ibrahim (emprestado pelo FC Paços de Ferreira) teve lugar reservado, jogando habitualmente descaído para o lado direito do ataque. O jovem Ganês Yah Moses foi quem terminou a temporada a titular jogando na posição mais descaída para o lado esquerdo do ataque, sendo que André Salvador e o já mencionado Elísio também tiveram minutos na posição.
Na frente de ataque, jogando a extremo direito, o esquerdino Adílio Silva foi totalista quase absoluto durante a temporada tendo falhado apenas dois jogos. Fábio Fortes foi outro dos nomes recorrentes na frente de ataque, atuando tanto a ponta de lança como a extremo esquerdo, apontou 18 golos durante a temporada e foi um dos destaques ofensivos do Arouca. Para completar o sector mais ofensivo dos Arouquenses, a posição de Extremo Esquerdo foi ocupada a espaços pelo já mencionado Fábio Fortes ou pelo polivalente Elísio, ficando a posição de ponta de lança à responsabilidade de Sheriff Mohammed ou de Valdu Tê.
Podemos concluir que o Arouca foi uma equipa que durante todo o campeonato apostou na regularidade/continuidade no XI inicial, tendo o mister Henrique Nunes mantido sempre uma aposta regular em 8/9 jogadores que formaram o núcleo duro durante todo o Campeonato.
Organização Ofensiva
Mantendo a sua organização base no 4-3-3, o Arouca foi o 2º ataque mais concretizador da Série B do Campeonato de Portugal com 49 golos apontados. Com um futebol ofensivo baseado na posse de bola, os arouquenses apresentaram um futebol apoiado em progressão com múltiplas combinações/triangulações entre laterais/médios/extremos, demonstrando tendência para a procura das laterais para desenvolver a construção ofensiva.
Na 1ª fase de construção, o Arouca começa a construir através dos centrais, sendo que habitualmente os laterais, apesar de não se projetarem em profundidade, posicionam-se em largura de modo a dar continuidade à construção em futebol apoiado caso fossem solicitados. Caso o adversário opte pela pressão alta, os arouquenses não se coibiam de jogar longo, tentando jogo direto para um dos extremos ou para o ponta de lança, de modo a ultrapassar a pressão alta adversária.
Na chegada ao último terço, o Arouca foi sempre uma equipa bastante dinâmica e incisiva, com várias trocas posicionais (ponta de lança a cair na ala), demonstrando tendência a colocar bastantes homens dentro da grande área e em zona de finalização (médio, extremo oposto e avançado).
Organização Defensiva
Sem bola e durante o processo defensivo, o FC Arouca continuou a dar primazia à manutenção da formação em 4-3-3, com 1 médio mais recuado e 2 médios mais avançados. Querendo assumir desde o início dos jogos o favoritismo da sua equipa, os arouquenses apresentavam-se usualmente em bloco médio/alto, sendo uma equipa bastante agressiva na pressão ao portador da bola. Na tentativa de condicionar a 1ª fase de construção ofensiva adversária, o Arouca sente-se confortável a pressionar a saída de bola no guarda redes adversário, de modo a importunar uma saída de jogo mais apoiada.
Na linha defensiva o Arouca demonstrou ser uma equipa bastante forte nos duelos defensivos mas que ao longo da temporada foi demonstrando algumas dificuldades no controlo da profundidade dos corredores laterais, principalmente devido a um reposicionar por vezes lento da defesa e à momentânea falta de coordenação da linha defensiva em bloco.
Destaques Individuais
João Basso
O defesa central brasileiro de 23 anos foi um dos pilares da boa campanha do Arouca no Campeonato de Portugal, realizando 23 jogos e apontando 5 golos.
Formado no Paraná e já contando com 22 jogos realizados na Série B brasileira (onde se estreou aos 18 anos), João Basso chegou ao futebol Português na temporada 2016/2017 pelas mãos do Estoril Praia, tendo cumprindo apenas quatro jogos. Na época seguinte foi emprestado ao Real SC, que na altura competia na 2ª Liga e na temporada 2018/2019 regressou à Amoreira para competir pela equipa Sub 23, sendo que curiosamente em 4 temporadas já competiu nas 4 principais divisões do futebol português.
No centro da defesa Arouquense formou uma dupla bastante coesa com o português Benny, uma vez que são dois centrais com características que se complementam. Não sendo tão incisivo e forte nos duelos físicos como o seu colega no centro da defesa, o defesa brasileiro, que começou a carreira jogando como médio ofensivo, dá bastante segurança à equipa na primeira fase de construção, sendo um defesa bastante competente com bola no pé.
Tendo 1,87m de altura e demonstrado uma capacidade de leitura da trajetória da bola relevante, é um jogador bastante competente nos duelos aéreos, não só defensivos como também ofensivos. Apesar de ser defesa central é um batedor muito competente de grandes penalidades, tendo apontado 4 golos da marca dos 11 metros.
Abbas Ibrahim
Aos 22 anos Abbas Ibrahim foi uma das revelações do Arouca e de todo o Campeonato de Portugal, cumprindo 24 jogos em 29 possíveis durante toda a temporada.
Médio centro Nigeriano que chegou a Portugal pelas mãos do Paços de Ferreira para cumprir os 2 últimos anos de júnior, depois de ter feito a restante formação futebolística no seu país. Já como sénior, representou a formação secundária dos castores e na temporada 2018/2019 teve a primeira experiência no Campeonato de Portugal, cumprindo meia temporada no Paredes, depois de ter começado a temporada integrado no plantel principal do Paços de Ferreira e de até ter jogado na Taça da Liga e na Taça de Portugal.
Sendo um jogador de estatura bastante baixa (1.71m e 65kg), é um médio bastante dinâmico e criativo e que ofensivamente se destaca dos demais pela sua capacidade de transporte de jogo e de drible. Apesar de limitado nos duelos mais físicos, é um jogador bastante empenhado no processo defensivo e ativo na procura do desarme e pressão ao portador da bola.
Fábio Fortes
Fábio Fortes foi o grande destaque do equipa do Arouca na temporada 2019/2020, tendo apontado 18 golos nos 25 jogos que participou (média de 1 golo a cada 117 minutos).
Com a formação realizada entre o Sporting CP e o Real SC, na passagem para sénior esteve ligado ao Vitória SC, estando emprestado a Mirandela e Trofense, tendo apenas feito seis na formação secundária vimaranense. Depois de desvinculado do emblema de Guimarães, passou 3 temporadas no Campeonato de Portugal (Mirandela, Santa Maria, Lusitano de Vildemoinhos e Benfica de Castelo Branco), sendo que a temporada 2015/2016 nos albicastrenses lhe valeu o regresso aos campeonatos profissionais, depois de apontar 13 golos em 35 jogos. Depois de 29 golos em 3 temporadas (Penafiel e Arouca), acabou por voltar ao Campeonato de Portugal com o Arouca.
Podendo jogar na frente de ataque ou mais descaído para o lado esquerdo do ataque, trata-se de um jogador que sendo destro de origem, joga muito bem com ambos os pés, o que dá uma imprevisibilidade ao seu jogo muito interessante. É bastante prolífero e eficaz na finalização, demonstrando uma boa capacidade de leitura para saber quais os terrenos que deve pisar dentro da grande área. Apesar de alto (1,86m), não é um jogador lento e destaca-se dos demais pelo capacidade física que demonstra.
Com bom remate de meia distância e boa capacidade no 1×1, Fábio Fortes é o estereótipo de avançado moderno que tanto serve como jogador alvo, jogando no vértice mais avançado da linha ofensiva, como também pode jogar mais descaído para a ala e participar mais ativamente no processo ofensivo.
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