O St. Gallen é o clube suíço mais antigo. Ainda assim, antiguidade não significa sucesso, pelo que o St. Gallen apenas conquistou dois campeonatos. Fundado em 1879, o percurso do Espen tem oscilado entre a primeira divisão e a segunda divisão. Após a conquista do campeonato em 1999/2000, o St. Gallen nunca mais conquistou a Super Liga Suiça, vendo o Basel e o Young Boys aumentarem a sua hegemonia.
Nos últimos dois anos, o panorama do St. Gallen tem se vindo a alterar. Peter Zeidler, treinador alemão de 57 anos, é um dos responsáveis pelo crescimento do St. Gallen. Esteve quatro anos ligado ao clube austríaco da Red Bull, o Red Bull Salzburg, onde esteve três épocas como treinador do Liefering (equipa B do Red Bull Salzburg) e um como treinador principal do Salzburg. Conquistou uma Liga austríaca, mas isso não foi o que de melhor trouxe da Áustria. Peter Zeidler trouxe consigo uma filosofia e um modo de jogar e pensar o jogo que é particular do grupo Red Bull. Há princípios de jogo que são identificáveis nas equipas da gigante Red Bull: futebol vertical, alta intensidade de jogo, pressão alta, etc. Resumidamente, o St. Gallen é o lado green da Red Bull.
Em 2018/2019, Peter Zeidler assume o comando do St. Gallen. O clube que não era campeão desde o início do século XX, viu em Zeidler o recomeço de um projeto e uma reestruturação da filosofia do clube. Dado o sucesso das equipas da Red Bull, não é de estranhar que os treinadores que passaram por clube Red Bull comecem a ter sucesso, implementando a filosofia Red Bull noutros clubes e noutros contextos. Pete Zeidler, Roger Schmidt (Bayer Leverkussen) e Marco Rose (Borrusia M’Gladbach) são alguns dos exemplos que comprovam o sucesso da filosofia Red Bull.
Até à interrupção do campeonato, o St. Gallen era líder, em igualdade pontual com o Young Boys. Até onde pode ir o St. Gallen?
XI Base

O St. Gallen mudou o seu plano estratégico, reformulando a sua abordagem ao mercado e também o seu modelo de jogo. Em duas épocas, o St. Gallen obteve um valor de 4,38M€ em vendas, gastando 1,13M€. Em termos de vendas, nestes dois anos, o clube aumentou os seus valores face aos cinco anos anteriores. Gastar pouco e bem, é assim que o clube tem trabalhado.
O plantel sofreu uma reformulação profunda. De notar que, nos cinco anos antes da chegada de Peter Zeidler, a idade média era 25,95. Esta temporada a idade média do plantel é de 23,47. Uma redução significativa que vai ao encontra da nova política e novo projeto do St. Gallen.
O sistema de jogo assenta num 4-4-2, em que os dois médios laterais ocupam a posição dos extremos, ajudando os laterais no processo ofensivo. Este sistema é característico de equipas como o Leipzig ou o Salzburg.
Organização Ofensiva
No processo ofensivo, o St. Gallen é uma equipa bastante ofensiva. Com um caudal de 51 golos marcados no campeonato, o histórico suíço vinha a fazer uma caminhada interessante rumo ao título de campeão da Super Liga Suiça.
Ofensivamente, a equipa estrutura-se num 4-1-3-2. Procuram essencialmente o jogo interior e entre linhas. Apoiados num futebol direto e vertical, sem tempo a perder, é raro ver a equipa do St. Gallen a executar uma posse de bola que não seja objetiva. Com passes verticais, baseando o seu jogo numa circulação progressiva.
Os dois avançados, Cedric Itten e Ermedin Demirovic, funcionam como referências ofensivas. São dois jogadores altos e com capacidade para duelos físicos. Estas características estão, intrinsecamente, ligadas à capacidade de segurar bola e de jogar de costas para a baliza, o que não invalida que não possam explorar a profundidade através da velocidade.
Nas costas de Cedric Itten e de Demirovic joga Jérémy Guillemenot, é o desbloqueador de jogo da equipa. É um elemento importante na implementação do modelo up-back-throught, característico das equipas da Red Bull. Neste modelo, existe um jogador que faz um passe vertical que, consecutivamente joga em apoio frontal. É na posição de apoio frontal que Guillemenot aparece, ao desbloquear o jogo com um passe de rotura, a explorar um quarto elemento.
Os laterais são bastante ofensivos, percorrendo o corredor todo. Através de passes longos, a equipa consegue variar o centro de jogo, explorando o espaço livre deixado pelos adversários com as subidas dos laterais.
Organização Defensiva
Em organização defensiva o St. Gallen estrutura-se num 4-3-1-2, com os dois médios a recuarem mais no terreno para junto de Quintilla. É difícil jogar entre linhas, pois têm uma coesão defensiva muito forte, com linhas e setores bastante próximos.
Defendem em bloco médio-alto. São agressivos no capítulo defensivo, exercendo um pressing intenso sobre o adversário. Os dois avançados mais o médio ofensivo são os primeiros jogadores a sair na pressão, sendo suportados pela restante equipa.
A vantagem numérica é um dado interessante na equipa, uma vez que tentam ter sempre vantagem numérica no local onde se encontra a bola.
A eficácia no capítulo defensivo permite à equipa ser forte no capítulo das transições. A alta intensidade e agressividade no momento do pressing permite recuperar rapidamente a bola e sair em transição ofensiva.
Destaques Individuais
Ermedin Demerovic
Um típico jogador dos balcãs. Frio e agressivo, duas características que definem Demirovic. Terminou a sua formação no Leipzig, sendo um avançado que se coaduna com o estilo Red Bull. Alto, forte nos duelos físicos, rápido e com capacidade finalizadora.

Cedric Itten
Avançado alto (1,89m), com bom sentido posicional no ataque às zonas de finalização. Capacidade para atuar como referência ofensiva da equipa, jogando bem de costas para a baliza adversária. É rápido e agressivo na pressão ao portador da bola.

Jérémy Guillemenot
Um avançado que joga com o número ‘9’ nas costas, mas que faz de ‘10’. Capaz de criar desequilíbrios através de passes de rotura. Passou pela La Masia, tem um toque de bola refinado. Bom conhecimento tático e visão de jogo, aliado a uma boa capacidade de passe. É o suporte aos dois avançados da equipa, seja no processo ofensivo ou no processo defensivo.

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