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Guia Champions League 22/23 – Grupo do FC Porto

O FC Porto vai participar pela 25ª vez na Liga dos Campeões desde que se adotou o atual formato e procura esta temporada atingir pelo menos os oitavos de final, ao contrário do que aconteceu o ano passado.

A temporada 21/22 foi exceção nos anos de Sérgio Conceição no Porto, que fez sempre boas prestações e chegou inclusivamente duas vezes aos quartos de final, um feito que merece mérito face à realidade do futebol português no panorama europeu e internacional.

Este ano, numa temporada atípica perante o Mundial do Qatar, o Porto, que esteve no Pote 1 no sorteio, tem pela frente, mais uma vez, o Atlético de Madrid, o Bayer Leverkusen, que Sérgio Conceição também já defrontou, e o Club Brugge. Vamos então perceber o que pode oferecer cada equipa e projetar os jogos deste grupo.

Valor de mercado: 660,50M€

Entradas (26,5M€): Nahuel Molina (Udinese), Axel Witsel (Borussia Dortmund), Samuel Lino (Gil Vicente), Álvaro Morata (Juventus; Regresso de Empréstimo), Saúl Ñíguez (Chelsea; Regresso de Empréstimo)

Saídas (6,95M€): Renan Lodi (Nottingham Forest), Daniel Wass (Bröndby), Manu Sánchez (Osasuna – Empréstimo), Héctor Herrera (Houston), Sime Vrsaljko (Olympiakos), Samuel Lino (Valência – Empréstimo), Nehuén Pérez (Udinese) e Luis Suárez (Nacional de Montevideu)

Jovem Destaque: João Félix. No Atlético, o jovem português já mostrou a espaços todo o seu potencial, mas ainda não conseguiu dar continuidade a bons momentos de forma por longos períodos de tempo. Esta temporada prevê-se que o seu rendimento individual possa ser melhor, com esperança que se mantenha saudável e sem lesões. Nos seus dias bons, Félix mostra uma criatividade e qualidade técnica distintas de qualquer jogador dos “Colchoneros” e que o colocam ao nível dos melhores do mundo, sendo a principal ameaça à equipa de Sérgio Conceição.

Contexto: O Atlético de Madrid tem sido uma constante nesta competição sob o comando de “El Cholo” Diego Simeone. O treinador argentino assumiu a equipa “Colchonera” em 2011 e desde então conseguiu conquistar duas vezes a Liga Europa (11/12 e 17/18) e chegar duas vezes à final da Liga dos Campeões (13/14 e 15/16). Nos últimos anos, o Atlético não conseguiu chegar tão longe, mas é sempre um dos favoritos a chegar às fases mais adiantadas da competição, mesmo em momentos coletivos mais difíceis.

A nível interno, destaque para o título de campeão espanhol na temporada 21/22, segundo na era Simeone, e o terceiro lugar em 22/23. A época transata teve alguns altos e baixos, mas foi um Atlético que ficou aquém do esperado e teve algumas dificuldades a nível defensivo, algo incomum desde a chegada de Simeone ao clube. Na Liga dos Campeões, passaram em 2º lugar no grupo B, com o Liverpool, o próprio FC Porto e o Milan, e foram posteriormente eliminados pelo Manchester City nos quartos de final, numa eliminatória disputada até ao último minuto.

Análise Tática: O Atlético tem apresentado onzes diferentes, mas sempre alinhada num 3-5-2, com Giménez ou Savic (que está lesionado), Witsel e Reinildo no eixo defensivo, Molina/Llorente na ala direita e Saul Ñíguez/Carrasco na ala esquerda. O meio-campo é constituído pelo sempre presente Koke, a quem se junta Lemar (que está lesionado), Llorente, se não jogar pelo flanco, ou De Paul, e na frente, fazem dupla Morata e Félix. Destaque também para a lesão de Jan Oblak e das várias baixas no Atlético que limitam o plantel a 16 jogadores da equipa principal.

O estilo do Atlético de Madrid já é bem conhecido e é indissociável do seu treinador, Diego Simeone. É uma equipa aguerrida, combativa, forte nos duelos e nas segundas bolas, que não tem problemas em assumir um bloco médio ou até mais baixo. Não obstante, é uma equipa abastecida de qualidade individual, com jogadores muito evoluídos tecnicamente e capazes de fazer a diferença a partir de qualquer lance no momento ofensivo, com destaque para a dupla de ataque, que tem trabalhado bem em conjunto e constitui uma forte ameaça a qualquer linha defensiva.

Lances Ofensivos do Atlético Madrid
Lances Defensivos do Atlético Madrid

Valor de mercado: 476,85M€

Entradas (13M€): Adam Hlozek (Sparta Praga) e Callum Hudson-Odoi (Chelsea; Empréstimo)

Saídas (8,5M€): Lucas Alario (Eintracht Frankfur), Joel Pohjanpalo (Veneza), Mitchell Weiser (Werder Bremen) e Julian Baumgartlinger (Augsburg)

Jovem Destaque: Callum Hudson-Odoi. O jovem inglês chegou emprestado do Chelsea nos últimos dias do mercado e ainda está num período inicial de adaptação. Não tem lugar garantido no onze, face à forte concorrência – Moussa Diaby, Adam Hlozek, Paulinho e até Amine Adli, mas tem potencial para ser uma agradável surpresa esta temporada. É um jogador que se destaca pela no drible e pela grande capacidade de desequilíbrio e vai ter uma excelente oportunidade, num contexto adequado, para se poder afirmar verdadeiramente no futebol sénior.

Contexto: O Bayer Leverkusen é uma das principais equipas do futebol germânico e já defrontou o FC Porto na era Sérgio Conceição. As duas equipas encontraram-se nos 16 avos de final da Liga Europa 19/20, com a equipa alemã a levar a melhor (5-2 no agregado dos dois jogos). Na última temporada, foram um dos destaques da Bundesliga, terminando no 3º posto, a apenas 4 pontos do primeiro.

Como referido, foram um dos destaques da temporada 21/22 no campeonato alemão, tendo sido uma das equipas mais concretizadores no momento ofensivo – 80 golos, e tiveram um conjunto de jogadores a um nível elevadíssimo, com destaque para Moussa Diaby (17 golos e 14 assistências entre todas as competições) e Patrick Schick (24 golos e 5 assistências). Ainda assim, o clube alemão conseguiu resistir às supostas grandes propostas por estes jogadores, especialmente Diaby, e conseguiu garantir a continuidade de praticamente todo o plantel para a presente temporada.

Análise Tática: A equipa treinador por Gerardo Seoane, treinador suíço de 43 anos, apresenta-se normalmente num 4-2-3-1, com Kerem Demirbay e Robert Andrich/Exequiel Palacios no meio, ficando a faltar Florian Wirtz e toda a sua genialidade na posição de 10. Nos flancos, Bakker e especialmente Frimpong, são dois jogadores com grande propensão ofensiva e chegada a zonas adiantadas. Diaby é um dos destaques da equipa, apresentando uma capacidade de desequilíbrio e de produção bastante acima da média, juntamente com Schick, um avançado muito completo, elegante e com qualidade na finalização. No último jogo prévio à publicação deste artigo, Seoane alinhou a equipa num 3-5-2, que poderá ser opção nos jogos da Liga dos Campeões.

É uma equipa que se destaca pelo grande volume ofensiva e pelo nível individual dos jogadores da frente de ataque. É uma equipa vertiginosa e grande capacidade de desequilíbrio pelas alas, com um meio-campo forte e experiente e um avançado de grande nível. No entanto, mostra alguma permeabilidade defensiva, com alguns jogadores com maior propensão para errar e com alguns desequilíbrios face às dinâmicas ofensivas da equipa, problemas estes que se têm agravado neste mau início de temporada dos alemães (6 jogos – 1 Vitória e 4 Derrotas; 9 golos marcados e 13 golos sofridos.

Lances Ofensivos do Bayer Leverkusen
Lances Defensivos do Bayer Leverkusen

Valor de mercado: 153,85M€

Entradas (48,40M€): Roman Yaremchuk (SL Benfica), Raphael Onyedika (Midtjylland), Bjorn Meijer (Groningen), Casper Nielsen (Union Saint-Gilloise), Ferran Jutglà (Barcelona), Joel Ordóñez (Independiente Del Valle), Dedryck Boyata (Hertha Berlim) e Cyle Larin (Besiktas)

Saídas (56,1M€): Charles De Ketelaere (Milan), Stanley Nsoki (Hoffenheim), Loïs Openda (Lens – Estava emprestado ao Vitesse), Jack Hendry (Cremonese – Empréstimo), Bas Dost (Utrecht); Federico Ricca (OH Leuven), Faitout Maouassa (Montepellier – Empréstimo) e David Okereke (Cremonese)

Jovem Destaque: Ferran Jutglà. Chegou do Barcelona a título definitivo depois de ter feito alguns jogos pela equipa principal blaugrana num período de necessidade face a várias lesões em simultâneo. Em solo belga, tem apresentado um rendimento notável, somando já 5 golos e 3 assistências em 8 jogos. É um avançado versátil, que combina qualidade técnica, capacidade de desequilíbrio através do drible e no jogo associativo, à inteligência na movimentação na procura do golo e qualidade na finalização.

Contexto: O Club Brugge tem se assumido nos últimos anos como a principal equipa belga, sendo neste momento tricampeã e tendo conquistado cinco dos últimos sete títulos de campeão nacional, depois de 11 anos afastados do título. É também, neste momento, a equipa da Bélgica com maior poderio financeiro, que se reflete nos quase 50M€ gastos neste mercado de verão, que enriqueceu o plantel de forma considerável para o contexto do clube.

Na temporada passada, o Brugge esteve afastado do topo durante praticamente toda a fase normal do campeonato, ficando atrás do Union Saint-Gilloise, mas conseguiu depois conquistar o título de forma inequívoca no Playoff. A equipa começou sob o comando de Philippe Clement, um treinador com uma longa ligação ao clube e que saiu para o Mónaco em janeiro. Para o seu lugar entrou Alfred Schreuder, técnico holandês que esteve como adjunto de Ronald Koeman no Barcelona e que saiu no final da temporada para o Ajax.. O treinador atual é Carl Hoefkens, que estava como adjunto na equipa principal desde 2019.

Analise Tática: Hoefkens alinha a equipa num 3-5-2, com Clinton Mata, Mechele e um terceiro central pelo lado esquerdo. Nas alas têm dois jogadores com grande propensão ofensiva, Bjorn Meijer e especialmente Andreas Skov Olsen, um dos jogadores mais diferenciados da equipa. Pelo meio joga Denis Odoi na posição central e Casper Nielsen e o experiente Hans Vanaken como interiores. Em situações normal, o duo de ataque deverá constituído por Jutglà e Noa Lang, o jogador mais evoluído tecnicamente do plantel, mas que está em dúvida para os próximos jogos por lesão. Roman Yaremchuk será também um forte candidato à titularidade.

O Brugge é uma equipa com um forte poder ofensivo, com destaque para os vários jogadores de elevado nível. Jutglà está num grande momento de forma e é uma grande fonte de criação de perigo. Skov Olsen também acrescenta bastante ao processo ofensivo desde a ala, apresentando uma grande capacidade de desequilíbrio e qualidade na definição. Os dois médios interiores apresentam também uma forte chegada à área e bons níveis de produção. No entanto, mostra alguma permeabilidade no momento defensivo, com vários erros a nível individual, algo que se pode acentuar face à indefinição que existe do lado esquerdo, perante a saída de Nsoki.

Lances Ofensivos do Club Brugge
Lances Defensivos do Club Brugge

Notas finais

Por fim, o Porto tem pela frente um grupo com três equipas bastante sólidas e com qualidade individual, com destaque natural para o Atlético Madrid. A equipa de Sérgio Conceição tem uma vasta experiência nesta competição e nos grande palcos, afirmando-se, a par com os “Colchoneros”, como favorita a passar aos oitavos de final.

Contra o Atlético, projetam-se dois jogos bem disputados, tal como no ano passado, em que qualquer equipa pode levar a melhor, mas o Porto tem uma boa oportunidade de conquistar pontos no Wanda Metropolitano face à situação de lesões da equipa de Simeone. O Bayer Leverkusen está num momento de forma muito complicado e podem vir a ter bastantes dificuldades contra qualquer uma das três equipas. Por fim, o Club Brugge tem um plantel com qualidade e distinto no campeonato belga, mas ainda longe do nível do Porto e do Atlético, e é a equipa com menos poderio no grupo.



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