Jogo aberto com canivete suíço

Na passada sexta-feira, o Benfica recebeu no estádio da Luz o Paços de Ferreira em jogo para a Taça de Portugal.

Jorge Jesus optou pelo 3x4x3 quando muitos questionam se após gravíssima lesão do central Lucas Veríssimo (não jogará mais esta época) iria fazer o técnico alterar para um esquema tático com apenas 4 defesas.

Contudo, o que se assistiu foi a um deserto de ideias ofensivas por parte dos encarnados e a uma ineficácia no momento da finalização em lances que tendo apenas o guarda redes pacense pela frente, Rafa e Darwin pecaram no momentos de assinar o golo (pelo menos 3 oportunidades flagrantes) com a agravante dos comandados de David Simão, até terem inaugurado o marcador, já na 2ª parte.

A equipa nortenha posicionada num 4x5x1 a defender, fechada num bloco baixo e com linhas muitos juntas e compactas, ia ajudando a adensar a falta de ideias encarnadas e privando-os de explorar alguns dos seus pontos fortes: o explorar da profundidade, as transições ofensivas velozes e a verticalidade de Rafa Silva ou Darwin.

A grande alteração que viria a mudar o rumo do jogo e da eliminatória…

Poderíamos mencionar como fatores decisivos para o desfecho do jogo, quando os benfiquistas aos 78 minutos já roíam as unhas e temiam por uma eliminação da prova rainha, o golaço de Grimaldo ou a alteração tática para o 4X4X2 (de salientar que foram também importantíssimos), mas o momento chave propriamente dito foi a entrada em jogo de Seferovic.

Por muitos ainda visto como o “patinho feio” dos atacantes encarnados, a sua entrada foi crucial para o desbloquear de um jogo que tinha tudo para correr mal à sua equipa, senão vejamos: Ganha a falta que viria a originar o livre do golo do lateral espanhol, marca o segundo golo da equipa e ainda assiste para o quarto golo que fechava finalmente a eliminatória.

De realçar o olho clínico de Jesus que analisou bem o que se estava a passar dentro das quatro linhas, coloca mais peças criativas em jogo para atenuar/disfarçar a ausência de ideias:

• arrisca mudar para um 4x4x2 com dupla de médios com vocação unicamente ofensiva Pizzi e Taraabt (assiste para golo o internacional suíço);
• dupla de avançados a jogar em simultâneo: Gonçalo Ramos e sobretudo Seferovic, quando o jogo pedia claramente a presença de um homem mais fixo na área e forte no jogo aéreo;
• dois laterais ofensivos Grimaldo e Lazaro, a apoiar os extremos Rafa e Cebolinha.
• conseguiu aumentar drasticamente o caudal ofensivo da equipa, sob o risco de poder descompenssá-la e até mesmo poder sofrer um golo que colocasse os castores na eliminatória seguinte

Foram 15 minutos à Benfica, mas com um homem a comandá-los: Harris Seferovic!

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