Dinamarca-Brasil
O Brasil, ainda sem conhecer o sabor da vitória ou do golo marcado, defrontava a Dinamarca na jornada decisiva do Grupo A dos Jogos Olímpicos. Privados de Thiago Maia devido a suspensão, mas com uma frente de ataque de muita qualidade, a seleção brasileira encontrou finalmente o rumo certo neste certame. Perante uma Dinamarca sem qualquer chama e que se remeteu exclusivamente à defesa, o Brasil dominou o jogo todo e venceu por esclarecedores 4 golos sem resposta, sendo que o resultado podia ser ainda mais volumoso, não fosse a boa exibição do guarda-redes dinamarquês. Na primeira parte, só ao fim de várias oportunidades surgiu o primeiro golo por Gabriel Barbosa, sendo depois um outro Gabriel, mas neste caso o Jesus, a ampliar a vantagem. Muita posse de bola para o Brasil, muitos desequilíbrios causados na frágil defesa da Dinamarca, com a constante mobilidade dos canarinhos a deixar os defesas adversários com a cabeça em água. Gabriel Jesus, Neymar e Luan trocavam muito de posição, ocupando o corredor esquerdo, centro de ataque e apoio ao avançado, sem nunca nenhum ser uma referência ofensiva e não se dando à marcação. Neymar baixava muito para pegar na bola e ser ele depois a criar. Os laterais estiveram durante todo o jogo muito subidos, principalmente Douglas na esquerda, a aproveitar todo o espaço que era deixado livre. Na 1ª parte, sinal mais para Gabriel Jesus, que apesar de falhar na finalização, esteve em quase todos os lances ofensivos do Brasil. A 2ª parte foi mais do mesmo. A Dinamarca não incomodou e Neymar abriu o livro, aparecendo como não tinha acontecido até agora na competição. Foi o melhor jogo do Brasil nestas olimpíadas. Têm uma selecção muito boa e com muita qualidade individual. O embate com a Colômbia na próxima fase promete.
África do Sul-Iraque
Iraque e África do Sul lutavam ambos pelo apuramento para a próxima fase dos Jogos Olímpicos. Para que isso acontecesse, as duas seleções precisavam da vitória. O Iraque chegou a este jogo com dois pontos e a África do Sul com um. Quem começou melhor foi a África do Sul, concretizando logo aos 6 minutos de jogo por Motupa. O Iraque tentou responder imediatamente, partindo para cima dos sul africanos e procurando o empate. Depois de algumas tentativas falhadas, Zirjawi conseguiu o empate, batendo o guarda-redes adversário. O jogo depois do empate não mudou muito e o Iraque continuou por cima, procurando o golo que daria o apuramento em caso de vitória. A África do Sul remetia-se ao seu meio-campo, tentando parar o fluxo ofensivo dos iraquianos. Muitas vezes não o conseguiram pará-lo, porém o seu guarda-redes (Khune) mostrou estar novamente numa noite inspirada e beneficiaram também no facto de os avançados iraquianos estarem desinspirados. Foi assim que decorreu praticamente o jogo todo: muita posse de bola do Iraque, muitos remates, muito volume ofensivo, mas sem conseguir finalizar e marcar o golo que lhes daria o apuramento. No último lance do jogo, a África do Sul quase marcava o golo da vitória, mas infelizmente não o conseguiu fazer. Com este empate a uma bola e a vitória do Brasil frente à Dinamarca, ambas as seleções ficaram de fora da próxima fase da prova.
Colômbia-Nigéria
A Nigéria, já apurada para a próxima fase, defrontou a Colômbia na 3ª e última jornada do Grupo B dos Jogos Olímpicos. Ao contrário dos nigerianos, a Colômbia precisava de uma vitória para garantir também o apuramento. O selecionador da Nigéria fez algumas poupanças, deixando por exemplo Daniel, Usman ou Ezekiel no banco, fazendo alguma rotação na equipa. O seleccionador da Colômbia também fez mudanças, colocando Preciado na frente de ataque junto a Teo Gutierrez, dando assim um pouco mais de mobilidade ao ataque. O jogo não poderia ter começado melhor para os colombianos com o capitão Teo, aos 4 minutos, a fazer o seu 3º golo na competição, no seu 3º remate na direcção da baliza desde que o torneio começou. Com isso, a Colômbia deu ainda mais iniciativa à Nigéria. Como é habitual, os nigerianos demonstram sempre um grande poder físico, e tentam fazer tudo com muita velocidade, mas sem conseguirem grande eficácia. A Colômbia tentava rápidas transições, com Pabon, Roa e Preciado a dispararem na frente, e Teo a comandar. Havia mais organização defensiva da selecção colombiana comparando com o jogo anterior, mas de vez em quando a Nigéria conseguia desequilibrar, falhando depois na finalização. Muito mais bola dos africanos, contudo não tiravam proveito dessa posse. Na 2ª parte, pouco mudou. A Nigéria continuava a ter muita bola, com os jogadores a mostrarem vontade e velocidade a mais, e a não pausar o jogo e procurar melhores soluções. Quem aproveitava este cenário era a Colômbia que, com menos bola, conseguia rematar mais à baliza adversária, aproveitando os espaços que a Nigéria concedia na sua retaguarda. Aos 63 minutos, grande penalidade para a Colômbia e Pabon não perdoa, fazendo o segundo golo da sua equipa e colocando mais certezas na permanência do seu país na prova. Até ao fim do jogo, a Colômbia geriu o jogo, conservando a vantagem. A Nigéria é uma selecção muito perigosa com espaços, contudo quando tem de ter bola, apresenta muitas dificuldades. Para já, passam estas duas seleções para a próxima fase. A Colômbia tem um bom leque de jogadores e poderá causar dores de cabeça ao Brasil. A Nigéria é fortíssima fisicamente e se lhes derem espaços atrás para as transições, serão muito perigosos.
Japão-Suécia
Vitória difícil do Japão contra a sua congénere da Suécia num jogo dominado pelos nipónicos. O Japão apresentou-se num 1-4-4-2 clássico sem bola que com posse se transformava num 1-4-4-2 losango com laterais muito subidos a dar largura. Dotados tecnicamente, construíam jogo com qualidade, sobretudo na 1ª e 2ª fase de construção. Menos assertivo no último terço, teve algumas dificuldades em transformar a posse em oportunidades claras para golo. Destaque para Nakajima e Oshima, com grande qualidade técnica, fortes na condução e passe, sendo muito importantes na qualidade da posse. Outro médio muito forte na posse, embora não tão forte na condução, Endo. Yajima, que entrou na 2a parte, também se destacou a mostrar qualidade a atacar os espaços de finalização tendo marcado o golo que deu a vitória. A Suécia também se apresentou num 1-4-4-2 clássico sem bola, fazendo descer um dos médios centro para fazer uma linha de 3 na 1ª fase de construção. No entanto mostraram muita dificuldade na sua construção de jogo, optando repetidamente pelo lançamento longo para um dos dois avançados. Com uma linha defensiva baixa, acabaram por se destacar nos confrontos defensivos. Aí sobressaíram Milosevic e Larsson, centrais da equipa. Além destes também Konate se destacou, não só pela qualidade no 1×1 defensivo mas pela profundidade que dava à equipa embora sem desequilibrar. Uma vitória justa para o Japão que se apresenta muito forte na posse, mas com algumas fragilidades defensivas contra uma Suécia forte defensivamente em bloco baixo mas com uma ausência de qualidade na construção quase embaraçosa. Devido ao resultado do jogo da Colômbia, mesmo vencendo, o Japão foi eliminado.
Argentina-Honduras
A seleção albiceleste entrou no jogo a precisar de vencer para passar aos quartos-de-final, enquanto aos hondurenhos bastaria um empate. A Argentina apresentou-se em 1-4-2-3-1, com um futebol lateralizado, lento e sem soluções. A equipa hondurenha jogou em 1-4-3-3, procurando sempre o contra-ataque com lançamentos longos em profundidade para a velocidade dos seus atacantes, sobretudo de Elis. O árbitro distribuiu oito cartões amarelos ao longo da partida e não hesitou em marcar três grandes penalidades. O primeiro foi para as Honduras, no fim da primeira parte, mas Rulli defendeu-o. No começo da segunda parte, Correa teve a oportunidade de colocar a Argentina na frente, mas mandou a bola para fora. Aos 26 minutos da etapa complementar, os hondurenhos tiveram mais um penalti que foi convertido por Lozano. Até ao fim do encontro a Argentina jogou praticamente em desespero á procura da reviravolta, mas o máximo que conseguiram foi o golo do empate nos descontos, marcado por Martinez de livre. O destaque da partida vai para Elis que sofre a grande penalidade que dá origem ao golo das Honduras, na segunda parte.
Portugal-Argélia
Jogo que nada decidia para o futuro da competição e onde os treinadores escolheram jogadores que não vinham sendo muito utilizados, sendo que no caso português essa opção deveu-se a gestão física, enquanto na Argélia, apenas 13 jogadores estavam disponíveis. A partida não teve grandes motivos de interesse, evidenciando duas equipas com uma organização com algumas falhas a nível defensivo, e parca em ideias a nível ofensivo. Portugal actuou em 1-4-4-2 losango na 1ª parte e em 1-4-3-3 na 2ª parte. Teve dificuldades em ligar o jogo a nível ofensivo nos três corredores, dependendo muito dos apoios frontais que Gonçalo Paciência deu e da qualidade dos seus movimentos sem bola a arrastar os defesas para criar espaço para o irrequieto Carlos Mané. A equipa tentou sempre construir desde trás, mas esteve algo errática nesse processo, parecendo que os jogadores estavam algo distantes do relvado em termos psicológicos. A Argélia actuou em 1-4-4-1-1, com Benkhemassa como referência na construção, o irreverente Meziane na ala esquerda a procura o corredor central com a bola colada ao pé direito a tentar servir os móveis Bounedjah e Darfalou. Os golos foram apontados por Gonçalo Paciência num penalti e por Benkablia depois de uma boa jogada da esquerda para o centro, com este último num espaço curto a rodar, tirar um adversário do caminho e a rematar para o fundo da baliza.
Alemanha-Ilhas Fiji
Jogo de sentido único, onde os oceânicos foram esmagados pela força teutónica. Se os números já não se usam, a realidade é que poderiam ter sido bem mais pesados, tal o desperdício dos alemães com bolas aos ferros, penaltis displicentes e remates defendidos pelo exótico guardião de um dos países mais orientais do mundo. A Alemanha apresentou-se em 1-4-2-3-1 sempre a jogar forma apoiada desde trás, a dois, a três ou a quatro jogadores, com os laterais projectados em meio-campo adversários e os extremos a procurarem bola no corredor central. O corredor central foi o privilegiado para a construção e criação, embora nunca tenham feito o campo pequeno, obrigado o adversário a esticar-se à largura do campo. As Ilhas Fiji tiveram sempre muita dificuldade para contrariar a máquina germânica, mas mostraram uma característica ofensiva interessante: tentaram sempre sair desde trás a construir, nunca chutando a bola para à frente. Individualmente, para além de Nils Petersen que marcou 5 golos e Max Meyer que apontou 3, destaque para Lars Bender, elemento fulcral na construção de jogo alemã e até na criação e ainda para Julian Brandt, extremo muito evoluído em termos técnicos, forte sem bola, forte nos lances de 1×1 e a procurar em primeiro lugar as tabelas curtas ou longas e só depois procurando a solução individual.
Coreia do Sul-México
Num jogo pobre em termos de espetáculo, o México saiu derrotado por 1×0. A equipa mexicana, para não depender do resultado da Alemanha, tinha de vencer o encontro e entrou na partida determinada a conseguir um bom resultado. Com mais posse de bola, os mexicanos foram criando algumas ocasiões de golo, tendo Érick Gutiérrez em destaque. O médio, com o seu notável pé esquerdo e a sua tremenda qualidade técnica, ia sendo o motor da seleção azteca, estando perto do golo em duas ou três ocasiões. Já a Coreia do Sul ia tentando assustar a baliza defendida por Talavera através de contra-ataques rápidos. Na 2ª parte, a história repetiu-se. O México com mais posse de bola, a criar situações de golo mas a não conseguir concretizar, muito devido à quebra de rendimento de Érick Gutiérrez, que sofreu, no final da 1ª parte, uma ligeira entorse no pé esquerdo (que pode ter condicionado o seu rendimento na 2ª parte). E como diz o ditado “Quem não marca, arrisca-se a sofrer”, a Coreia do Sul na primeira vez que rematou no segundo tempo fez golo, aos 77 minutos, por intermédio de Kwon Chang-Hoon, num espetacular remate de pé esquerdo já dentro da área. A partir daí, o México carregou ainda mais, com destaque para Lozano (que tinha entrado aos 51 minutos). O jovem, com a sua irreverência e velocidade, conseguiu agitar o jogo ofensivo da sua seleção, mas quem esteve mais perto do golo foi a Coreia, que por pouco não fazia o segundo, novamente por Kwon, num remate que saiu ao lado do poste direito. Até ao final, nota ainda para a expulsão de Lozano, que só demonstra que os jogadores mexicanos já se encontravam emocionalmente descontrolados. Destaque ainda para o capitão da Coreia do Sul, o central Jang Hyun-Soo, que realizou uma exibição muito sólida e, praticamente, sem falhas.
Nos quartos-de-final, teremos os seguintes jogos: Brasil x Colômbia; Portugal x Alemanha; Nigéria x Dinamarca e Coreia do Sul x Honduras.
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