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Depois da conquista do título da Premier League em 2015/16, a equipa do Leicester City teve classificações modestas no campeonato, ficando pelo meio da tabela classificativa. A contratação de Brendan Rodgers ainda no final da época passada trazia a expetativa de melhores resultados e exibições, o que tem sido comprovado na atual temporada, na qual os Foxes ocupam a 3.ª posição apenas atrás do Liverpool e Man City, fruto de 16 vitórias, 5 empates e 8 derrotas, o que lhe garante uma vantagem de 8 pontos para o 5.º classificado, deixando-o com excelentes perspetivas de apuramento para a Champions League.

Com uma breve análise aos dados estatísticos e comparando-os com a época anterior, verificamos melhorias em vários aspetos como o aumento da percentagem de posse de bola (57%), n.º de golos marcados, remates e eficácia dos mesmos.

O Leicester City estrutura-se normalmente em 1-4-3-3, com capacidade para se adaptar, quando necessário ou vantajoso, para o 1-3-5-2. O seu 11 mais utilizado é o apresentado abaixo, o qual tem como principais variações a entrada de Choudhury, Praet e Albrighton.

Organização Defensiva

No momento defensivo o Leicester estrutura-se em 1-4-1-4-1, posicionando-se normalmente em bloco médio baixo, utilizando como referência de pressão a linha de meio, deixando apenas Vardy mais avançado. É uma equipa com princípios defensivos muito bem definidos tanto na fase de construção como criação dos adversários, com zonas e momentos de pressão bem identificados por todos os jogadores, assim como os momentos para assumir uma postura mais expectante fechando os espaços vitais, e controlando a profundidade defensiva.

Impedir a Construção

Quando assume um posicionamento mais alto com o objetivo de condicionar a fase de construção do adversário, procura fechar o espaço interior e encaminhar a bola para o corredor lateral. Quando a bola entra num DC, Jamie Vardy fecha por dentro impedindo a variação de corredor, forçando o passe para o DL, momento identificado para encurtamento do espaço e pressão imediata.

Quando este momento de pressão falha e o adversário consegue variar de corredor, há espaço para explorar no corredor contrário, acabando por surgir uma das fragilidades da equipa inglesa na sua organização defensiva.

Impedir a Criação

Quando o primeiro momento de pressão falha, o Leicester assume a postura defensiva em organização em bloco médio-baixo, procurando impedir que o adversário progrida no corredor central tanto através de movimentos de aproximação de Maddison e Tielemans aos médios adversários não os permitindo orientar-se como posicionando os extremos fechados.

O momento de pressão mantém-se no corredor lateral quando a bola entra no DL ou Extremo adversário, mantendo-se a fragilidade já identificada quando o adversário sai dessa zona. Em bloco baixo a linha defensiva revela boa coordenação tanto em largura como em profundidade, mantendo ainda uma estreita ligação intersectorial com médios e extremos.

Organização Defensiva

Transição Ofensiva

Apesar de ser uma equipa que tem como prioridade controlar o jogo através da posse de bola e ataque posicional, revela-se ainda assim muito competente em explorar o espaço e desorganização do adversário no momento da recuperação de posse de bola. Se esta acontece no setor ofensivo chega rapidamente a zonas de finalização através de combinações rápidas e desmarcações verticais de Barnes, Perez, Maddison, Tielemans e Vardy.

Sempre que a recuperação de posse de bola é feita no setor defensivo o principio é ligar com Vardy na profundidade (momento no qual avançado é extremamente eficaz) ou em alternativa, num primeiro momento em apoio, explorando a seguir a profundidade, com Vardy, Barnes e Perez que rapidamente chegam a zonas de finalização.  Maddison é muito influente neste momento com uma excelente capacidade de decisão e facilidade em encontrar espaços.

Transição Ofensiva

Organização Ofensiva

Fase da Construção

O Leicester privilegia a posse de bola e a paciência em organização ofensiva, principalmente na fase de construção, estruturando-se com os 2 DC Evans e Soyuncu no corredor central, mais baixos e os dois DL a garantirem largura na linha do pivot defensivo. Os extremos Barnes e Perez profundos e por fora e os interiores na zona do grande circulo, Vardy sempre a dar profundidade, tanto para permitir espaço na construção como servindo de referência para alternativa de saída em passe longo

Como primeira opção procura através de jogo paciente em largura, na linha defensiva, atrair o adversário para um corredor, preferencialmente o esquerdo e variar rapidamente para Evans progredir ou ligar em Ricardo, procurando depois combinações no corredor lateral.

Como alternativa Maddison baixa para assumir a construção, o que consegue com qualidade quando recebe orientado ofensivamente, entrando depois em associações pelo corredor lateral ou diretamente para movimentos interiores dos extremos. Neste movimento de aproximação, quando não há movimentos assimétricos do pivot, nem maior profundidade dos laterais, acaba por existir um elevado aglomerado de jogadores que dificultam a saída.

Mais esporadicamente a equipa inglesa procura ligações pelo corredor central através de passes verticais para Maddison e Tielemans, no entanto estes recebem demasiadas vezes orientados para a própria baliza, tornando difícil a ligação com o setor ofensivo. O passe longo para Vardy explorar a profundidade não é prioridade em organização ofensiva.

Fase da Criação

No setor ofensivo a equipa inglesa continua a privilegiar a largura através de associações entre o DL e Extremo, com o apoio muitas vezes do Interior, criando triângulos para progressão em combinações. Tem facilidade em variar o centro de jogo através dos médios, que normalmente não procuram progredir em condução ou através de passes verticais no corredor central.

A equipa inglesa tem boa densidade e posicionamento em zonas de finalização, colocando Vardy e um extremo no interior da área e 2 médios (Maddison e Tielemans) na meia na lua, disponíveis tanto para o passe atrasado como para as 2.ªs bolas.

Organização Ofensiva

Transição defensiva

O Leicester quando perde a posse de bola tem como princípio reorganizar-se defensivamente em bloco médio, apesar de apresentar uma forte reação, nos primeiros segundos após perda, com os jogadores mais próximos da zona da bola, o principal objetivo é impedir uma transição rápida ao adversário e não a recuperação de posse de bola. A linha defensiva no momento da perda de bola controla a profundidade de forma muito eficiente, o que associado ao compromisso defensivo e rápida recuperação posicional dos médios e extremos neste momento permite que a equipa entre em organização defensiva em pouco tempo.

Transição Defensiva

Cantos Ofensivos

Os Foxes apresentam diversas variações para a marcação dos cantos ofensivos, adaptando-as tanto ao adversário como ao momento do jogo. O médio Maddison é o marcador preferencial, o que sendo destro, tem como consequência a curvatura In se for do lado esquerdo e Out do lado direito.

O posicionamento base é normalmente com 1 ou 2 jogadores colocados na pequena área e 4 a 5 jogadores a partirem de uma zona mais recuada (jogadores mais fortes no jogo aéreo como Evans, Soyucu, Ndidi). Os jogadores posicionados na zona mais recuada tanto se posicionam na zona da meia-lua para criarem mais espaço dentro da área para o ataque à bola, como aglomerados ou até em linha para dificultarem a marcação individual.

Outra alternativa, quando o canto é marcado com curvatura In, é a colocação de 5 a 6 jogadores dentro da pequena área, provocando um aglomerado de jogadores junto ao primeiro poste, dificultando assim a ação do guarda-redes.

Além da variabilidade nos posicionamentos base, a equipa inglesa procura ainda desorganizar a defesa adversária através de cantos curtos com duas alternativas: passe para longe da área seguido de cruzamento em direção à baliza, ou devolução a Maddison que cruza explorando o espaço entre a defesa e o guarda-redes.

Cantos Ofensivos

Cantos defensivos

A equipa inglesa defende com 10 jogadores, adaptando-se ao posicionamento dos jogadores adversários. Tem como base uma defesa mista com 4 a 5 jogadores na zona da pequena área (normalmente mais próximos da zona do 1.º poste) e 4 a 5 jogadores em marcações individuais, tanto no interior da área como posicionados para reagir a cantos curtos. Revela como principal fragilidade a defesa do 2.º poste e o espaço que dá ao adversário para sair em combinações curtas, se este aglomerar muitos avançados na zona da baliza atraindo os jogadores do Leicester.

Cantos Defensivos

Pontos Fortes (a condicionar)

  • Capacidade de posse de bola em construção e ligação pelos corredores laterais;
  • Facilidade de variar centro de jogo no meio campo ofensivo;
  • Densidade de jogadores em zonas de finalização;
  • Exploração de profundidade em transição ofensiva (letalidade de Vardy neste momento);
  • Controlo da profundidade defensiva, em organização e transição defensiva.

Pontos Fracos (a explorar)

  • Alguma dificuldade em construir pelo corredor central, encurtar nos movimentos de aproximação do médios;
  • Corredor contrário com espaço quando assume a zona de pressão no corredor da bola;
  • Zona do 2.º poste e saída em canto curto nos cantos defensivos;

Jogadores Chave

1 – Kasper Schmeichel – Guarda-redes experiente com 33 anos, dono da baliza do Leicester City desde 2011, exibe boas características físicas para a posição, com 189cm e 89kg. Guarda- redes muito completo tanto entre os postes como a participar na fase ofensiva da equipa. O aspeto menos forte é a decisão em cruzamentos na sequência de bolas paradas.

21 – Ricardo Pereira – O defesa direito português continua a sua afirmação na Premier League. Além da competência e agressividade defensiva, é ainda um jogador com elevada capacidade ofensiva, oferecendo muita profundidade à equipa pelo corredor direito. A sua qualidade técnica e velocidade permitem-lhe chegar muitas vezes à linha de fundo e efetuar cruzamentos e passes decisivos para a equipa.

10 – James Maddison – O jovem médio inglês está no Leicester desde 2018, constituindo-se como um dos jogadores mais importantes dos Foxes, com um grande raio de ação no jogo da equipa, demonstrando a sua influência desde a fase de construção até zonas de finalização. Os seus números a falam por si, sendo o 2.º melhor marcador e o jogador que mais oportunidades cria para a equipa. É ainda o marcador de bolas paradas.

9 – Jamie Vardy –  O avançado inglês desde 2012 no Leicester, dispensa apresentações, tendo sido o melhor marcador e decisivo no ano do título, mantém desde essa altura elevada influência na equipa, esta época conta já com 19 golos, sendo ainda o 2.º jogador com mais oportunidades criadas para a equipa. A facilidade com que ataca a profundidade e a facilidade de remate são as suas características mais fortes.



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