O segundo jogo da fase final da Liga das Nações, disputado em Guimarães, trouxe-nos um interessante duelo entre duas seleções num bom momento. A Holanda venceu a Inglaterra por 3-1 (após prolongamento). Embora a percentagem de posse de bola tenha sido repartida (51%-49%), no que toca a oportunidades de finalização, a seleção de Ronald Koeman foi francamente superior, contabilizando 13 remates à baliza de Pickford, contra apenas 3 por parte dos ingleses.
A Holanda abordou o jogo num 4-2-3-1 a nível defensivo, com certas alterações no momento ofensivo. Procurou efetuar uma construção a 3+1, com De Jong e De Roon a alternar quem formava a linha de 3. Os laterais Dumfries e Blind garantiam largura máxima, procurando estender a estrutura defensiva inglesa. Wijnaldum, Bergwijn, Babel e Depay beneficiaram de uma grande mobilidade, procurando receber enquadrados entre a linha defensiva e linha média. De Jong demonstrou-se como o elemento mais preponderante na construção de jogo holandesa, muito pela forma como decide os caminhos e os timings de entrada no bloco adversário. Ainda assim, na relação entre setor defensivo e setor médio, reveleram alguma dificuldade no controlo dos espaços, concedendo algumas chegadas ao último terço por parte dos comandados de Gareth Southgate.
A seleção inglesa apresentou-se numa estrutura de 4-3-3, formando um claro 4-1-4-1 no momento defensivo. Demonstraram alguma incapacidade na sua construção curta (principalmente com Maguire-Stones-Rice), ficando várias vezes expostos a perdas de bola em zonas próximas da sua baliza. Optaram por um bloco médio-alto, procurando criar desconforto na construção holandesa, exemplo do golo que surge após uma recuperação de bola na área adversária. Apesar dos níveis de posse de bola terem sido equilibrados, os ingleses demonstraram sempre uma maior incapacidade de entrar no bloco holandês, muito devido à reduzida variabilidade de exploração de zonas em apoio e ataque aos espaços em profundidade.
De facto, seleção holandesa é uma laranja muito pouco “mecânica”, no sentido em que demonstra uma elevada variabilidade de caminhos para chegar a zonas de finalização. Dada a capacidade de construção dos seus jogadores mais recuados, será importante Portugal apresentar uma melhoria significativa ao nível do equilíbrio e compactação defensiva, para poder combater o poderio ofensivo desta seleção. Por outro lado, será importante Portugal ter uma boa capacidade de encontrar os espaços da estrutura adversária e entrar nos mesmos com qualidade, para aproveitar alguma falta de agressividade na ocupação de espaços por parte dos holandeses e assim, através, essencialmente, de Bernardo Silva e Bruno Fernandes, encontrar o caminho para o golo. Visto que a Holanda apresenta, teoricamente, uma maior capacidade de controlo de jogo com bola no meio campo ofensivo, em relação a Portugal, é expectável que a seleção lusa tenha vários momentos de possível aceleração do jogo, aproveitando, por exemplo, o posicionamento alto dos laterais Dumfries e Blind no momento de perda de bola.
Foto de capa: Cyprus Mail
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