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Jogo grande da jornada 12 da Premier League, Liverpool recebeu e venceu o campeão Manchester City por 3-1. Num início de jogo com um ritmo frenético, Fabinho disparou de fora de área um tiraço e fez o primeiro do Liverpool, 7 minutos depois Robertson descobriu Salah, que de cabeça fez o 2-0 com apenas 15 minutos jogados. A segunda parte também começou bem para o Liverpool: Mané fez o 3-0 aos 51 minutos e a vitória parecia não escapar aos “reds”. O Manchester City não desistiu e ainda reduziu com um belo remate de Bernardo Silva, mas não foi suficiente para bater o Liverpool que está agora com 9 pontos de vantagem face aos “citizens”.

O Liverpool alinhou no habitual 4-3-3, com as várias dinâmicas que Klopp pretende para a equipa.

O Manchester City também alinhou no 4-3-3 do costume, desta vez sem David Silva, mas com Gundogan.

O Liverpool aplicou de início um ritmo muito elevado, fazendo uma pressão alta forte aos jogadores do City. O portador da bola para além de ter as linhas de passe tapadas, tinha 2/3 homens em cima dele. Teve alguma dificuldade no ataque posicional, isto devido ao posicionamento de Gundogan, o alemão esteve muitas vezes demasiado recuado, quase ao lado de Rodri, o médio mais defensivo. Quando Sterling era lançado na esquerda, o único apoio era Aguero na zona de penalti, ou De Bruyne do lado oposto. Angeliño esteve sempre preocupado com Salah (que não recuava no momento defensivo) e raramente subiu para ajudar no ataque. Assim sendo, o Liverpool conseguiu várias vezes ter superioridade numérica no momento de pressão. De Bruyne manteve a habitual procura da entrada no espaço entre central e lateral, mas Mané e Wijnaldum ajudaram Robertson a conseguir impedir esses movimentos do belga.

Liverpool encontrava a lateral esquerda com espaço para Robertson, visto que Mané arrastava Walker para zonas mais centrais. Na direita, os “reds” sobrecarregavam o corredor com Salah, Arnold e com os movimentos de rotura de Henderson. Firmino recuou muitas vezes para a zona média central e lateral, para servir como apoio no momento de construção. Para além da pressão, uma das chaves para o sucesso do Liverpool foi a reação à perda. Os “reds” pressionavam imediatamente e, ou recuperavam rapidamente a bola, ou anulavam a tentativa do City de organizar um ataque.

Momentos de destaque

1º momento – Segundo golo do Liverpool

Após uma excelente variação de flanco por parte de Alexander-Arnold, Robertson recebe na esquerda e tem 3 opções de passe: a primeira é mais curta e lançaria Mané no espaço para uma possível situação 1v1; a segunda seria para o espaço destacado que Firmino ataca, e ficaria possivelmente frente a frente a Bravo; a terceira opção foi a escolhida, Robertson coloca a bola na profundidade para a entrada de Salah que finaliza de cabeça, fazendo o 2-0 para o Liverpool.

2º momento – Movimentos de rotura de Henderson: 3º golo

Henderson procurou frequentemente a lateral direita do campo, fazendo triangulações com Arnold e Salah. No lance do terceiro golo, apesar de marcado por dois jogadores, consegue ganhar a linha e cruzar para o espaço destacado, onde entra Mané.

3º momento – Pressão alta do Liverpool

O Liverpool conseguiu anular as qualidades do City de várias formas. Uma delas foi a habitual pressão. Vejamos neste clip que o portador da bola está sempre pressionado por um ou dois homens (a certa altura De Bruyne está cercado por quatro jogadores). Esta pressão diminui o tempo que os jogadores têm para decidir, e consequentemente vão ficando com menos espaço para definir a jogada.

4º momento – Pressão alta do Liverpool

Neste lance, o Liverpool tenta condicionar a saída de bola do City pressionando alto. Vejamos que com este tipo de pressão, conseguem ficar rapidamente em superioridade numérica e forçam o adversário ao erro. Graças a isto, o City teve dificuldades em implementar o seu habitual jogo posicional, e foi difícil chegar com perigo à baliza de Alisson.

5º momento – Posicionamento defensivo do Liverpool

O Liverpool conseguiu em vários momentos limitar as opções de passe do City, e mais uma vez o objetivo foi dificultar o seu jogo posicional. Angeliño tem Sterling como linha de passe, mas vemos que há uma linha de quatro jogadores do Liverpool a tapar espaços onde a bola poderia entrar e criar uma situação de perigo.

Na sequência desta jogada, vemos que assim que a bola vai para Rodri que o bloco do Liverpool se movimenta de forma a manter uma linha de pressão frontal ao portador da bola. Rodri acaba por ser pressionado por Fabinho, mas consegue colocar em Gundogan que descobre De Bruyne, mas mais uma vez o belga não tem nem espaço nem tempo para decidir, pois tem os dois centrais logo em cima para pressionar.

Neste lance, Walker tem a bola na lateral e vê todas as suas linhas de passe bloqueadas. Fabinho com Bernardo, Firmino com Gundogan, mas Wijnaldum tem um papel fulcral. Primeiro posiciona-se de forma a tapar a linha para De Bruyne, mas assim que vê Rodri a tentar entrar no espaço dá uns passos para o lado e interceta a bola. Este é mais um exemplo de como o Liverpool anulou as tentativas de jogo posicional do City: marcação homem a homem, e capacidade de interceção.

6º momento – Rápida reacção à perda de bola

A reação à perda foi um aspeto muito importante no sucesso defensivo do Liverpool. Neste lance, Aguero recupera e tenta lançar um ataque rápido. Mas através da triangulação entre Fabinho-Van Dijk-Robertson, os “reds” recuperam rapidamente a posse de bola. A proximidade das linhas e posicionamento acertado dos médios dificultou a saída rápida do City.

Foi uma excelente performance do Liverpool, que manteve um ritmo alto de início ao fim. O City teve dificuldades em superar a pressão dos “reds”, e teve dificuldade em implementar o seu jogo. Apesar de ser muito cedo na temporada, 9 pontos de distância parece ser uma vantagem confortável para os comandados de Klopp.



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