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O Manchester City recebeu o Chelsea, num duelo que terminou com a vitória dos ‘blues’ por 3-1 sobre os ‘citizens’. A equipa de Guardiola partiu para a 14ª jornada em 3º lugar, a um ponto do conjunto orientado por Conte que somava 31 pontos.

Perto do intervalo, Gahill marcou na própria baliza depois um cruzamento venoso de Navas. Um golo que colocou justiça no resultado face ao controlo do jogo do City. O assalto ao castelo londrino parecia estar a ter sucesso, depois de praticamente 60 minutos domínio quase absoluto pelo Manchester City, mas o golo do empate de Diego Costa deu o balão de oxigénio que o Chelsea precisava para virar o resultado. Willian e Hazard fecharam as contas em 1-3 e o Chelsea continua a sua senda de vitórias, somando o seu oitavo jogo consecutivo a vencer.

Pressão Alta

A pressão e contra pressão foi um ingrediente táctico constante no duelo escaldante da Premier League. As preocupações defensivas de cada uma das equipas começava logo no meio-campo contrário.

Tanto o Manchester City como o Chelsea posicionam as suas equipas para defenderem logo quando perdem a posse de bola em momento ofensivo, sendo possível assistir a muitas recuperações de bola no meio-campo defensivo contrário.

O Chelsea alternou, de forma eficaz, entre pressão alta e recuar para o seu meio-campo, esperando pelo erro do Manchester City que raramente aconteceu, pelo menos até aos 60 minutos. Depois disso, a equipa teve de se soltar mais e procurar a vitória com um futebol mais directo e a explorar a profundidade, não dando muito tempo para o meio-campo subir e pressionar logo na saída do City.

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Imagem 1 – Chelsea a pressionar no meio-campo defensivo do City

Por outro lado, o City assumiu uma postura constante de pressão alta, condicionando a saída em posse do Chelsea. A equipa de Guardiola interceptou 21 passes contra 17 do conjunto treinado por Conte, sendo que 4 dessas intercepções tiveram lugar no último terço do campo. A nível de desarmes, os números são muito idênticos mas com uma clara supremacia do City no que toca a tentativas de desarme no seu meio-campo ofensivo.

Kevin Bruyne foi o jogador dos ‘citizens’ que mais recorreu ao desarme, em 5 tentativas foi bem sucedido em 3, assumindo também o lugar de jogador com mais desarmes em campo, juntamente com Moses, Azpilicueta e Kanté.

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Imagem 2 – Pressão alta do City que recupera a posse perto da zona de finalização e em superioridade numérica

Os dois conjuntos adoptaram uma dinâmica táctica muito semelhante no capítulo da pressão. O objectivo principal quando perdiam a posse de bola no seu meio-campo ofensivo era de tentar ganhar imediatamente o esférico e condicionar a saída do adversário. Caso a pressão não fosse bem sucedida, as duas equipas recuavam para o seu meio-campo e esperavam pelo erro 

Silva & De Bruyne

Guardiola adoptou um sistema diferente do habitual para tentar contrariar o 3x4x3 de Conte que muito sucesso tem tido em Inglaterra. O City entrou em campo em 3x6x1, com Silva e De Bruyne a assumirem um papel fundamental na manobra ofensiva da equipa. O espanhol actuou mais como organizador e pisou terrenos mais interiores, o belga, por sua vez, alternou entre o corredor direito e o central mas sempre que partia da direita para o meio conseguia desequilibrar a defesa do Chelsea.

Ora por dentro, ora por fora. Os dois médios-ofensivos criaram situações como ninguém, especialmente De Bruyne que foi responsável por 5 das 12 ocasiões que os ‘citizens’ desenharam. Com a imprevisibilidade que lhes é reconhecida, nunca foi uma tarefa fácil para Kanté e Fàbregas travarem as investidas desta dupla. Quando o Chelsea tentava fechar o corredor central, abriam-se espaços para as entradas de Navas e Sané que deram sempre largura aos seus flancos.

Silva encontra espaços onde mais ninguém vê. Com a organização defensiva do Chelsea, tinha de recuar e sair do bloco para assumir jogo e desmarcar os seus colegas. No lance abaixo, o espanhol descobre Sané nas costas de Moses, aproveitando a falha posicional de Azpilicueta.

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Imagem 3 – Silva a encontrar espaços onde eles não existem

Em desvantagem, Silva e De Bruyne começaram a aparecer mais por dentro e tentaram explorar os espaços entre sectores com a dupla do meio-campo, Fernandinho e Gundogan, a assumirem, ou até mesmo Otamendi ou Kolarov.

O Chelsea fechava bem os espaços para a sua baliza mas a dupla do City ia encontrando soluções para os seus problemas. Quando não eram eles a organizar as jogadas, acabavam por criar espaços e a arrastar marcações para a entrada de companheiros.

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Imagem 4 – City em desvantagem com Otamendi a assumir o jogo. Silva e De Bruyne a explorarem os espaços entre sectores

Silva & De Bruyne é uma sociedade de dois génios que cria, marca e assiste como poucos na Europa o fazem. Uma garantia de sucesso para a fórmula de Guardiola. Com dois génios à solta o City fica mais perto de vencer jogos.

Arquitecto Conte

Fàbregas substituiu o lesionado Matic e a equipa ressentiu-se da ausência do sérvio com muitas dificuldades para construir e impor velocidade ao meio-campo. Moses e Alonso foram muito contidos nas suas acções ofensivas, muito por culpa do acompanhamento que Sané e Navas fizeram, respectivamente. Na frente, Diego Costa apareceu muito desapoiado com Hazard a jogar de forma mais liberta e a procurar os movimentos interiores mas sem sucesso.

O City teve o jogo na mão (ou nos pés de De Bruyne), desperdiçando várias oportunidades que dariam para ampliar a vantagem no arranque do segundo tempo. O segundo golo não apareceu e o Chelsea foi crescendo. Conte só precisou de tirar Pedro e colocar em campo Willian para fazer a sua máquina de guerra funcionar.

Na segunda parte, a base táctica manteve-se mas o Chelsea conseguiu introduzir novas dinâmicas que fizeram com que o City se desequilibrasse. O bloco defensivo passou a jogar mais subido e optaram por um futebol mais directo com Diego Costa a ganhar no ar e a dar tempo para os colegas se aproximarem e ganharem a segunda bola. No lance do empate, Fàbregas estica em Diego Costa que depois de vencer o duelo aéreo com Otamendi, encara o central argentino, desvia e remata para o golo sem grande dificuldade. Uma jogada de processos simples que relançou o Chelsea na partida. O meio-campo dos ‘citizens’ esqueceu-se de pressionar o médio espanhol e a linha defensiva deixou Diego Costa fugir e ficar 1×1 na grande área.

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Imagem 5 – Fàbregas a esticar para Diego Costa que no 1×1 ganha a Otamendi e faz o empate

O Manchester City pressionava em busca do 2-1 mas foi o Chelsea que chegou ao golo. Na sequência de uma transição rápida, Diego Costa voltou a ganhar a Otamendi, tirando o argentino do caminho com uma finta de corpo. Depois só teve de jogar na profundidade para Willian que isolado na cara de Bravo fez o 1-2.

O avançado do Chelsea foi determinante na reviravolta. Com um golo e uma assistência, Diego Costa não esgotou a sua importância na fase ofensiva. Defensivamente também se mostrou sempre disponível para pressionar e impedir a saída do City na sua primeira fase de construção, além da sua importância nos lances de bola parada defensivos.

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Imagem 6 – Transição rápida com Diego Costa a fugir a Otamendi e a libertar em Willian que faz o 1-2

O Manchester City controlou o jogo com mais de 60% de posse de bola, 84% de eficácia de passe e 5 remates à baliza contra 74% de passes certos e 3 golos em 4 remates à baliza. No fim, o que conta para a estatística é a vitória do Chelsea e a consolidação do 1º lugar, numa partida onde o xadrez táctico de Conte ditou a vitória dos ‘blues’.

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