Mateus Fernandes: O clone de Matheus Nunes
Numa partida em que nada teve de amistoso, um Sporting com várias segundas linhas empatou (1-1) com os belgas do Union Saint-Gilloise (vice-campeão da Jupiler Pro League) no estádio da Bela Vista, no Algarve, fazendo assim o seu quinto jogo particular da pré-época.
Rúben Amorim, mantendo-se fiel aos seus princípios, deu tempo de jogo à prata da casa e optou por jovens valores em perspetiva de rendimento futuro… Mas será mesmo de futuro ou atual?
Os olhares estavam sobre Trincão que assistia ao jogo da bancada, mas foi Mateus Fernandes quem roubou o palco e fez as delícias dos adeptos leoninos.
Natural de Olhão, iniciou o seu trajeto de formação ao serviço do Sporting Clube Olhanense e, aos 12 anos, sobressai-se ao ponto de atrair os olhares do Departamento de Scouting e Prospeção do Sporting.
Mas quem é este jogador dentro das 4 linhas? E porquê a comparação com Matheus Nunes?
Perfil Tático
Nascido em 2004 (18 anos), Mateus Fernandes é um médio interior que se destaca em vários parâmetros. Desde a sua estreia pela equipa principal do Sporting, tem demonstrado uma boa capacidade para compreender os diversos estados do jogo e sabe distinguir o momento de pausar para reorganizar e o momento de acelerar para criar desequilíbrios. Tudo isto, fruto das suas capacidades cognitivas e elevada maturação tática, o que é pouco habitual para alguém da sua idade.
Em virtude da sua leitura de jogo, evidencia um bom posicionamento em campo, seja ele defensivo – momento em que percebe onde tem de estar para fechar linhas de passe e impedir a progressão da equipa contrária ou até mesmo no momento em que os colegas saltam na pressão e necessitam de cobertura – ou ofensivo – momento em que compreende onde a equipa necessita de apoios para que sejam criadas superioridades numéricas.
Destaca-se também o dinamismo e a energia no momento da pressão, em que tanto pode pressionar a construção do adversário (pressão alta) ou impedir que o mesmo ultrapasse a zona de criação. Estamos a falar de um jogador com um elevado raio de ação que pretende ter um papel ativo em vários momentos do jogo. É de realçar também a sua inteligência no momento de reação à perda. Quando a equipa se encontra subida no terreno, Mateus demonstra capacidade para reagir rápido, ao encurtar espaços perante o opositor com o objetivo de efetuar o desarme e evitar assim transições rápidas ao adversário.
Mateus Fernandes em posicionamento aberto na 2ª fase de construção a possibilitar a projeção do ala, permitindo assim à equipa inserir mais um jogador dentro do bloco do adversário. Esta dinâmica só é possível devido à sua qualidade na construção e boa leitura de espaços
A comparação a Matheus Nunes
Do ponto de vista físico, Mateus Fernandes (1,78 m) perde 5 centímetros em relação a Matheus Nunes (1,83 m), mas nem por isso perde robustez física nos duelos individuais. Notabiliza-se pela força e resistência ao choque em momentos de proteção da posse e é um jogador que comprova que é possível associar a capacidade física com a capacidade técnica.
Aquilo que mais o caracteriza é a sua capacidade de progressão com bola, sempre com controlo sobre a mesma. Isto faz com que seja um elemento distinto no momento de transição ofensiva, pois demonstra ser forte em aceleração e velocidade onde, por nuances do jogo, a equipa necessite de superar linhas de forma rápida.
Além disso, apresenta uma boa capacidade para efetuar mudanças rápidas de direção, e à semelhança de Matheus Nunes, também utiliza simulações de corpo no momento do drible. Em relação aos movimentos sem bola, nota-se capacidade para iniciar movimentos de rotura de forma a provocar desequilíbrios nos corredores.
Criatividade
Não estamos a falar apenas de um jogador que carrega o jogo, somente com a missão de efetuar o transporte, Mateus assume-se também como um criativo. É incontestável a forma como procura fazer a diferença em zonas mais adiantadas do terreno. Expressa competência e esclarecimento no momento da tomada de decisão, procurando muitas vezes o jogo interior. Por consequência da sua velocidade de execução, aliada a uma boa capacidade de receção e de passe, visa a ser importante em espaços reduzidos. É um jogador que se oferece em apoios frontais e que tem tendência a combinar com os companheiros para ultrapassar blocos baixos.
Também entende o momento de efetuar o último passe e demonstra confiança ao fazê-lo – características que são importantes e que se complementam nas dinâmicas e nos princípios gerais de organização da equipa de Rúben Amorim.
Conclusão
Com a ausência de Daniel Bragança devido a lesão, abre-se assim uma vaga nas escolhas de Rúben Amorim para o meio campo do Sporting, e creio que Mateus Fernandes não demorará muito tempo a agarrar esta oportunidade. Necessita de jogar com regularidade para dar continuidade às boas prestações, mas uma coisa é certa: Mateus é o presente e não o futuro.
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