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[:pt]Carlo Ancelotti foi o treinador escolhido para assumir o comando do clube Napolitano para a época 2018/2019, após épocas de afirmação no futebol transalpino sob orientação do antecessor Sarri.

O seu mediático presidente De Laurentis optou pela escolha do ex treinador do Bayern Munique, procurando que a sua experiência (vencedor das Ligas Italiana, Francesa, Inglesa, Alemã e de 3 Liga dos Campeões) seja o catapultar do clube para a conquista da tão desejada Série A.

Analisamos os dois jogos de grau elevado de dificuldade frente a Fiorentina e Torino, onde a equipa vence ambos por 1-0 e 1-3, respetivamente. Depois disso a equipa não conseguiu ultrapassar a Juventus e perdeu por 3-1 mas esta semana teve uma importante vitória na Liga dos Campeões, diante do Liverpool por 1-0.

 

Contra a Fiorentina o treinador italiano opta por um dispositivo tático 4-3-3 e frente ao Torino por um 4-2-3-1.

Até esta alteração de sistema tático evidencia a experiência do treinador transalpino e conhecimento profundo do futebol italiano, dado que ao analisar que o Torino jogaria num esquema 3-5-2, decide estrategicamente optar por uma tática com 4 homens muito móveis na frente, em constantes trocas posicionais entre si e procura assim ter superioridade numérica perante o trio defensivo opositor.

Frente à equipa “viola” prefere antes o reforçar do seu meio campo com 3 médios, com Hamsik a ocupar uma zona central e mais recuada do que era habitual em épocas passadas , oferecendo assim maior qualidade e segurança a sair a jogar desde trás, defendendo num 4-4-2 linha com o interior Zielinki encarregue de fechar o lado esquerdo, “libertando” o extremo Insigne de missões defensivas.

Frente ao Torino há um “libertar ofensivo” de Hamsik que, ao formar uma dupla de médios centro com Rog, passa a envolver-se mais em missões ofensivas, com maior presença em zonas de finalização e mais possibilidade de utilizar um dos seus pontos fortes, os remates à entrada da área.

 

Ainda no lado estratégico, Ancelotti procurou que a equipa realizasse uma pressão alta com a linha defensiva também ela alta frente à Fiorentina.

Com o Torino opta por uma pressão média/baixa, com uma defesa também ela mais recuada no terreno, sentindo que o adversário com uma saída de bola a 3 defesas e com vários jogadores a oferecer variadas linhas de passe seguras a meio campo, conseguiria arranjar formas de ultrapassar esse tipo de pressão, permitindo aos perigosos atacantes Belotti e Zaza conseguir ter espaços na frente para desequilibrar e expor em demasia a defesa napolitana. Ofensivamente, isto ainda permitiu que o Nápoles, após a recuperação da bola, tivesse espaço para explorar o momento de jogo em que é mais forte: as transições defesa-ataque.

 

De realçar a importância da sua dupla de centrais Albiol e Koulibaly em todo o seu processo defensivo:

  • experientes;
  • muito fortes fisicamente;
  • imponentes no jogo aéreo;
  • bom sentido posicional;
  • muito fortes na marcação aos atacantes adversários.

 

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Já Allan, Zielinski e Rog são o garante de qualidade nas transições ataque-defesa, dado serem médios rápidos e intensos no recuperar da posição e em organização defensiva conseguem dar estabilidade e segurança, sendo bons na pressão ao portador da bola e no ocupar de espaços.

Todos eles são jogadores com o mesmo tipo de características, importantes também no iniciar dos contra-ataques pelo seu transporte de bola, conseguindo”invadir”o meio-campo adversário em progressão e municiando os desequilibradores jogadores da frente.

No processo ofensivo é ainda importante reforçar o envolvimento constante dos laterais no processo ofensivo com constantes subidas pelo seu corredor, potenciando o jogo exterior da equipa.

Contudo, verifica-se no 4-3-3 a falta de um avançado mais posicional e com maior presença dentro de área quando actua o adaptado Mertens nessa posição (em vez de Milik), o que torna os cruzamentos tirados desde a linha de fundo para a área inofensivos.

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Quando há pouca presença em zonas de finalização (4-3-3), a equipa recorre à inspiração individual, traduzida em diagonais com bola realizadas por Mertens e Inisgne que, partindo desde a linha lateral, conseguem entrar em zonas mais centrais, enquadrando-se com a baliza adversária e procurando o remate.

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Na nossa análise, a equipa ofensivamente tem melhor rendimento quando actua com 4 homens na frente (4-2-3-1):

  • as suas trocas posicionais e mobilidade constantes desestabilizam as marcações adversárias;
  • tiram maior partido da imprevisibilidade, técnica e velocidade de Insigne e Mertens;
  • potenciam o instinto finalizador de Callejón e Verdi;
  • a ausência de um Ponta de lança mais posicional é “disfarçada” com o aparecer de vários elementos em zonas de finalização;
  • há uma maior amplitude e largura na sua frente de ataque, o que permite à equipa conseguir uma circulação apoiada da bola pelos 3 corredores de jogo (constante retirar da bola das zonas de pressão adversária).

 

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Não será nada fácil para a ex equipa de Diego Armando Maradona repetir o feito que este e seus companheiros conseguiram em 86/87 e 89/90, ao conquistar o Scudetto. Terão de competir contra a histórica Heptacampeã Juventus, agora reforçada com um dos melhores jogadores do Mundo, Cristiano Ronaldo, num plantel já de si com variadíssimas opções em todas as posições e todas elas de inegável qualidade.

Contudo, a equipa do sul de Itália já conseguiu consolidar o seu estatuto dentro do futebol transalpino com a conquista do 2º lugar nas épocas passadas, à frente de equipas como Roma, Milan ou Inter e prepara-se agora para dar o “salto” para outros patamares contando com a perspicácia de um dos treinadores com maior palmarés em toda a Europa.[:]



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