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Noite fria aquecida pela criatividade

Perante o já confirmado apuramento para a fase seguinte, Carlos Carvalhal operou algumas alterações no onze inicial. Apostou em jogadores que têm vindo a ser menos utilizados, como Tiago Sá, Raúl Silva, Zé Carlos, João Novais e Abel Ruiz.

A primeira parte foi de maior domínio por parte da equipa do Zorya em termos de posse de bola, embora as melhores ocasiões para chegar à vantagem tenham sido dos bracarenses. A equipa ucraniana procurou impor o seu futebol apoiado e teve 57% de posse de bola até ao intervalo, mas o Braga foi sendo capaz de controlar as investidas do adversário. O posicionamento de André Horta, Schettine e Abel Ruiz a priorizar o fecho do espaço interior foi determinante para impedir que o Zorya progredisse pelo corredor central.

Ambas as oportunidades de golo do Braga foram criadas pelo lateral Zé Carlos. A primeira através de um cruzamento ao 2º poste para Galeno, que surgiu nas costas do lateral direito Favorov. A segunda ocasião, e mais clara, após uma saída de pressão do corredor lateral através de uma ação individual, a isolar Abel Ruiz que não conseguiu superar o guarda-redes Shevchenko.

Na segunda parte, a equipa de Carlos Carvalhal apresentou-se a um nível superior, não só por ter chegado aos dois golos que deram a vitória, mas passou muito pela capacidade de a equipa se instalar no meio campo ofensivo e ter os seus jogadores mais criativos a jogar em zonas mais próximas da baliza adversária.

O primeiro golo nasce de uma jogada individual de Galeno, que volta a ser decisivo após a excelente prestação que teve na Grécia, frente ao AEK.

E, para construir o segundo golo, bastaram 20 segundos. As entradas de Iuri Medeiros e Ricardo Horta demonstraram ser certeiras, pois imediatamente após as substituições, o génio de ambos dilatou a vantagem no marcador. De salientar a excelente leitura do lance por parte de Ricardo Horta, que identificou o espaço já dentro da área do Zorya e foi servido de forma sublime por Iuri Medeiros, que esperou que o adversário fixasse os apoios (que dificulta a reação e rotação), fazendo o passe no timing certo.

Destaques individuais… Desde logo, Galeno. O extremo brasileiro possui uma capacidade de desequilíbrio invulgar e apenas a falta de regularidade exibicional o pode impedir de se projetar para outros patamares. André Horta, foi dos mais influentes na criação de jogo, principalmente ao longo da primeira parte. E entre as surpresas no onze, Zé Carlos. Ainda não tinha sido utilizado nesta época desportiva e naturalmente demonstrou incapacidade para jogar 90 minutos, mas deu boas indicações e, sendo um lateral de características ofensivas, pode ser uma alternativa importante a Ricardo Esgaio no corredor direito dos bracarenses.



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