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O motor, o cérebro e a arma dos campeões da MLS

No fim-de-semana passado, os New York City FC sagraram-se, pela primeira vez, campeões da MLS. Depois de uma fase regular da competição com altos e baixos onde terminaram em quarto lugar na conferência este, mas com excelentes destaques individuais, a equipa de Ronny Deila não deu qualquer hipótese nos playoffs, tendo que bater grandes equipas, todas elas fora de casa, como os New England Revolution (1-1 vitória nos penalties), Philadelphia Union (1-2) e os Portland Timbers (1-1 vitória nos penalties) na final.

Haveria várias maneiras de destacarmos a equipa de NY, mas decidimos destacar 3 jogadores que explicam bastante o sucesso do clube do City Football Group (o mesmo do Manchester City, entre outros). O motor, o cérebro e a arma dos campeões da MLS ou, tratando as coisas pelos nomes, Keaton Parks, Maxi Morales e Valentin “Taty” Castellanos. Com recurso a alguns dados estatísticos e a vídeos que comprovam a sua qualidade, decidi destacar estes 3 jogadores que não foram só alguns dos melhores dos campeões da MLS, mas também da liga inteira em cada uma das suas posições. Para este artigo, decidi utilizar dados específicos da MLS, através de uma métrica relativamente recente criada pelos colaboradores do site/departamento de análise do “American Soccer Analysis“: Goals Added. Muito resumidamente, esta métrica avalia todas as ações dos jogadores num jogo, dando-lhe um valor positivo ou negativo baseado na qualidade da ação (se aproxima mais a sua equipa de marcar um golo, ou de sofrer um golo). Estes cálculos são feitos através de algoritmos, que oferecem percentagens a cada ação divididas em 6 categorias: Remate, Passe, Drible (transporte, finta, perdas de bola) , Recepção, Intercepção (desarmes, cortes, duelos, recuperações) e Faltas (sofridas/cometidas. Todos os valores que forem apresentados serão a percentagem média por jogo que um jogador aproxima a sua equipa de um golo em qualquer uma destas categorias, ou na categoria total, que é a soma de todas estas e conhecida por G+ (os tais Goals Added, que podem ler mais nas hiperligações deste último parágrafo).

O motor: Keaton Parks (EUA, 24 anos, médio defensivo)

Um nome que não deve ser estranho para quem acompanha o futebol português. Keaton Parks já não tem contrato com o Benfica, mas chegou a estrear-se pela equipa principal ao serviço de Rui Vitoria. Passou também pelo Varzim, onde se estreou em Portugal, e pela equipa B do Benfica. Já internacional A americano, é um médio defensivo com perfil fora do comum, onde se destaca pelo transporte de bola, chegada ao último terço e saída sob pressão. Sem bola, posiciona-se bem e apesar de não ser propriamente um jogador que se destaca fisicamente, a sua passada larga e o seu 1.93m permitem que ganhe bastante duelos individuais. Jogando muitas vezes como 6, a verdade é que o seu papel acaba muitas vezes por ser de um 8 box-to-box, algo que se nota olhando para os dados de Drible de todos os médios defensivos da posição. Keaton Parks vale por ser muito completo: não está no top-5 de nenhuma das categorias específicas, mas a soma de todas as partes coloca-o no terceiro lugar de médios defensivos mais valiosos da MLS. Apesar de uma lesão no final da época que o afastou das decisões do playoff, Keaton Parks ainda fez quase 2500 minutos e marcou 4 golos, fazendo uma assistência.

O cérebro: Maxi Moralez (Argentina, 34 anos, médio ofensivo)

Depois de um jovem em afirmação, um veterano que ainda espalha toda a sua classe nos campos americanos. Internacional A argentino uma vez, com uma carreira espalhada pela Europa, América do Sul e América Central, o antigo jogador da Atalanta chegou a Nova Iorque em 2017 e tem encantado desde então. Baixinho, com o 10 nas costas e com um pe direito que inveja muitos jovens, Moralez parece estar sempre um passo à frente dos adversários e, seja em zonas recuadas ou no último terço, tende sempre a encontrar o passe mais imprevisível que deixa os seus colegas na cara do golo. Este ano, foram 14 assistências e 4 golos para o mago argentino, ele que criou uma dupla de sonho com Taty Castellanos que, de acordo com os especialistas americanos, foi a chave para este título, contando com imensas assistências para o seu compatriota. Para um jogador tão habilidoso, tão criativo com a bola nos pés, Moralez destaca-se também no momento sem bola, com várias intercepções e roubos de bola em zonas perigosas, tornando-o o terceiro médio ofensivo mais valioso no capítulo defensivo.

A arma: Valentín “Taty” Castellanos (Argentina, 23 anos, avançado)

O bota de ouro do ano na MLS, Taty Castellanos parece estar pronto para dar o salto para a Europa. Aos 23 anos, mostra uma capacidade de finalização tremenda, mas nem tudo foram os golos. Apesar de terminar a época com 23 golos e 8 assistências, Taty mostra ter a velocidade, inteligência de movimentos e agressividade a pressionar que o levarão para outro patamar. Irreverente, gosta de arriscar, e está sempre no sítio certo para finalizar, o que é destacado no capítulo da recepção de bola, muito pelo tipo de zonas onde é capaz de aparecer para finalizar, sempre um passo à frente dos centrais e a beneficiar da leitura de jogo de Moralez e companhia. Numa época em que há cada vez mais uma competição de luxo entre avançados da MLS, Castellanos destacou-se perante Chicharito, Ruidiaz, Higuain, Pepi ou Josef Martinez, alguns dos nomes mais conhecidos, mas também Buksa, Mukhtar, Arango ou Gustavo Boy, nomes que se destacaram este ano e que podiam estar fora do radar do adepto comum.



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