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Pedro Caixinha é um dos treinadores portugueses mais bem-sucedidos da actualidade. Aos 48 anos continua a conquistar títulos no México e na semana passada venceu a Supercopa MX, a única competição que lhe faltava em terras aztecas.

Analisámos a vitória por 4-0 contra o Necaxa e a forma como o Cruz Azul se comportou no momento ofensivo. Caixinha apostou num 4-3-3 que facilmente se desdobrava em 4-2-3-1. Corona na baliza, a defesa composta por Escobar, Aguilar, Cata Domínguez e Aldrete. Como médio mais recuado Lichnovsky, Yotún a fazer a ligação entre o sector defensivo e ofensivo, Alvarado a jogar mais no apoio à referência ofensiva Caraglio e os dois extremos, Méndez e Hernández.

4-3-3 como posicionamento táctico base do Cruz Azul mas com várias dinâmicas ao longo da partida

Em Dezembro de 2018 chegou à Final do Campeonato Apertura onde perdeu contra o América por 2-0 no conjunto dos dois jogos. O ano de 2019 também não começou da melhor forma mas a equipa foi crescendo e terminou o Clausura nos quartos-de-final do play-off onde perdeu com o América por 3-2 nos dois jogos.

Esta época o Cruz Azul entrou a vencer categoricamente o Necaxa por 4-0 na Supercopa MX, uma competição que coloca frente-a-frente os vencedores da Copa MX, provando que é um dos favoritos à conquista do Apertura 2019.

O modelo de jogo de Pedro Caixinha assenta em saídas curtas desde trás, centrais com boa relação com bola e com capacidade para saírem em progressão, médios sempre disponíveis para receberem e com grande mobilidade, extremos dentro e laterais fora a explorarem os espaços no corredor, referência ofensiva que tenta segurar a bola e esperar que os colegas subam no terreno ou ganhar o duelo aéreo para isolar os seus companheiros nas costas da defesa contrária e transições rápidas através dos extremos quando existe espaço para desequilibrar. Tudo isto foi possível de constatar no jogo contra o Necaxa e podem ver em detalhe nos vídeos.

Na 1ª fase de construção, Corona mostra-se sempre disponível para oferecer linhas de passe e começar a organização ofensiva, juntamente com os dois centrais, Aguilar e Cata Domínguez. Quando não é possível sair a jogar curto desde trás, Corona estica na frente para a referência ofensiva da equipa, Caraglio. O ponta de lança argentino é muito forte no jogo aéreo e consegue ser bastante eficaz neste capítulo.

O médio mais recuado, Lichnovsky, não participa muito neste momento, procurando subir à linha do meio-campo para arrastar consigo a marcação e abrir espaço para outros colegas receberem enquadrados, como é o caso de Yotún, ou para Cata sair em progressão. Apesar disso é um jogador com qualidade técnica para manter a circulação da posse de bola e consegue demonstrar isso quando é chamado a jogo, não se limitando às suas acções defensivas. O médio chileno é central de origem e já passou por Portugal onde representou o FC Porto.

Yotún é um dos grandes destaques do Cruz Azul. Um jogador diferenciador na forma como pensa e executa. É ele que define as jogadas no momento ofensivo. Com a subida de Lichnovsky e com a projecção de Aldrete no corredor esquerdo, o médio peruano consegue receber entre linhas ou no corredor esquerdo. Recebe, temporiza e acelera. Através do drible ou com variações do centro de jogo.

No momento de criação surgem os movimentos interiores de Méndez da direita para o centro e de Hernández da esquerda para o meio. Abrindo espaços para os laterais, Escobar e Aldrete subirem pelos seus respectivos corredores. Também Alvarado procura receber entre linhas e ligar o jogo a partir daí. Caraglio apesar da sua estatura física é um jogador muito disponível e com capacidade para baixar no terreno e oferecer apoio frontal ou fixar-se entre os dois centrais.

O trio ofensivo, Méndez, Hernández e Caraglio aparecem muito bem no momento de finalização. Alvarado também chega com facilidade ao último terço mas procura mais ser uma solução para receber entre linhas e dar continuidade às jogadas do que tentar o golo. Yotún começa as jogadas e consegue aparecer a finalizar mas fora do bloco através de remates de longe.

Os quatro golos da partida da Supercopa MX demonstram na perfeição as ideias de Pedro Caixinha.

O primeiro surge de um livre de Yotún e Caraglio a aparecer a finalizar com um cabeceamento. Um jogador muito forte no jogo aéreo. No segundo golo é possível ver o Cruz Azul em transição ofensiva, com a velocidade dos extremos Méndez e Hernández, e ainda Yotún a fazerem a diferença na pressão e recuperação de bola. O 3-0 tem início numa subida de Cata. Sem oposição o central mexicano avança pelo corredor central até fixar o adversário e soltar na esquerda em Aldrete para cruzar. O último golo acontece depois de uma das várias jogadas em ataque posicional. Corredor direito como ponto de partida, com Jonathan Rodríguez, ex-SL Benfica, a pedir a bola nas costas do lateral contrário e em velocidade entrar pela área até descobrir Escobar.



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