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Fim da pausa para seleções significa também o regresso da maior prova europeia de clubes, sendo consequência disso o próximo jogo do Porto frente ao Lokomotiv, e será essa partida que abordaremos nesta nossa análise.

O Lokomotiv teve um início de época para esquecer, não conseguindo alcançar a vitória nos primeiros quatro jogos oficiais da época, e com exibições também elas pobres e com pouco brilho. Vitórias esporádicas até a pausa para seleções de outubro (mesmo a vitória recente frente ao CSKA) não apagam aquilo que têm sido as fracas exibições do Lokomotiv e a pouca capacidade de criação da equipa – algo que já era, até certo ponto, de notar na época passada mas que mesmo assim se revestiu numa temporada especial para os ferroviários.

Com a lesão de Smolov, a grande contratação nacional do Loko, é provável que o avançado português Éder lidere a frente de ataque dos moscovitas. Sendo assim, o onze do Lokomotiv – ao qual adicionaremos uma pequena análise individual de cada jogador – no nosso entendimento, deverá ser o seguinte:

#1 Guilherme – Guarda-redes com qualidade, de elevado nível técnico, dá uso à sua altura e agilidade, apesar de cometer alguns erros não demonstradores da sua qualidade.

#20 Ignatyev – Lateral experiente, com chegada à frente, não possuindo um grande nível técnico, não compromete nos momentos com bola, tal como sem bola.

#33 Kverkvelia – Central com menor refinamento técnico da equipa, com fraca capacidade de construção, defensivamente é pouco seguro nas suas ações, apesar de forte no jogo aéreo.

#14 Corluka – Jogador muito seguro no processo defensivo, muito forte nos duelos, com bom posicionamento e assertividade nas suas ações. Bom tecnicamente capaz de encontrar companheiros com passes verticais

#5 Höwedes – Da defesa, de longe o jogador com mais qualidade, forte com e sem bola. Joga a lateral esquerdo, numa defesa a 4, não tendo tanta preponderância no processo ofensivo como se esperaria, defensivamente é super eficiente.

#6 Barinov – Médio defensivo promissor, com bom posicionamento defensivo, em organização, na transição recorre à falta com frequência. Com bola tem boa visão de jogo e chegada à área, além de qualidade de passe.

#27 Denisov – Extraordinário médio de contenção, sem bola é o garante da defesa do Lokomotiv, juntando-se por vezes aos centrais. Com bola é um jogador com grande qualidade de passe e superior critério.

#7 Krychowiak – Até ao momento o melhor jogador dos ferroviários, com muita criatividade no processo ofensivo da equipa, bom passe e grande capacidade de definição. Jogará à frente de Denisov e Barinov.

#4 Manuel Fernandes – Jogará a médio-ala esquerdo, flete frequentemente para dentro, jogador técnico e com grande capacidade de drible e de remate, oferece um virtuosismo à equipa não visto em mais nenhum jogador.

#59 Aleksei Miranchuk – Dos irmãos Miranchuk, o mais evoluído tecnicamente, jogará na direita, mas ocupa terrenos interiores frequentemente. Boa qualidade de drible e de remate, falta-lhe definição e intensidade, até para se poder afirmar.

#24 Éder – Ponta de lança com reduzida qualidade técnica, possuindo no entanto capacidade de jogar de costas para a baliza e de segurar a bola, com um bom uso do corpo nestas ações.

Organização Ofensiva
Os moscovitas jogam em 4-3-3 com Manuel Fernandes como extremo esquerdo e é precisamente por esse flanco que os moscovitas tentam criar o seu jogo ofensivo através do lateral esquerdo Howedes e o português, variando a retenção da bola no seu próprio meio-campo com passes mais directos aquando da desmarcação do ponta-de-lança. Os russos parecem depender bastante da criatividade do médio português, que vem buscar jogo do flanco esquerdo com instruções para flectir para o meio do terreno à procura de espaços no último terço.

O Guarda-Redes muitas vezes bate longo na reposição de bola a não ser que um dos centrais, maioritariamente Corluka esteja livre para receber o passe e criar a partir da defesa, caso contrário o jogo directo tem como alvo Éder, sempre a pender para o corredor esquerdo, o lado preferencial de ataque dos russos. Denisov, o médio centro mais recuado vem algumas vezes buscar jogo entre os centrais mas nem sempre para receber a bola, a ideia passa por atrair a marcação para que o central possa encontrar Howedes ou Manuel Fernandes em boas posições.

Corluka procura várias vezes o passe vertical em busca de um médio centro ou das desmarcações de Manuel Fernandes ou do avançado nas costas da defesa, o central croata parece ser o único com indicações para tentar o passe mais directo a partir da defesa.

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Transição Ofensiva
Maioritariamente tentam reposicionar-se e manter a posse de bola procurando a melhor opção com calma, isto deve-se ao facto de não terem jogadores na frente de ataque propriamente velozes com capacidade de penetração. Têm no entanto jogadores com capacidade de retenção da bola que com passes seguros conseguem bascular com eficácia.

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Organização Defensiva
Os russos organizam-se em 4-1-4-1 onde os extremos descem rapidamente junto dos seus laterais deixando pouco espaço a explorar nesses corredores mas mostrando flexibilidade no corredor central onde os médios centro variam as marcações individuais dependendo das movimentações dos adversários.

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Transição Defensiva
Os russos gostam de pressionar alto no momento de perda de bola havendo mesmo uma
marcação homem a homem e os jogadores do seu meio-campo a subirem no terreno para
fechar espaços. Caso o adversário consiga sair da zona de pressão e variar o flanco de
jogo podem ocorrer situações de superioridade numérica para o adversário. De notar que
apesar dos centrais do Lokomotiv não serem rápidos primam pelo posicionamento nas
situações de cobertura defensiva.

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Bolas Paradas
Os ‘Ferroviários’ têm alguns jogadores com bom porte físico (Éder, Krychowiak, os dois centrais e mesmo Howedes) que podem ser um perigo nas bolas paradas ofensivas. Nos cantos ofensivos colocam pelo menos 5 jogadores dentro da área adversária e um junto a Manuel Fernandes para criar a ilusão de um possível canto curto, que por vezes tentam, normalmente do lado direito.

Os russos tentaram um lance estudado frente ao Schalke 04 num livre ofensivo do lado direito que criou algum perigo – último excerto do vídeo – denotando criatividade na preparação destes momentos de jogo, fica à atenção do FC Porto.

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vs FC Porto
Os russos vêm de 3 vitórias consecutivas para a Liga que os colocam a 7 pontos do líder Zenit mas no que toca à Liga dos Campeões, ainda não conseguiram pontuar. Depois da derrota por 3-0 na Turquia frente ao Galatasaray na primeira jornada do Grupo D, o Lokomotiv voltou a perder em casa frente ao Schalke 04 numa partida intensa resolvida perto do minuto 90 na sequência de um canto ofensivo adversário.

O FC Porto deve esperar uma equipa agressiva sem bola a querer pressionar alto, uma equipa que precisa vencer para poder continuar a sonhar com a qualificação para a próxima fase da Liga dos Campeões. O jogo ofensivo dos moscovitas irá passar muito pelos pés de Manuel Fernandes, a criatividade e qualidade de drible do português serão as principais ameaças à defesa portista.

Por outro lado, os dragões podem e devem aproveitar os momentos de transição defensiva do adversário que não têm a capacidade física de pressionar alto e voltar às posições iniciais com a eficácia necessária tendo em conta a velocidade patente na frente de ataque dos portistas. Deverá ser um jogo equilibrado em que os dragões têm vantagem a nível técnico pois têm jogadores com boa capacidade de passe e decisão a meio-campo capazes de encontrar Marega ou Brahimi com passes longos e deixá-los em situações de 1v1.

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