Filip Krovinović é uma das jovens esperanças do futebol croata. O médio ofensivo de 21 anos, que mede 1,75cm e pesa 70 quilos, desde cedo começou a encantar os adeptos de futebol do seu país. Com apenas 18 anos de idade, Krovinovic já assumia uma posição de destaque no NK Zagreb, tendo participado em 34 jogos e marcado 8 golos, numa época que culminou com a conquista da Druga HNL 2013-2014 (segunda divisão croata). Na época seguinte, antes de se mudar para Vila do Conde, ainda foi a tempo de ajudar o modesto emblema de Zagreb a alcançar o surpreendente 5 lugar na Prva HNL 2014-2015, principal divisão croata, deixando “água na boca” nos principais emblemas do futebol croata e em alguns clubes internacionais. Depois de duas épocas ao serviço do Rio Ave, Krovinovic chega ao SL Benfica a troco de 3 milhões de euros, após ter sido considerado pela generalidade da crítica desportiva como uma das principais, senão a principal, revelação da Liga NOS 2016-2017.
Médio versátil e de requinte técnico
Filip Krovinovic é um médio ofensivo criativo que se destaca pelos atributos técnicos, sendo notória a facilidade com que sai de zonas de pressão, revelando bastantes argumentos na execução de passes de rutura, mudanças de centro de jogo e sobretudo na capacidade de condução de bola, assumindo um papel fundamental nas transições ofensivas e nas ruturas com bola pela zona central em momentos de ataque organizado. Aliado aos aspectos já mencionados acrescente-se a facilidade de remate fora de área, com ambos os pés, tendo já executado golos de belo efeito, bem como a capacidade de marcação de bolas paradas.
Do ponto de vista físico, a aceleração que imprime ao jogo e a velocidade são aspetos que ganham relevo, sobretudo porque se trata de um jogador também veloz na forma como pensa e executa. No entanto, aspetos como a força e o equilíbrio devem ser significativamente melhorados.
Em termos psicológicos é de realçar a superior visão de jogo, velocidade de execução e a disponibilidade para trabalhar para a equipa. É também um jogador muito imprevisível e muito rápido na antecipação. Porém, revela algumas lacunas posicionais, bem como pouca agressividade e disponibilidade para tarefas defensivas.
Ao nível da componente tática salienta-se alguma versatilidade, pois, para além da sua posição de origem, Krovinovic pode desempenhar o papel de médio centro, médio interior ou médio ala (normalmente descaído sobre a esquerda), embora ainda revele bastantes lacunas nas tarefas defensivas.
Análise comparativa
É relativamente consensual que a contratação de Krovinovic terá como principal objetivo introduzir maior profundidade à posição 8 no plantel encarnado. Assim sendo, faz todo o sentido fazer uma análise comparativa entre o médio croata e Pizzi, no sentido de percebermos as principais diferenças e semelhanças no estilo de jogo de ambos.
Se em termos nominais, o internacional português domina em todos os campos (embora nas perdas de bola isso seja algo de negativo), em termos relativos Krovinovic apresenta um melhor registo.
O maior número de ações de Pizzi pode ser explicado pelo facto de jogar numa equipa de maior dimensão e com maior fluxo de jogo ofensivo. Porém, Krovinovic quando solicitado a participar no jogo, apresenta a mesma eficácia de Pizzi, tal como comprovam as 79% de ações bem conseguidas. O mesmo argumento serve para justificar o menor número de passes chave (0,26 p/j contra 1,54 p/j de Pizzi), aspeto em que o médio croata até é particularmente forte. Ao nível da eficácia nos passes e nos remates os números são relativamente semelhantes (87% e 41% vs 84% e 37%, respetivamente), com ligeira vantagem para o antigo jogador dos vila-condenses. Já no que se refere aos desafios individuais (55% vs 45%) e dribles (73% vs 61%) Krovinovic destaca-se de Pizzi, aspetos que corroboram algumas qualidades já mencionadas como a antecipação e condução de bola. A análise às perdas de bola deve ser vista de forma relativa, pois Pizzi é um jogador que arrisca muito no último passe e está mais vezes em momentos de criação de jogo, aspeto que pode justificar os números apresentados pelo médio português (9p/j vs 4,4p/j). Já em termos de recuperações de bola, os baixos números de Krovinovic revelam a sua menor apetência para tarefas defensivas.
Por fim, da análise gráfica percebe-se uma significativa maior amplitude de movimentos de Pizzi, que procura encher o campo todo, ao passo que Krovinovic, sendo um jogador mais de “bola no pé” interfere sobretudo na sua zona de ação (médio ofensivo/interior esquerdo).
Projeção da época 2017/2018
Sendo um médio ofensivo de origem muito se tem especulado sobre a posição que Krovinovic poderá ocupar no SL Benfica. Dada a proliferação de médios alas/extremos, bem como o atual número de avançados, é pouco expectável que se vislumbrem alterações na estrutura tática da equipa, mantendo-se o 1-4-4-2. Assim, o médio croata deverá ser lançado na posição 8, podendo, no entanto, em determinadas ocasiões, partilhar o lugar no 11 com Pizzi, ocupando um deles um jogar na ala, oferecendo um maior equilíbrio à equipa. Não é de excluir também a possibilidade de Rui Vitória, pontualmente, povoar o meio campo com 3 médios, à imagem do que fez, por exemplo, frente ao B. Dortmund no ano passado.
Resumindo, caso Pizzi se mantenha no plantel, é bem provável que Krovinovic esteja uma época na sombra do internacional português, à semelhança do que já aconteceu com outras contratações. Resta saber se a intervenção cirúrgica a que foi recentemente submetido, a uma hérnia inguinal (paragem de 5 semanas), não lhe poderá custar a permanência no plantel, já que para o seu lugar há ainda Martin Chrien, Filipe Augusto, André Horta e João Carvalho. Se isso acontecer, certamente não será por falta de talento.
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