SC Braga: Braga ao Ataque

O SC Braga é atualmente o 2º classificado do campeonato, sendo o melhor ataque da Liga, com 23 golos marcados e o 2º melhor ataque da Europa, se compararmos com as 5 maiores ligas europeias, só atrás do PSG. A equipa da cidade dos arcebispos, defronta esta sexta-feira o FC Porto e chega moralizada uma vez que está a fazer um campeonato e uma Liga Europa com excelentes resultados.
Como antevisão ao jogo, iremos analisar o momento ofensivo, analisando vários momentos de organização ofensiva, transição ofensiva e bola parada ofensiva da equipa de Braga para perceber a eficácia que a equipa tem tido neste inicio de temporada.
Artur Jorge
Artur Jorge foi o treinador escolhido para ficar ao leme da equipa, após a saída de Carlos Carvalhal. Artur Jorge jogou mais de uma década no clube, iniciando a sua carreira de treinados no FC Famalicão. Como treinador, passou pelas camadas jovens do Braga, com interregno de duas épocas em que esteve no Campeonato de Portugal, mais concretamente no Limianos e Tirsense. Em 2017/2018 regressa e a partir daí nunca mais saiu do clube, esteve nos juniores, passou pela equipa sénior como interino e posteriormente passou pela equipa de Sub-23 e equipa B.
Esta temporada os números de Artur Jorge ao comando técnico do SC Braga são simples de analisar, 8 vitórias, duas para a Liga Europa, 1 empate, contra o Sporting e 0 derrotas. Tem o melhor ataque da Liga, com 23 golos marcados, mais 3 golos nas competições europeias, e a segunda melhor defesa, com 5 golos sofridos.
Sistema de Jogo – XXI Base
O treinador do SC Braga apostou no mesmo sistema que o fez ter bons resultados na equipa B do clube, 4 x 4 x 2, permitindo que a equipa esteja compacta no momento defensiva, principalmente o bloco médio e defensivo e ofensivamente, devido às características dos jogadores consegue ter bastante mobilidade, tendo dois jogadores como referências na frente.
Em termos de XXI Base, mantém uma base que já vem do ano passado, acrescentando o central Niakaté, bem como Simon Banza, contratado ao FC Famalicão e Vitinha, que se tornou um indiscutível nesta equipa. Estes dois jogadores acabam por ser dois elementos fundamentais naquilo que é o processo ofensivo da equipa, a capacidade que têm de finalizar e de muitas vezes fixar a linha defensiva adversária, para aparecerem jogadores vindos de trás, torna-os essenciais neste processo.
Organização Ofensiva
A equipa no seu momento ofensivo procura aumentar os espaços no bloco defensivo adversário dando largura total, principalmente através dos laterais e a profundidade é garantida pelos dois avançados que têm como objetivo fixar a linha defensiva adversária. Entrelinhas atuam os médios e extremos, procurando desbloquear o jogo, ultrapassando o bloco adversário e acelerando o jogo.
A primeira fase de construção é garantida pelos dois centrais que poderão estar acompanhados, por Al Musrati, que encaixa no meio, ou pelo André Horta que algumas vezes encosta-se a um corredor, principalmente esquerdo. Os laterais procuram estar projetados e abertos. Por dentro, Ricardo Horta, Iuri Medeiros ou Lainez, procuram estar entrelinhas e recebem no pé caso haja espaço, ou caso o lateral adversário seja atraído ao corredor lateral, estes jogadores procuram atacar a profundidade.
Nas zonas de finalização, equipa procura atacar a profundidade através da velocidade e capacidade física, dos 4 jogadores mais adiantados, que formam uma espécie de quadrado . Neste sentido, e de forma a abrir esses espaços na linha defensiva adversária, a equipa procura variações de corredor com os avançados ou extremos, a atacar o espaço entre lateral e central do lado contrário. Por outro lado, equipa procura situações de cruzamento e nesse momento há jogadores mais abertos que procuram fixar e afundar a linha defensiva e geralmente aparece um jogador vindo de trás para finalizar, quer dentro da área ou fora.
Outra característica do jogo do SC Braga é a objetividade e para isso contribui a qualidade do Guarda-Redes Matheus em jogo longo, mas principalmente a capacidade que os dois avançados têm para ganhar duelos aéreos. Os extremos, neste momento, estão sempre muito ativos para a 2ª bola e são eles que aceleram o jogo.
Transição Ofensiva
Este é o momento em que a equipa consegue criar maior perigo aos adversários e a isso muito se deve a capacidade de pressão e a ótima reação à perda que a equipa bracarense tem. No seu 4 – 4 – 2 em bloco alto, é no meio campo que se encontra a maior capacidade de pressão e isso permite que a equipa ou em ataque rápido ou em contra-ataque crie situações de perigo. No momento de recuperação nota-se a preocupação dos jogadores mais avançados procurarem estar nas costas da pressão e nas costas dos defesas.
Bola Parada Ofensiva
Nos lances de bola parada, nota-se uma tendência maior pelos cantos curtos e um estudo para para perceber onde estão os pontos fracos do adversário. Os marcadores geralmente são André Horta de pé direito e Sequeira de pé esquerdo. No canto curto, procuram combinação simples entre os dois jogadores referidos com a bola colocada ao segundo poste, ou então um canto mais elaborado com mais um jogador a aparecer, ou com um jogador a aproximar vindo do interior da área.
Nos livres, nota-se dois tipos de dinâmicas, procuram colocar a bola no espaço entre linha defensiva e o Guarda-Redes, tornando difícil para a linha defensiva adversária o momento em que tem de baixar e o guardião o momento em que tem de se sair. Procuram, também, colocar a bola num primeiro jogador que aparece em aproximação para o desvio.
Confronto com o FC Porto
Tendo em conta o aspeto defensivo do FC Porto e olhando para os golos sofridos pela equipa azul, nota-se que a equipa poderá estar exposta, principalmente se usar o 4 x 4 x 2 em losango (a azul na imagem abaixo). Os avançados pressionarão os centrais, os médios interiores, provavelmente marcarão os laterais e nesse sentido a equipa poderá criar superioridade à frente da linha defensiva.
O quadrado formado pelo Braga com extremos e avançados pode criar algumas dúvidas nos centrais e médio defensivo e os laterais abertos obrigará a linha defensiva do FC Porto a abrir. Dado este posicionamento e os problemas passados que a equipa azul e branca já teve a defender este tipo de situação, torna-se algo que poderá ser aproveitado pela equipa bracarense.
Caso o FC Porto atue num 4 x 2 x 3 x 1, com Uribe e Eustáquio a formar um duplo pivot e com Taremi a funcionar como um “falso 10”, uma vez que é um avançado com bastante mobilidade, o SC Braga poderá ter mais dificuldades no jogo interior, mas poderá tentar desbloquear o jogo por fora.
Desta forma, vamos ter um jogo muito interessante do ponto de vista tático e esperemos com golos, com duas equipas à procura de se aproximar do líder Benfica.
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