Sporting CP – O justo campeão?
Durante toda a temporada, foram vários os jogadores que se destacaram, sendo Coates, Palhinha e Pedro Gonçalves, algumas das principais estrelas do Sporting. Ainda assim, todos se apresentaram a um nível muito elevado e corresponderam perfeitamente aos pedidos de Rúben Amorim, no entanto, a principal força e arma do Sporting foi o espírito de equipa e a coesão do grupo.
Eliminados precocemente pelo LASK Linz no play-off de acesso à Liga Europa, a época não poderia ter começado pior, no entanto, foi este mesmo jogo que moldou a equipa e, de certa forma, tornou o Sporting campeão.
Pelo meio os “Leões” ainda ganharam uma Taça da Liga mas foi a fenomenal prestação no campeonato o principal feito desta equipa. Com apenas 1 derrota nos 34 jogos realizados, o Sporting sagrou-se campeão à 32º jornada, sendo um dos campeões nacionais mais indiscutíveis nos últimos tempos.
Análise de Desempenho
Começando pelos dados mais superficiais, ao todo, o Sporting marcou 65 golos, 4 a menos que o Benfica, que totalizou 69 golos, e 9 a menos que o FC Porto, com 74 golos. Ora, na parte teórica, entre os três primeiros classificados, foi o Benfica quem acumulou mais xG, totalizando 69,02, seguindo-se o Porto com 66,64 e o Sporting com 59,5xG.
Ainda assim, a base de qualquer equipa vencedora é a defesa e, nesse parâmetro, o Sporting vence sem qualquer contestação, tendo apenas sofrido 20 golos, em comparação com 27 concedidos pelo Benfica e os 29 concedidos pelo Porto. Já no campo matemático, temos que o Sporting apenas concedeu cerca de 23,8 xG, comparados aos 32,28 e 27,54 concedidos pelo Benfica e Porto respetivamente.
Deste modo, obtemos a diferença de golos real e a diferença de golos expectável/teórica – xDiferença de Golos. Assim, relacionando estes dois parâmetros, obtemos o seguinte gráfico.
A leitura que podemos fazer deste gráfico, é que as equipas do lado direito, com valores positivos, apresentam uma diferença de golos maior do que o matematicamente suposto, enquanto que as equipas representadas do lado esquerdo apresentam dados opostos.
Assim, entre os três principais candidatos ao título, foi o Sporting a equipa que mais superou as expectativas matemáticas, resultado da qualidade e prestação individual quer dos jogadores da defesa e guarda-redes, quer dos jogadores de ataque.
Ora, até aqui foi abordado os golos e o xG, no entanto, estes parâmetros são, no fundo, os cenários extremos de um jogo, pelo que é também importante analisar as restantes fases do jogo e dar algum significado às estatísticas.
Dados Ofensivos
Começando pelo processo ofensivo, a tabela seguinte compara alguns dados relativos ao volume ofensivo e eficácia de Sporting, Porto e Benfica.
Agora, de modo a dar um maior significado aos dados, podemos relacionar o número de entradas no meio-campo adversário e área com o número de minutos com bola por jogo, obtendo assim o seguinte gráfico.
Quanto maior a barra, maior o tempo necessário para a equipa entrar nas zonas ofensivas referidas e, sendo assim, neste parâmetro o Sporting encontra-se relativamente mal posicionado em relação aos rivais.
De seguida, se assumir-mos que todos (ou quase todos) os remates são efetuados no terço final, podemos relacionar o número de remates com o número de entradas nesta zona. Assim, obtemos que os atuais campeões nacionais, completam 1 remate por cada 3,2 entradas no terço final, sendo a equipa mais eficaz entre os rivais por uma boa margem.
Ao contrário do gráfico anterior, neste parâmetro o Sporting não é apenas a melhor equipa entre os seus principais rivais mas também uma das melhores equipas na liga toda, a par com outros 5 clubes.
A partir destes dois gráficos, podemos concluir que entre os três principais concorrentes ao título em Portugal, o Sporting é a equipa que mais tempo demora a entrar em zonas adiantadas mas por outro lado é a mais eficaz.
Para concluir a análise do momento ofensivo do Sporting, fica aqui um vídeo de uma análise anterior da ProScout que exemplifica bem as dinâmicas ofensivas da equipa de Rúben Amorim.
Processo Defensivo
Passando agora para o extremo oposto, ainda que o Sporting tenha um bom rendimento ofensivo, destaca-se verdadeiramente pelo rendimento defensivo.
Para começar, fica aqui uma tabela com alguns dados relativos aos remates concedidos, pressão e qualidade de pressão.
Através desta tabela, que aborda uma grande diversidade de vertentes sem bola dos três grandes, podemos perceber que ainda que o Sporting seja a equipa que pressiona em zonas mais recuadas, o que coincide com o menos tempo com bola que apresente em relação aos rivais, é a equipa que permite menos oportunidades ao adversário e também mais eficaz individualmente.
Assim, para concluir esta breve análise do processo defensivo do Sporting, fica aqui, outra vez, o link para uma análise anterior da ProScout que exemplifica perfeitamente as dinâmicas defensivas da equipa de Rúben Amorim.
Conclusão
Em conclusão, ainda que ofensivamente o Sporting não apresente dados muito superiores aos rivais, sendo a equipa que menos cria mas a mais eficaz, a equipa de Rúben Amorim sobressai pela qualidade do processo defensivo. Aliado a isto, dentro e fora de campo, o Sporting foi a equipa mais estável ao longo da temporada, requisito fundamental para se ser campeão.
19 anos depois, o impensável aconteceu e foi Rúben Amorim, com apenas 36 anos, um dos principais obreiros do título de campeão nacional do Sporting, juntamente com “Seba” Coates, João Palhinha e o sensacional Pedro Gonçalves.
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