Esta semana os fãs da MLS tiveram a oportunidade de assistir a mais um Draft da competição. No evento que reúne todos os clubes da prova para escolherem jogadores das competições universitárias americanas, muitos jovens chegam assim ao patamar profissional pela primeira vez, ambicionando alcançar uma carreira com que tanto sonharam. Para o Draft deste ano, as equipas em destaque foram os Inter Miami CF e os Nashville SC, as duas novas equipas da liga americana, que tiveram oportunidade de serem as primeiras a poder escolher os seus jogadores. Para este artigo, trazemos assim as primeiras cinco escolhas do draft, cada uma com direito a vídeo de melhores momentos, descrição dos atletas e também um resumo da sua época.
Antes de partirmos para os dados sobre cada jogador, convém recordar que as épocas universitárias dos EUA são compostas por cerca de 20 jogos (podem ser mais conforme o apuramento para as rondas seguintes) em dois meses e meio, num calendário cheio de competição e que é bastante desgastante para os jogadores, com viagens, treinos, aulas e jogos. Este contexto ajuda a perceber a relevância do número de jogos, golos, assistências e de todos os dados estatísticos que iremos apresentar.
#1 – Robbie Robinson – Inter Miami CF – Avançado (1.87m, 77 kg) – Clemson University

Robbie Robinson recebeu o prémio de melhor jogador do ano 2019 da liga universitária NCAA ( MAC Hermann Trophy ), depois de marcar 18 golos em 19 jogos, contando também com 9 assistências. Estes números só por si já mostram muito, mas convém dizer que Robinson esteve um ano de fora por causa de lesão, e que este foi o seu ano de regresso. Um avançado que pode jogar nas três posições do ataque, móvel, talentoso com bola e com uma capacidade nata para finalizar. Apesar dos muitos golos e de jogar sozinho na frente, joga muito bem de costas para a baliza e associa-se muito bem com os seus colegas de equipa. Mostrou, durante toda a época, ser claramente uma das apostas mais certas para a primeira escolha do Draft, e a equipa de Miami não hesitou em apostar no jovem americano de 21 anos.
Na equipa de Miami irá encontrar um plantel completamente novo, e um treinador que gosta muito do 4-2-3-1. Será difícil ganhar o lugar nesta primeira época, mas a sua versatilidade e a capacidade de criar golos a partir do nada pode ajudá-lo muito em ter minutos no primeiro ano como profissional.
#2 – Jack Maher – Nashville SC – Defesa Central (1.90m, 79kg) – Indiana University

Uma equipa que na sua primeira escolha de sempre no Draft da MLS escolhe um defesa-central de 20 anos mostra, imediatamente, que o talento de Jack Maher é reconhecido a nível nacional. Após apenas duas temporadas universitárias, o jovem central americano chega ao mundo profissional a tempo inteiro com grande expectativa e entusiasmo (já tinha representado por uma vez uma equipa semi-profissional na USL, mas com contrato amador). A sua calma, liderança e personalidade torna-o num membro do coletivo muito importante, mas é também a sua qualidade com bola, capacidade física e maturidade em campo que o tornaram na segunda escolha do Draft.
Com muito potencial e capacidade para chegar a internacional (representou os EUA até aos sub-20, e foi chamado a um estágio sub-23), Maher foi titular nos 22 jogos que a sua equipa realizou, não sofrendo em 10 deles. Destaque também para os quatro golos e três assistências, dados impressionantes para um defesa central, que irá com certeza ter minutos nesta temporada em Nashville.
#3 – Dylan Nealis -Inter Miami CF – Defesa Lateral (1.80m, 79kg) – Georgetown University

Dylan Nealis é considerado , quase de forma unânime, o jogador desta lista mais preparado para o nível profissional. O lateral direito de 22 anos era capitão, titular, e peça muito importante da equipa de Georgetown que se sagrou campeã nacional este ano, onde jogou 24 jogos, marcou quatro golos e fez cinco assistências no seu último ano como jogador universitário (cumpriu o máximo de quatro anos como atleta-estudante).
Um lateral que podia perfeitamente jogar como médio centro ( na sua formação jogou muito como médio), Nealis passou bem mais de metade da temporada no seu meio-campo ofensivo, contribuindo para o jogo ofensivo impressionante dos Hoyas e mostrando sempre critério, inteligência e muita qualidade na definição quando se envolvia em missões ofensivas.
#4 – Ryan Raposo -Vancouver Whitecaps – Extremo/Médio Ofensivo (1.70m, 64kg) – Syracuse University

O apelido não engana. Ryan Raposo é canadiano (representou os sub-15 do Canadá) mas tem sangue português, e a sua irreverência em campo torna-o num jogador muito diferente dos que já aqui falámos. No seu segundo ano universitário, Raposo jogou 20 jogos, marcou 15 golos e fez 7 assistências. Para lá dos números, Raposo adiciona ao seu jogo uma irreverência e pormenores técnicos que o põe, provavelmente, com o potencial mais elevado para jogar na Europa desta lista. Para além de ser o único não americano até ao momento, é também o menos “americanizado” no que toca à maneira de jogar. Irreverente, forte no 1v1, não tem receio de partir em jogadas individuais e tem uma coisa que os americanos gostam muito: dá espetáculo se tiver essa oportunidade.
Com experiência como extremo, mas também como número 10, Raposo, de 20 anos, vem acrescentar qualidade a um dos plantéis mais vulneráveis da MLS, que terminou a época no último lugar. Espera-se uma época de transição com muitos minutos, e com muitas esperanças depositadas na sua qualidade para elevar o rendimento da equipa canadiana.
#5 – Daryl Dike -Orlando City – Ponta de Lança (1.85, 100kg) – University of Virginia
O casamento perfeito deste Draft. Daryl Dike é um avançado muito especial, que se for envolvido no contexto certo pode ser uma arma muito perigosa para qualquer equipa. Forte fisicamente, rápido, capaz de segurar a bola de qualquer defesa, Dike é um jovem de 19 anos que causa estragos a qualquer defesa central que o tente desarmar. Mas engane-se quem pensar que Dike é apenas um jogador alvo: para além dos 10 golos que marcou esta temporada (23 jogos), realizou ainda oito assistências. Essa é talvez a sua imagem de marca: um jogador muito mais completo do que aquilo que o seu perfil físico indica. Sem ser o jogador mais habilidoso da competição, Dike consegue facilmente driblar adversários, percorrer vários metros com bola e desgastar defesas, servindo os seus companheiros da melhor maneira.
Ainda em desenvolvimento, Dike vai certamente beneficiar da equipa B de Orlando para ter minutos, caso não ganhe o lugar na equipa principal (algo que para um jovem de 19 anos seria normal). Ainda com muito potencial por explorar, e com uma longa carreira à sua frente, a MLS parece ser o palco perfeito para Dike pôr em prática o seu estilo de jogo e tornar-se, assim, um pesadelo para os defesas contrários.
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