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Nesta edição do ProScout Vintage trazemos uma das maiores tradições do futebol: o Boxing Day da Premier League. A liga inglesa é uma das poucas ligas europeias que joga no dia 26 de Dezembro, e traz-nos sempre muitos jogos icónicos numa altura em que os clubes jogam quase de três em três dias. Para recordarmos e celebrarmos o Boxing Day, trazemos um jogo histórico deste mesmo dia:

Manchester United 4-3 Newcastle United, época 2012-2013. Nos bancos, dois símbolos deste século para cada clube (nem sempre pelas mesmas razões): Sir Alex Ferguson e Alan Pardew. No último jogo que Ferguson orientou no Boxing Day, fomos brindados com uma chuva de golos e uma recuperação fantástica da equipa dos Reds, muito ao estilo que nos habituaram durante o reinado do treinador escocês. Numa altura em que o plantel do Newcastle era acima da média na Premier League (com Demba Ba e Papiss Cissé em evidência), os Red Devils tiveram muitas dificuldades para superar os Magpies, estando muito tempo em desvantagem.

Os onzes iniciais de cada lado.

O plano do Newcastle era o habitual: muito organizado defensivamente, forte em transições, mas com jogadores capazes de pressionar e colocar o Manchester United atrás da bola. Os laterais Simpson e Santon eram fortes a subir no terreno e Anita estava ainda a bom nível no seu ano de estreia em Inglaterra. Na frente, Demba Ba e Cissé eram jogadores de outro calibre, com Marveaux a apoiar muito bem o ataque. Foi mais ou menos essa a fórmula que adiantou os Magpies na partida, logo aos quatro minutos. Erro do United na construção, ataque rápido e objetivo de Demba Ba e uma ajudinha do jovem De Gea a oferecer a bola a Perch:

Desde cedo que o Manchester United teve que correr atrás do jogo, posicionando-se muito alto no terreno. Os Reds foram incapazes de criar perigo durante os primeiros 20 minutos, onde nem sempre conseguiram ter a bola como gostariam por causa da pressão do Newcastle. Com Ryan Giggs a juntar-se a zonas interiores e Evra a fazer o corredor todo, a equipa do United atacava constantemente numa espécie de 3-4-3, com os três da frente a serem Giggs-Van Persie-Chicharito.

Apesar da resposta do United, O Newcastle continuava a atacar de forma inteligente e a ser perigoso, chegando ao intervalo em vantagem, Johnny Evans, em apenas cinco minutos, marcou nas duas balizas e colocou o resultado em 1-2 (vídeo seguinte). Os contra ataques de Demba Ba e Cissé continuavam a criar dificuldades a Ferdinand e Evans, que tinham sempre jogadores a aparecer nas suas costas, como é exemplo do segundo vídeo que trazemos em baixo, com Demba Ba a aparecer entre os dois centrais do Manchester United e a rematar com perigo.

Estando em desvantagem, esperava-se que a equipa de Ferguson pressionasse alto e encostasse o Newcastle à sua área, mas os primeiros minutos da segunda parte foram dominados pela equipa de Alan Pardew. Pressão constante, ataques rápidos e, principalmente, fizeram com que a equipa do United se sentisse muito pressionada e insegura (Evans e Ferdinand tiveram um jogo para esquecer). Um exemplo dessa insegurança do United resumida em apenas 40 segundos:

Após um lance de bola parada, e com a equipa do Newcastle muito junto da sua área, o empate do United acabou por chegar após um ressalto para a entrada da área, aproveitado muito bem por Patrice Evra, com um bom remate de fora da área aos 58 minutos.

Com o United a crescer no jogo, as oportunidades começavam a chegar. No entanto, na Premier League os jogos nunca estão controlados, e foi após uma desatenção de Rio Ferdinand que o ex-United Obertan se lançou no ataque e brindou Papiss Cissé para o golo do Senegalês. No entanto, e não fosse este jogo um dos mais míticos da história do Boxing Day, o United respondeu apenas 2 minutos depois, com golo de Van Persie. A Premier League no seu habitat natural: jogos loucos e imprevisíveis.

Se até ao momento o jogo tinha sido confuso e sem grande critério, nos últimos vinte minutos houve poucas mudanças, apenas salientando o maior domínio do United. A equipa do Newcastle começou a sentir-se da pressão intensa que fez durante o jogo e começou a ser incapaz de controlar o jogo, permitindo ao United inúmeros ataques rápidos e com muita gente a chegar ao ataque. A entrada de Tom Cleverley para o lugar de Scholes soltou Michael Carrick para missões mais ofensivas (foi quase um quarterback a lançar ataques rápidos), e o United tornou o jogo num recital de oportunidades falhadas, com Chicharito em evidência:

Qualquer outra equipa teria ido abaixo com todas as adversidades durante o jogo (“oferta” de De Gea, auto-golo de Evans, golos contra a corrente do jogo e incapacidade de atacar de forma organizada), mas a equipa de Sir Alex Ferguson era diferente, tão diferente que os últimos minutos dos jogos eram chamados de “Fergie Time” pelos rivais (a queixarem-se dos minutos extras que o United tinha na compensação), tal era a frequência com que marcavam nos derradeiros minutos das partidas. Aos 90 minutos, o azarado do dia Chicharito Hernandez respondeu a um passe perfeito de Michael Carrick para, finalmente, colocar o Manchester United em vantagem. Era o futebol de Sir Alex Ferguson no seu expoente máximo, com Old Trafford quase a ir abaixo após o golo do avançado mexicano. É a Premier League, e o Boxing Day no seu melhor: emoção, muita vontade e jogos imprevisíveis, que mesmo não sendo hinos táticos, marcam os adeptos do futebol para sempre:



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