William Clem
Clem é só mais um dos produtos da formação do FC Copenhaga a jogar regularmente na equipa principal. Depois de Bardghji, Lund, Oskarsson e Jelert (mais recententemente também se estreou um dos irmãos mais novos de Rasmus Hojlund, Oscar Hojlund), o médio dinamarquês tem sido mais um dos jovens a ter impacto regular (como médio mais recuado do meio campo) na equipa de Neestrup.
Começou por aparecer na época 21-22, com apenas 16 anos, saindo do banco algumas vezes. Na época seguinte, já em outubro de 2022, fez os seus primeiros jogos a titular, começando na Taça e, na semana seguinte, jogando na Champions, contra o Sevilla. Fez cerca de 25 jogos para todas as competições, estando sempre entre o banco e o onze inicial.
O dinamarquês foge ao típico perfil que associamos aos médios nórdicos (apesar de cada vez mais ser um perfil em extinção). Alto, de pernas longas e meia pelo tornozelo, Clem destaca-se por aquilo que oferece com bola e posicionalmente.
Momento Ofensivo
Clem é um médio defensivo de construção, sentindo-se bastante confortável com bola e tendo personalidade para se tornar o farol da equipa no início da criação.
Baixa com frequência no terreno para ver o jogo de frente e quebrar linhas no passe, conseguindo encontrar colegas livres muitas vezes entre as linhas adversárias. Também tem facilidade em ver o jogo de costas, estando constantemente a virar o pescoço para entender o espaço à volta, assim como os adversários e colegas.
Como podemos ver no vídeo, apesar de ter essa capacidade, falha em entender o timing para soltar, reter e acelerar o jogo. Opta várias vezes por tentar criar o desequilíbrio no último terço com rapidez, levando a que falhe passes e tomadas de decisão. Ainda assim, com o predicado técnico que apresenta, poderá facilmente evoluir neste aspeto e tornar-se bastante mais assertivo.
Já no passe longo, Clem não opta por virar o flanco com passes de uma ponta a outra do campo. Procura, essencialmente, colocar a bola no espaço entre lateral e central para que o extremo consiga ganhar o lance e criar perigo. A maioria dos passes vem do centro e não percorrem grandes distâncias, focando mais o perigo no jogo interior e não no 1×1 do extremo.
Sobre pressão, raramente falha. De costas ou com adversários a caírem em cima, o dinamarquês tem facilidade em virar-se/fintar com o corpo e conseguir procurar linhas de passe. Opta também algumas vezes pelo passe mais seguro, voltando a circular para os centrais.
Já em progressão, Clem tem facilidade em carregar a bola devido à sua estrutura. Sendo alto e tendo pernas longas, consegue proteger o esférico e executar movimentos rápidos para desequilibrar.
O output ofensivo do camisa 36 pode e será muito melhor. Tem excelentes condições de base para poder evoluir e tornar-se um médio defensivo de alto nível. As condições técnicas e físicas tornam-no um alvo muito interessante para equipas que primam pela posse e por ataque continuado.
Momento Defensivo
Como disse anteriormente, Clem é um médio posicional. Não tem a capacidade para caçar a marcação individual e ocupar o campo em constante movimento de recuperação. Opta por se posicionar bem e defender o espaço/homem no momento certo.
Apesar disso, quando tem que sair ao homem e defender no 1×1, a sua estatura ajuda-o a ganhar os lances. É também muito agressivo no duelo, acabando por cometer algumas faltas desnecessárias.
Ao nível da intercepção, por estar muitas vezes bem posicionado e por ter pernas longas, consegue travar passes adversários com facilidade. Ao esticar-se, consegue roubar a bola e reter a posse.
Da mesma maneira e também devido aos predicados indicados, consegue ir ao chão com facilidade e recuperar a posse.
Notas Finais
William Clem está longe de ser um produto acabado, mas o facto de aos 19 anos ser recorrentemente um elemento de onze titular e com vários jogos indica que tem qualidade para acrescentar imediatamente e potencial para crescer imenso.
A capacidade técnica acima da média, a leitura de jogo defensivo e a imponência física levam a que tenha um impacto muito interessante ao nível sénior.
Ainda assim, para realizar o potencial que indica irá precisar de crescer em muitas valências. Desde já, terá que entender os ritmos para soltar e reter a bola e entender que tipo de passe deve aplicar em cada situação, sem que tente forçar sempre a progressão pelo corredor central.
Na leitura defensiva terá que melhorar a agressividade que coloca no 1×1 para não cometer tantas faltas. Expõe a equipa a alguns livres desnecessários, assim como, se coloca em risco de poder levar amarelo e não poder ser tão agressivo ou levar vermelho e deixar a equipa descompensada.
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