Após uma época passada de afirmação do Wolves no principal campeonato inglês, eis que na temporada seguinte se dá a consolidação de todo o seu projeto na Premier League, consagrando o técnico Nuno Espírito Santo como um treinador de reconhecida qualidade, bem como o valorizar de futebolistas como Rúben Neves, Jiménez, Jota, Traoré, Rui Patrício, entre outros.
Equipa Tipo num sistema tático pouco comum de 3-4-3
Organização defensiva
Como ainda no recente podcast da Proscout o treinador Luís Castro afirmou, “o saber defender também é uma arte” e estas palavras assentam que nem uma luva no modelo de jogo da equipa inglesa que ocupa a brilhante 6ª posição da classificação geral, apenas a dois pontos do gigante Manchester United (5º classificado).
O Wolverhampton não tem qualquer tipo de preconceito em assumir um bloco médio/baixo quando entra no momento de organização defensiva, procurando essencialmente um bom posicionamento de todas as suas unidades, preocupação no preenchimento e do fechar dos espaços em redor da sua grande área, com o intuito de não permitir que o adversário tenha espaço para puder executar, assumindo claramente um 5-4-1.
Procura nunca permitir “bolas descobertas”, quer em zonas frontais da grande área (impedir remates à baliza ou execução do último passe), quer em zonas laterais (dificultar a execução de cruzamentos para a grande área).
Ainda no que respeita aos cruzamentos oponentes para a sua grande área, devemos ainda fazer menção ao fortíssimo jogo aéreo do trio de centrais, todos eles de elevada estatura física (Boly 1,95m / Saiss 1,90m / Coady 1,84m).
Esta forte organização defensiva baseia-se na mobilização de vários jogadores atrás da linha da bola (9/10 jogadores) e no último terço do terreno. Aliado a isto, exige uma forte concentração defensiva e respetiva rigor nas marcações ao adversário.
Embora assumindo declaradamente uma pressão em bloco baixo, há primeiramente uma forte reação à perda de bola ainda em meio campo rival. Se essa tentativa de reação não resultar no recuperar da bola, aí sim, a equipa reorganiza-se e recua no terreno.
Uma fragilidade defensiva que se possa apontar a esta equipa de NES em várias alturas de jogo: o excessivo raio de ação que a dupla de médios centro é forçada a ocupar sobretudo em largura, promovida pela demora dos extremos em baixar para a linha de 4 jogadores a meio campo e dos alas a terem de recuar para a linha de 5 defesas, arrastados pela movimentação de algum adversário que tenha de ter a devida marcação.
Em vários jogos, sentindo a necessidade de segurar um resultado satisfatório, a equipa técnica dos lobos faz uma substituição habitual que mexe com o sistema tático da equipa, passando do 3-4-3 para o 5-3-2 com a troca de um extremo por um médio centro.
Transições Defesa-Ataque
A par da compacta organização defensiva, as saídas em contra-ataque rápidos são os dois momentos de jogo em que a equipa privilegia no seu modelo de jogo. E fá-lo sem qualquer tipo de complexos de inferioridade, mas antes de uma forma inteligente e estratégica, sabendo analisar o fortíssimo contexto competitivo da Premier League e dos milionários clubes que dela fazem parte, planeando a composição do seu plantel com jogadores com as características necessárias para cada posição.
Ainda de referir que a composição do plantel tem claramente o dedo da equipa técnica comandada por Nuno Espírito Santo, podendo-se comprovar pelo número de jogadores portugueses ao seu dispor, ao ponto de se tornar mesmo na equipa que nas últimas convocatórias mais tem fornecido jogadores à seleção A das quinas.
Ambos os momentos de jogo (organização defensiva e transições defesa-ataque) estão interligados diretamente, pois a equipa recua linhas e convida o adversário a subir as suas, concedendo desta forma os espaços livres atrás, necessários para o aproveitamento da velocidade dos jogadores da frente: Jota, Jiménez, Traoré, Pedro Neto ou Podence, os jogadores referência para essas saídas velozes.
A equipa está montada essencialmente para atacar pelos corredores laterais, faltando um médio centro mais criativo do ponto de vista individual e técnico no último terço do terreno, capaz de criar desequilíbrios. Isto é atenuado através das diagonais para zonas interiores essencialmente de Jota ou Pedro Neto.
Os contragolpes podem iniciar-se com a participação dos médios Rúben Neves ou João Moutinho com grande qualidade de passe curta/longa distância, ou então, através de arranques com bola em velocidade/força dos extremos e ponta de lança.
O controlar do jogo sem ter a posse de bola
A prova de que a equipa sabe conviver perfeitamente com o facto de estar a maioria do tempo sem bola e, quando a tem em seu poder, tentar chegar o mais rápido possível à frente, está na percentagem de posse de bola registada nos 2 jogos analisados:
Frente ao Man. United:
1ª Parte – 33%
2ª Parte – 36%
Frente ao Tottenham:
1ª Parte – 36%
2ª Parte – 36%
De referir que em ambos os jogos realizados fora de casa, conseguiram um empate em Old Trafford e uma vitória por 2-3 no Tottenham Hotspur Stadium.
Jogadas ofensivas ‘standard’
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