Hannes Halldórsson
Dados:
Tem 32 anos, 1.93m. Joga no Bodo/Glimt (Noruega) e está emprestado pelo NEC (Holanda). Esta última passagem na Holanda foi a única fora da Escandinávia. Tem neste momento 36 internacionalizações pela Islândia e é o indiscutível da seleção.
Fez 9 jogos (num total de 10) na qualificação, falhando apenas o último encontro na derrota contra a Turquia por 1-0. Nesses jogos não sofreu em 6 e nos restantes 3 jogos sofreu 5 golos. Estes são os dados com que chegará ao Europeu, na sua estreia em grandes competições seja a nível de seleções como de clube.
Análise golos sofridos:
Islândia 2-2 Letónia: Dois golos sofridos, com a equipa em vantagem por 2-0. 2 remates de primeira e a média/baixa altura, um cruzado e o outro ao poste mais próximo. Golos sofridos aos 49 e 68 minutos.
Rep.Checa 2-1 Islândia: Novamente a sofrer golos com a sua equipa em vantagem no marcador. O primeiro perto do intervalo numa bola parada e o segundo aos 61 minutos que foi um erro incrível da sua parte, numa bola baixa ao primeiro poste.
Islândia 2-1 Rep.Checa: Um golo incrível, sem hipótese para o ângulo superior direito do guardião. Foi o primeiro golo na partida, aos 55 minutos, depois a sua equipa virou o resultado.
Características do guardião:
É muito defensivo. Com isto queremos dizer que raramente sai da linha de golo e não arrisca movimentos mais distantes da baliza. Parece lento de movimentos no que toca a remates mais baixos. É bastante comunicativo e com uma postura de liderança. Apesar de sofrer poucos golos, não é um dos pontos mais fortes da equipa. Defendem bastante bem, de forma coesa e equilibrada e não concedem muitas ocasiões de perigo ao adversário estando o guarda-redes bem protegido.
Outras curiosidades:
Nos amigáveis é sempre um dos seus suplentes a jogar. Kristinsson é o número 2 e Ingvar Jónsson é o 3ºguarda-redes. Ambos têm 26 anos e uma média de 1.91m de altura.
Os três guarda-redes convocados jogam na Escandinávia.
Quando começou a qualificação, Jónsson e o titular Halldorsson eram colegas de equipa Sandnes Ulf.
Os outros dois guarda-redes que entraram na convocatória eram do campeonato islandês e um deles tinha 39 anos!
A maioria dos golos sofridos na qualificação para o Europeu foram sofridos na 2ª parte do encontro e, principalmente, entres os 45-70 minutos!
Robert Almer
Alguns dados:
Tem 1.94m, 32 anos e actua no Austria Vienna. É uma das referências no clube e é, actualmente, o titular da seleção austríaca. Tem no total 28 internacionalizações e na fase de qualificação para esta competição sofreu 5 golos em 10 jogos. No primeiro encontro esteve na derrota por 2-0 contra a Hungria. É o único representante da liga austríaca na convocatória. Curioso este facto…
Análise:
No jogo de estreia no Europeu, contra a Hungria, sofreu dois golos no um-para-um. A abordagem a ambos os lances foi diferente. No primeiro, numa jogada mais rápida e imprevisível, atacou a bola pelo chão mas chegou tarde ao lance. No segundo golo, perante o jogador isolado, fez a “parede” longe do adversário e o avançado picou por cima.
Assume uma postura ofensiva dos lances normalmente. Ou seja, não joga em cima da linha como se costuma dizer. Tenta compensar a falta de reacção e agilidade com um posicionamento acertado. Comunicativo, tem na liderança uma das suas maiores qualidades. Talvez por ser o único “austríaco” (a jogar na própria liga) tenha um respeito considerável no balneário e em campo. É uma figura de peso nesta seleção apesar de algumas limitações técnicas no seu jogo. Compensa a nível psicológico o que não tem de técnica.
Assertivo pelo ar (em bola parada) , débil pelo chão (em jogo corrido). Tudo o que seja remate cruzado – principalmente rasteiro – tem dificuldade em parar.
Pormenor: Nos jogos observados tinha um pequeno erro comum e que deu em lances de perigo (na maioria golos):
Quando um jogador transportava a bola por um dos flancos, Almer “encostava-se” ao poste mais próximo do lance. Significa isto que, perante um cruzamento antecipado, o poste contrário está exposto. Como não é rápido nas deslocações laterais e na diagonal, sendo algo “duro de rins” como se diz na gíria, origina perigo para o adversário.
Sugestão: Um jogo “lateralizado” com cruzamentos constantes para o segundo poste ou na profundidade podem ser fatais para a defensiva da Áustria.
Gábor Király
Análise geral:
Aos 40 anos está num momento da sua carreira que já não tem de provar nada a ninguém. E isso nota-se no seu estilo de jogo: descontraído, calmo, ponderado. Ri-se durante a partida, está sempre com boa disposição. Daí ser uma das figuras mais adoradas no Europeu até ao momento, não é só pelas calças de pijama…
Com 1.91m, a idade já referida, conta com 101 internacionalizações pela Hungria. Voltou esta temporada que passou (2015/16) ao seu país natal para voltar a um clube (Haladas) que deixou… há quase 20 anos! Desde então andou pelos campeonatos ingleses e alemães e voltou ao campeonato húngaro, talvez, para aspirar chegar a esta competição… e conseguiu!
Análise específica:
Como foi referido em cima, apresenta uma postura descontraída em campo. Tudo é feito devagar… mas bem feito a maioria das vezes.
A sua equipa joga, normalmente, com um bloco defensivo algo longe da sua área defensiva. Perante bolas nas costas da defesa não sai fora da área, ficando dentro da área à espera de recolher a bola ou, em caso de ser um adversário a controlar a bola, de se posicionar para evitar o golo.
Sempre com os braços paralelos ao tronco, reage lentamente a estímulos repentinos ou imprevisíveis, fazendo do seu posicionamento uma das suas armas para compensar a falta de reacção. No 1×1 já não tenta procurar o “desarme” aos pés do adversário como antigamente, ficando na expectativa. Fruto deste tipo de postura corporal reage até facilmente a remates a média/baixa altura. Já se destacou nesta competição com defesas a remates deste tipo, sejam isolados ou de zonas exteriores. Mostrou fragilidade nas alturas apesar dos seus 1.91m.
Em suma, é um guarda-redes que se o deixarem moralizar… torna-se difícil de bater apesar de sofrer um considerável número, historicamente, nos finais das partidas (a partir do minuto 70). Pode ser, porventura, consequência da quebra física da equipa que joga como se diz na gíria “no campo todo” mas é factual este dado.
Pontos Fortes e fracos:
Tem como ponto forte a “descontração” e calma durante toda a partida, tal como o seu posicionamento para remates interiores ou exteriores. Tem como um dos grandes pontos fracos, fruto da sua idade já avançada, a falta de reacção perante passes na diagonal que envolvam o seu deslocamento (preferindo para compensar ficar no seu espaço de conforto) e remates imprevisíveis.
A equipa, no processo de organização ofensiva, não hesita em fazer de Kiraly um dos primeiros organizadores de jogo. Sai a jogar na maioria das vezes curto.
Será testado como ainda não foi nesta competição (Portugal tem em média 20/25 remates por jogo) e até hoje os guarda-redes foram sempre as figuras nas partidas contra os portugueses. Mais por falta de engenho dos portugueses do que qualidade intrínseca nas balizas…
Danijel Subasic
Análise Geral:
Tem 31 anos, 1.91m e 24 internacionalizações. Até à qualificação para este Europeu não tinha feito qualquer jogo oficial. Tal só foi possível após a renuncia à seleção de Pletikosa no final do Mundial’14. Até este momento só tinha feito amigáveis o titular da seleção croata. Fez toda a qualificação tal como os jogos no Europeu. Na qualificação só sofreu 5 golos em 10 jogos, sendo que em 60% das partidas manteve a baliza inviolada. Em dois dos jogos que sofreu golos, foram contra a Itália (dois empates 1-1). Já neste Europeu, sofreu dois golos da Republica Checa (um deles de grande penalidade) e um golo da Espanha.
De salientar que foi um guardião que representou na Croácia clubes como o Zadar e Hajduk Split. Chegou à alta roda do futebol em 2011/12 no mercado de Janeiro para reforçar o Mónaco. Tinha na altura 27 anos, algo “tarde” para um guarda-redes com potencial mas que tardou em aparecer.
É, para Portugal ter em atenção, um guarda-redes mais conceituado e “experimentado” em grandes palcos, em comparação com os guarda-redes que os portugueses enfrentaram na fase de grupos. Além disso tem mais qualidade em todos os quadrantes. Mas… tem alguns defeitos mais salientes que os demais.
A Croácia não concede muitas oportunidades de golo, mas quando acontecem… são perigosas para a sua defensiva.
Análise Específica:
Subasic vive realidades distintas no clube e seleção, apesar das aspirações altas de ambos. No Mónaco a equipa tem uma postura mais defensiva e segura, já a Croácia é bastante mais ofensiva e pressionante. Contudo a seleção concede menos oportunidades de golo ao adversário em comparação com o clube referido.
É um guarda-redes difícil de decifrar. Até se pode dizer algo ambíguo nos seus posicionamentos e abordagens. Tem posturas ofensivas ou defensivas em momentos diferentes. Por exemplo no 1×1 é bastante “agressivo” (no bom sentido da palavra) na maioria das vezes, principalmente em lances que o avançado não tem a bola controlada por muito tempo e a partir de passes de ruptura imprevisíveis (como aconteceu no golo sofrido com Espanha). Mas, apesar desta postura “ofensiva” é algo defensivo perante lances que o avançado tenha a bola controlada e quando percorre alguns metros com a bola. Nestes momentos fica perto da linha de golo e vai encurtando o espaço ao adversário à medida que se aproxima, mas não ataca a bola aos pés do adversário. Nota-se alguma incoerência na postura perante um aspecto do jogo idêntico. Nos lances 1×1 a maioria dos golos que sofre são de bolas rasteiras apesar de baixar o centro de gravidade é algo “lento” a reagir para defender.
Mas o maior defeito, e nesse é coerente, é no posicionamento e abordagem aos cruzamentos. Sejam eles antes da grande área ou em cantos. Avança quando o cruzamento parte mas grande parte das vezes não ataca a bola. Recua no posicionamento e quando o faz, fá-lo para cima da linha onde perde reacção para a defesa. Acontece com regularidade e neste Europeu já aconteceu por duas vezes.
Apesar destes “defeitos” é um guarda-redes experiente e se o deixam “embalar” torna-se complicado de bater. Onde o contrário também acontece: se é batido cedo, é difícil voltar ao jogo. É competente na sua tarefa de defender apesar das debilidades notórias. É competente com os pés e dentro dos postes. Facilmente defende remates exteriores ou interiores se forem para as suas zonas de conforto. Tem bastantes oscilações no seu desempenho, sendo o elemento menos forte do 11 titular croata.
Lukasz Fabianski
Análise Geral:
Tem 31 anos, 1.90m e actua no Swansea da Premier League. Está no clube há 2 temporadas, onde somou no total aproximadamente 70 jogos e tem na seleção polaca 34 internacionalizações. Não começou este Europeu’16 a titular mas aproveitou a lesão do compatriota Szczesny após o jogo inaugural (vitória 1-0 à Irlanda do Norte) e não mais largou a baliza. Fez 3 jogos (1-0 à Ucrânia, 0-0 Alemanha e vitória nas grandes penalidades frente à Suiça após 1-1 no tempo regulamentar). Tem sido uma das figuras maiores da competição tendo sido o homem do jogo na última partida.
Foi, durante muitos anos, o número 2 no Arsenal e desde que chegou ao Swansea ganhou nova vida na sua carreira. Tem tido dos melhores momentos na sua carreira, consecutivamente, agora no seu clube actual e ganhou crédito na seleção com tais exibições.
Análise específica:
É, provavelmente, um dos melhores “shot-stoppers” da actualidade na Europa. Significa isto que defender, consecutivamente no mesmo jogo, não é um problema. Aliás a sua carreira indica isso mesmo. Deu-se bem em momentos em que era “massacrado” e não se deu tão bem em momentos em que era necessário fazer 1 defesa num jogo (decisiva). Certo é que vive um dos grandes momentos de forma desde que atingiu patamares elevados na Europa. No Swansea é uma das referências e um dos jogadores mais valorizados no clube e da liga inglesa e na seleção não é excepção (apesar de não ter começado a titular nesta competição).
Com isto, detalhando mais, é fantástico dentro dos postes. Reage com facilidade a remates exteriores e interiores com uma velocidade de reacção acima da média e uma capacidade no 1×1 de igual proporção. É bastante agressivo nas abordagens no 1×1, retirando o espaço de pensamento do adversário. Perante lances dentro da área, não desequilibra o corpo e não cai facilmente tornando-se assim difícil de bater neste tipo de lance.
Se tecnicamente é um guarda-redes de alta qualidade, psicologicamente não acontece tal coisa. É um guarda-redes que se galvaniza e se agiganta quando o jogo começa a correr bem mas se acontece alguma eventualidade, pode ser afectado e assim baixar o rendimento. Não é estável a nível anímico apesar de estar, progressivamente, a melhorar esta característica. E actualmente vive um grande momento de forma e “sente” que é imbatível o que camufla este problema anímico. Está altamente confiante e a equipa à sua frente sabe disso.
Um dos seus pontos fracos são as bolas aéreas, principalmente na bola parada. Mantém o seu posicionamento e zona de conforto, reagindo aos remates se existirem. Não é um guarda-redes que saia habitualmente pelo ar em bolas que saiam da sua zona de acção, mas pelo chão antecipa com qualidade os cruzamentos que existam.
Uma curiosidade, que é o que diz a história… Sempre que um guarda-redes tem uma senda de jogos sem sofrer golos ou de alguns minutos consecutivos imbatível, geralmente sofre no jogo seguinte. Os níveis de concentração baixam (tanto no guarda-redes como da defesa à sua frente) e tornam-se complacentes no jogo. Se nos lembrarmos que essa invencibilidade na competição foi desfeita perto do final do ultimo encontro, então a tendência (de balizas invioladas) poderá inverter-se na próxima partida.
Um guardião que se pode chamar de “underdog” e que se agiganta nestes momentos. Portanto não deverá ser menosprezado…
Em suma, é o guarda-redes mais completo que Portugal vai enfrentar até ao momento.
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