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O AZ Alkmaar está a ser uma das melhores equipas esta época na Eredivisie. Estão em segundo lugar com menos 6 pontos que o líder Ajax, e mais 5 pontos que o terceiro classificado PSV. São o segundo melhor ataque com 31 golos (atrás dos 43 do Ajax) e são a melhor defesa com apenas 8 golos sofridos (à frente dos 9 do Ajax).

Na temporada passada, o clube ficou em quarto lugar com quase 30 pontos de diferença para o primeiro e segundo classificado. Este ano as performances da equipa melhoraram substancialmente. Já venceram uma das melhores equipas da Liga, o PSV, e na Liga Europa estão no segundo lugar com 8 pontos, bastante bem colocados para passar à próxima fase.

Contrataram Jordy Clasie ao Southampton a custo zero, Zakaria Aboukhlal ao PSV por 2 milhões de euros, e De Wit ao Ajax também por 2 milhões de euros. A principal saída foi de Guus Til, que rumou ao Spartak Moscovo por 18 milhões de euros.

Onze base

A equipa de Arnie Slot é muito jovem: tem uma média de idades de apenas 23,3 anos. O técnico holandês de 41 anos estrutura o seu favorito 4-3-3 com um médio mais recuado, um 8 à sua frente e um médio mais ofensivo. Em organização defensiva Midtsjo pode juntar-se a Koopmeiners como duplo pivot.

Momento ofensivo

Organização Ofensiva

O AZ Alkmaar procura jogar sobretudo no meio campo do adversário. Neste caso, vemos a organização ofensiva da equipa. A construção é feita pelos centrais Wuytens e Hatzidiakos, sempre com Koopmeiners na cobertura. Os dois extremos Idrissi e Stengs por norma jogam abertos, posto isto, os laterais Wijndal e Sugawara jogam por dentro. Ao juntarem-se à linha média depois procuram o espaço entre linhas para serem apoios ao avançado e extremo. Midtsjo é o médio mais central, faz a ligação com a defesa e tem chegada à área. De Wit junta-se a Boadu na frente de ataque, mas tem como função mexer com a defesa para que Boadu consiga atacar o espaço.

Saída e estrutura

Na primeira fase de construção a equipa costuma sair a 3, com os dois centrais e um dos laterais a apoiar. Koopmeiners posiciona-se à frente da defesa, para ocupar a marcação dos dois avançados e também para ser apoio frontal.
Também é usual Koopmeiners recuar e juntar-se aos centrais no momento de construção.

Neste caso vemos novamente a saída a 3. No momento da primeira fase de construção a estrutura do meio campo é esta, com Midtsjo e De Wit como médios mais ofensivos. Koopmeiners é apoio frontal e faz a ligação com a defesa.

Formas de atacar

Em ataque posicional o AZ cria várias dinâmicas com a variação do posicionamento dos seus jogadores. Idrissi joga sempre bem aberto na esquerda. O lateral Wijndal procura ocupar o half space e ser apoio interior do extremo; De Wit joga ao lado de Boadu mas explora aquela zona entre linhas para também libertar espaço para o avançado. Com elevada capacidade criativa, passe, e drible curto, Stengs explora a zona central para ser mais influente no momento da definição ofensiva. Svesson dá largura na direita, enquanto Midtsjo está numa posição intermédia, de forma a ser apoio mas também ajudar a equipa caso haja perda de bola.

Como já referido, Stengs é um dos principais criativos da equipa. Nesta transição ofensiva procura terrenos interiores e podemos observar que Boadu já faz um movimento de forma a atacar o espaço que pode ficar livre devido ao posicionamento dos centrais. De Wit explora o espaço entre central e lateral e também é referência ofensiva. Idrissi, como costume, joga bem aberto, enquanto o lateral Svensson dá largura na direita.

Neste lance vemos a importância de Midtsjo na transição ofensiva, e de De Wit ser uma referência ofensiva pela sua capacidade criativa. Com uma receção orientada Midtsjo sai da pressão e encontra muito espaço no meio. De Wit é apoio entre linhas e completa a tabela com o norueguês que finaliza com muito espaço.

Koopmeiners – estrutural

Koopmeiners é muito importante para o jogo do AZ, em todos os momentos. Recua até junto dos centrais para progredir com bola, pode cobrir os centrais caso um destes suba para construir, e está sempre em movimento para ser linha de passe.

Neste lance vemos que o central Hatzidiakos abre e sobe no terreno para construir. Para reequilibrar a equipa Koopmeiners recua e forma a dupla defensiva com Wuytens. Esta inteligência tática beneficia a equipa no momento ofensivo porque permite que um dos centrais construa e, ao mesmo tempo, não deixa a equipa descompensada a nível defensivo.

Novamente neste lance vemos que Koopmeiners até começa com bola, mas permite que Hatzidiakos construa junto à lateral direita. É possivel ver que recua e alinha-se com Wuytens, e com espaço para construir Hatzidiakos consegue colocar a bola logo na frente com qualidade.

Quando Koopmeiners se junta aos centrais há sempre um médio que fica à sua frente, para ser apoio e fazer a ligação ao ataque. Por norma é sempre Midtsjo que faz essa função de 8, mas nesta altura do jogo já tinha sido substituído por Clasie. Neste primeiro lance vemos esse apoio.

Quando Koopmeiners decide subir no terreno, esse jogador que está a desempenhar a função de 8 (neste caso Clasie) recua para perto dos centrais para dar equilíbrio à equipa, e para estar bem posicionado caso haja perda de bola. Através destas dinâmicas de meio campo, os jogadores têm sempre noção onde estão os seus colegas, as linhas de passe mantêm-se, e a equipa raramente fica descompensada.

Dinâmicas laterais

Como Idrissi gosta de jogar bem aberto, Arnie Slot pretende que Wijndal (lateral esquerdo) jogue por dentro. É um lateral que explora bem o half space, e define bem. Através desta dinâmica, o AZ consegue desequilibrar a defesa contrária e mexer com as marcações.

Na lateral direita as dinâmicas estão muito dependentes das movimentações de Stengs, sendo que este é o principal criativo da equipa.

Esta é a situação mais habitual na lateral direita. Stengs procura terrenos interiores, e Svensson dá a largura necessária.

Svensson tem a capacidade para jogar em terrenos interiores, mas só o procura caso Stengs esteja bem aberto. Neste exemplo, vemos que se junta ao meio campo para ser o terceiro médio. Assim ajuda na construção e deixa a lateral para o criativo holandês.

Momento Defensivo

Organização defensiva

Em organização defensiva a equipa estrutura-se num 4-1-4-1. Koopmeiners é o médio de cobertura, e De Wit e Midtsjo estão mais avançados. Os extremos defendem mediante as subidas dos laterais. Aqui vemos que Idrissi está mais recuado para acompanhar o lateral contrário, enquanto Stengs está na linha média atento à subida do respetivo lateral.

O AZ também pode defender com uma dupla de pivots constituída por Koopmeiners e Midtsjo. Assim conseguem dar uma maior cobertura à defesa. Neste exemplo vemos que Idrissi está subido e Stengs acompanha o lateral. Mesmo em organização defensiva, o AZ estrutura-se de forma a potenciar uma transição rápida. Caso a equipa recupere a bola, tem Idrissi aberto, De Wit como apoio central e ainda Boadu como referência ofensiva.

Pressão

O AZ pretende aplicar uma pressão alta, de forma a limitar o tempo e, consequentemente, a qualidade de decisão do adversário. Uma forma de fazer isto é criando superioridade na lateral, visível neste exemplo. Os jogadores envolvidos neste caso são o defesa esquerdo, os dois médios Koopmeiners e Midtsjo (cobertura defensiva) e o defesa central esquerdo.

Para condicionar a saída do adversário, o AZ pode pressionar com igualdade numérica. Vemos aqui uma situação de 3v3, em que o portador da bola para além de estar pressionado, tem as linhas de passe marcadas.

A reação à perda da equipa é muito eficaz. Quando há a perda da posse de bola, ou muda o portador da mesma, caem sempre 2/3 homens a pressionar o adversário. Diminuindo o tempo de reação, diminui também a qualidade de execução.

Variantes defensivas

Quando a equipa defende com uma dupla de pivots (Koopmeiners e Midtsjo), estes podem-se juntar à defesa e formar uma linha de 6. Com esta superioridade eliminam possíveis linhas de passe e aumentam a probabilidade de desarme. Neste exemplo fica ainda mais reforçado a questão do posicionamento para o contra-ataque. Repare-se que Stengs, De Wit e Idrissi estão mais avançados e bem posicionados para uma transição rápida: dois abertos e um apoio central.

Neste exemplo vemos que tanto a linha defensiva como a linha média marcam o adversário de forma a condicionar a linha de passe. Seja através de uma pressão alta (como vemos no rodeado), seja através do posicionamento (caso de Idrissi e Stengs, por exemplo). Neste caso, o adversário, consequentemente, vê-se forçado a jogar para trás.

Destaques

O AZ Alkmaar é uma equipa bem trabalhada, que se destaca pela coletividade, mas também por qualidade individual. As escolhas poderiam ser várias, mas os meus três destaques são Calvin Stengs, Myron Boadu e Teun Koopmeiners.

Calvin Stengs

Calvin Stengs é a maior estrela da equipa. Joga como extremo direito, mas procura frequentemente terrenos interiores para favorecer o seu pé esquerdo. Gosta de jogar de frente para a baliza, em zonas onde tem mais influência, seja para definir a jogada ou rematar à baliza.

É um criativo de excelência. Tem uma enorme qualidade de passe, boa visão de jogo, e é rápido a executar no momento de definir a jogada. Tem um drible curto e um controlo de bola muito bons. Para além disto, é um jogador que combina muito bem com o avançado Boadu. Entende as movimentações do colega e com a qualidade de passe que possui coloca-lhe a bola na perfeição.

Stengs é um nome a ter em conta e duvido que na próxima temporada fique em Alkmaar. Já foi convocado e titular na seleção A da Holanda, e é um jogador com características únicas que encaixariam com facilidade em muitas equipas de topo.

Myron Boadu

Aos 18 anos Myron Boadu (já referido no nosso site) está a surpreender muita gente. Em 23 jogos já marcou 15 golos e assistiu 11, números surpreendentes para um avançado. Com 1,83m tem capacidade para ganhar duelos aéreos, mas também é um avançado muito móvel. É frequente vê-lo em zonas mais laterais para fugir de marcação.

As suas movimentações são muito boas. Boadu ataca muito bem o espaço, joga bem a explorar a profundidade, e tem a perceção de posicionar-se de forma a conseguir utilizar a sua velocidade para ultrapassar os defesas.

Tem técnica, facilidade em receber de costas para a baliza porque roda bem sobre si mesmo, e finaliza com muita frieza. Se continuar com exibições de qualidade, e a marcar como tem marcado, será muito difícil para o AZ segurar este “menino” no mercado de verão. Tem muita qualidade e características muito interessantes para um avançado, e com apenas 18 anos tem uma margem de progressão enorme.

Teun Koopmeiners

Já mencionei anteriormente, mas volto a fazê-lo: o sentido posicional e inteligência tática de Koopmeiners são de admirar. O médio joga na posição 6, e está sempre alerta para quando recuar junto dos centrais, quando ser apoio frontal na primeira fase de construção, e quando cobrir o meio campo com a subida do 8 ou de um central.

Aos 21 anos já é capitão de equipa e com mérito, comanda o posicionamento defensivo e ofensivo dos colegas. É o verdadeiro motor do meio campo do AZ, que organiza todo o jogo dos holandeses a partir de zonas recuadas.

É um médio com elevada qualidade e técnica de passe, tem um bom remate de longe e possui uma boa capacidade de desarme. Juntando estas características às restantes destacadas, temos em Koopmeiners um médio completo que promete ser dos nomes mais referidos no futuro.



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