Provavelmente a final da Liga dos Campeões mais famosa: a final de Istambul, onde o Liverpool regressou às conquistas europeias após uma reviravolta histórica frente ao A.C.Milan.
De cada lado, dois elencos com muita categoria, mas com o favorito AC Milan que contava com quase uma dezena de lendas do futebol mundial e com o melhor futebolista do Mundo na altura: Ricardo Kaká. Experiência na defesa,classe no meio-campo e dois avançados mortíferos na frente.
No campo, as equipas não surpreendiam. Milan de Ancelotti em 4-4-2 losango, com Pirlo a ser o principal construtor de jogo, enquanto que Kaká era o homem que liderava o ataque da equipa, tentando servir Crespo e Shevchenko com os seus movimentos de fora para dentro.
O Liverpool contava com uma defesa sólida e forte fisicamente, enquanto que no meio-campo, Gerrard, Xabi Alonso e Luís Garcia eram os motores da máquina de Benitez. Riise era um elemento importantíssimo nesta equipa, que na frente tinha Baros, revelação do Euro 2004.
O favoritismo do Milan tornou-se ainda maior após o primeiro minuto: na sequência de um livre de Andrea Pirlo, o capitão Maldini finaliza de cabeça para o primeiro golo da final.
Apesar do golo madrugador, era o Milan quem dominava a primeira parte. No seu losango com Kaká no vértice superior, os italianos condicionavam muito o Liverpool e superiorizavam-se com bola, sempre a procurar Kaká, explorando o espaço entre as linhas do Liverpool.
Com bola, o Liverpool teve muitas dificuldades com bola frente a um Milan experiente e confortável com a vantagem madrugadora. Poucas opções de passe, o meio-campo muito reservado ofensivamente e com muitas perdas de bola.
Quando se juntaram a falta de opções do Liverpool e a criatividade de Ricardo Kaká, o Milan esteve sempre mais perto de chegar ao golo, como é exemplo esta jogada, onde teve um golo anulado por fora de jogo após uma transição fantástica de Kaká e Shevchenko.
Aos 40′ a fórmula deste contra-ataque repetiu-se minutos depois, onde o Milan aumentou a vantagem para 2-0. Bola para Kaká no seu espaço entre linhas, o brasileiro acelera até fixar a defesa e solta no momento perfeito para Shevchenko, que serviu Crespo para o golo.
Como uma desgraça nunca vem só, ainda na primeira parte o Milan chega ao terceiro, através de uma fórmula bem conhecida: contra-ataque, magia de Kaká e frieza de Crespo. Uma assistência de outro mundo do brasileiro.
Vantagem de 3-0 dos italianos, num jogo que estava teoricamente resolvido e apenas um milagre podia salvar os homens de Benitez. O espanhol mexeu na equipa ao intervalo, Gerrard tratou do discurso motivacional, e tudo mudou na segunda parte.
Com a lesão de Kewell na 1ª parte e a entrada do gigante Hamman ao intervalo, o Liverpool passou a atacar num 3-4-2-1, com Gerrard finalmente mais avançado, juntando-se a Luis Garcia atrás de Milan Baros. Atrás, Carragher, Hyypia e Traoré formavam a linha de 3 defesas.
As mudanças foram evidentes desde o início: mais opções com bola, mais jogo interior e o Milan viu-se forçado a recuar desde o começo. Esta jogada nos primeiros minutos da 2a parte mostra algo que nunca aconteceu nos primeiros 45′: mobilidade e capacidade com bola dos ingleses.
A mudança foi tão drástica que o impossível chegou em apenas 15 minutos da segunda parte. Foram 3 golos em 7 minutos e aos 60′ o resultado era 3-3. Gerrard, Smicer e Xabi Alonso fizeram os golos desta recuperação histórica e que tornou este jogo memorável para todos nós.
Apesar dos 3 golos, houve um herói improvável: Jerszey Dudek. Questionado por muitos adeptos e jornalistas, o polaco teve uma exibição memorável, e ainda antes do primeiro golo dos Reds fez uma defesa fantástica e decisiva para o resultado final.
O jogo ficou empatado nos 90 minutos, e também no prolongamento, muito devido a uma das defesas mais emblemáticas em finais da Liga dos Campeões: já no prolongamento, Dudek tornou-se o pior pesadelo (mas não o último) de Shevchenko e fez uma dupla defesa de alto nível.
Nos penalties, Dudek voltou a brilhar, e o milagre completou-se: o Liverpool de Benitez foi capaz de uma reviravolta incrível, conquistando a 5ª Champions para os Reds. Em baixo, a ousadia e capacidade de superação de Dudek, que até hoje deve dar pesadelos a Shevchenko.
Uma final histórica, emotiva, mas também com muita tática e dedo dos treinadores por trás desta partida memorável. Num ano em que a final da Champions regressa a Istambul, iremos rezar a todos os deuses do futebol para mais um jogo deste nível.
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