O Derby Lisboeta revestia-se de uma importância capital, uma vez que uma derrota para qualquer um dos lados poderia colocar em causa a luta pelo título para qualquer um dos lados. Aliado a isso, uma vitória conjugada com uma difícil deslocação do outro rival Futebol Clube do Porto a Guimarães na mesma jornada (que viria a confirmar-se com um empate a zero), poderia ser o relançar para uma luta pela disputa da principal prova nacional. O Benfica acabaria por vencer na casa do rival por 2-4, num clássico com muita emoção e golos!
A primeira grande dúvida que se colocava antes do início da partida, seria que Sporting apareceria em Alvalade, tendo em consideração os últimos clássicos disputados frente ao FC Porto: Seria mais próximo do que fez na final da Taça da Liga, a pressionar agressivo, com linhas bem subidas tentando condicionar o adversário e impor o seu jogo? Ou antes, um “leão” mais parecido com o jogo para o campeonato em Alvalade, num bloco mais baixo, compacto, procurando manter um certo rigor posicional e boa organização defensiva?
Pois bem, a estratégia recairia sobre a primeira opção, com um Sporting a querer disputar o jogo de igual para igual com os eternos rivais, procurando realizar uma pressão alta, com uma defesa bem subida no terreno. Conseguiria numa fase inicial de jogo, realizar uma pressão agressiva sobre o portador da bola, sobretudo sobre os dois médios centro Samaris e Gabriel, recuperando várias bolas no meio campo rival, condicionando a sua 1ª fase de construção de jogo e dificultando as suas ligações meio campo-ataque.
A equipa da casa, manteve o seu tradicional esquema tático 4-3-3, perante um Benfica a evoluir num 4-4-2. Interessante verificar-se que do ponto de vista teórico, poderia existir uma possível vantagem numérica leonina a meio campo (3 médios vs 2 médios). No plano prático tal não se verificou, antes pelo contrário, conseguem ser os encarnados em organização ofensiva, a conseguir superioridades numéricas no centro do terreno, muito devido aos movimentos interiores de Pizzi e Rafa, a atuar muito por espaços interiores, quase que formando um quadrado composto por Samaris e Gabriel / Rafa e Pizzi e/ou João Félix, perante o tridente de médios dos leoninos (3×4).
Estes movimentos interiores também provocaram o “prender” do lateral Bruno Gaspar a posições mais centrais, sempre muito preocupado com a marcação ao desequilibrador e veloz Rafa, deixando o corredor lateral completamente exposto às subidas de Grimaldo sem oposição ou desmarcações de Seferovic que aparecia de surpresa no corredor, criando vários desequilíbrios e conseguindo tirar cruzamentos perigosos para a área Sportinguista. Isto perante a incapacidade dos extremos dos da casa, em prestar as devidas compensações defensivas aos seus laterais.
Muitas dificuldades sentidas ainda, na organização defensiva do Sporting, sobretudo no que respeita às marcações dentro da área e fora da área, com diversas falhas de marcação por parte dos centrais, permitindo que adversários pudessem desmarcar-se e finalizar com relativa facilidade, como é exemplo o golo do ponta de lança suíço Seferovic.
Ainda foi perceptível, a lentidão demonstrada pela dupla de centrais André Pinto e Coates numa linha defensiva alta, o que foi estrategicamente muito bem explorada pelo técnico contrário, ao incentivar que fossem realizados vários passes de rutura e consequentes demarcações nas costas de ambos, isolando por diversas vezes atacantes benfiquistas na cara do guarda-redes Renan.
Perante tantas dificuldades defensivas, o Sporting foi perdendo a capacidade para continuar a pressionar alto e manter as suas linhas subidas, deixando de pressionar de forma agressiva e eficaz o portador da bola, permitindo que o adversário conseguisse construir, pensar e executar jogadas sem grande oposição, o que levou a que consequentemente fosse recuando cada vez mais no relvado.
Na 2ª parte, o treinador holandês Marcel Keizer, decide substituir o experiente Nani pelo veloz Diaby tentando que o maliano ocupasse uma posição híbrida no terreno de jogo, partindo da posição de extremo esquerdo, mas que fosse capaz de com a sua movimentação, ocupar zonas mais centrais, juntando-se ao desamparado Bas Dost, formando uma dupla de avançados sempre que a equipa se encontrava em organização ofensiva.
Agora com uma maior presença em zonas de finalização, procurou que a sua equipa fosse capaz de colocar o esférico mais vezes em zonas de finalização, algo que no primeiro tempo não foi capaz de o fazer, através de um maior número de cruzamentos tirados para a área adversária. Ainda de mencionar neste capítulo, a movimentação do gigante ponta da lança holandês dentro de área que sentindo dificuldades para finalizar com a marcação apertada dos centrais encarnados no primeiro tempo, optou por aparecer mais vezes ao 2º poste em momentos de finalização, procurando assim explorar os laterais Grimaldo e André Almeida.
O treinador Bruno Lage, faz também ele uma leitura acertada do jogo, procurando que a sua equipa baixasse um pouco mais as linhas em relação ao 1º tempo, optando por uma pressão média, mas sempre muito agressiva sobre o portador da bola. Este posicionamento visava sobretudo, conseguir obter maiores espaços livres na frente, para poder depois explorar o contra-ataque e velocidade dos seus homens mais ofensivos, mantendo sempre uma boa organização defensiva, linhas juntas e compactas atrás, aproveitando o que haveria de ser o natural arriscar e adiantar de linhas por parte do adversário, na tentativa de chegar ao golo.
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