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A CAN 2017 teve lugar no Gabão, entre 14 de Janeiro a 5 de Fevereiro. Na pátria de Pierre Emerick Aubameyang, verificaram-se excelentes jogos de futebol, aliando a perícia, a habilidade, a ginga do futebolista Africano, com a organização de jogo que os vários treinadores Europeus procuram incutir nas suas seleções. Se à partida seleções como a Costa do Marfim, Argélia, Gabão ou o Senegal eram vistos como os favoritos à conquista desta competição, no final verificou-se uma total surpresa, com a vitória do outsider Camarões por 2-1 contra a seleção do Egito.  

Nas últimas 5 competições nunca o vencedor foi o mesmo, o que faz deste torneio um acontecimento repleto de grandes momentos de suspense e sempre muito interessante de seguir.

E para quem gosta de incertezas, o jogo da final não deixou os créditos da CAN em mãos alheias. Ao golo inaugural do Egito, respondeu a seleção dos Camarões com uma remontada na 2ª parte. Nicolas N´Koulou, defesa central do Lyon e que entrou aos 32´para o lugar do lesionado Adolphe Teikeu, fez o 1-1 na sequência de uma jogada de insistência após a marcação de um pontapé de canto. Aos 87´surge o segundo golo, através do nosso bem conhecido Vincent Aboubakar, que após o passe longo do seu colega Nicolas N´Koulou, realiza um trabalho individual de grande capacidade técnica, passando a bola por cima do defesa do Egito, finalizando com um remate acrobático, batendo desta forma o experiente guarda redes El Hadary.

Ganhou, na nossa opinião, a equipa que melhor futebol produziu durante os 93 minutos desta final. Ao futebol defensivo do Egito, responderam os Camarões com uma capacidade de circulação, que até então não se tinha verificado.

As saídas de bola foram quase sempre curtas, nunca optando pelo passe longo do guarda redes. Com os seus dois laterais bem projetados a dar largura e profundidade, foram os movimentos interiores dos extremos, e o jogo entre linhas de Zoua, que criaram imensas dificuldades na organização defensiva adversária. Só se consegue combater um bloco baixo, como o do Egito, com a colocação organizada dos jogadores em campo, procurando criar pequenas superioridades numéricas e posicionais, com o objectivo de fazer deslizar o bloco defensivo adversário, algo que os Camarões conseguiram fazer.

O Egito, apesar do seu bloco baixo, permitiu em inúmeras ocasiões que a compactação fosse quebrada por falta de ligação com os seus dois extremos (dificuldades em fechar por dentro) e por algumas referências individuais.

Nas saídas de bola, a opção passou quase sempre pela bola longa do guarda-redes e pelo passe longo da defesa diretamente para um dos 3 avançados da equipa. A preocupação foi a de manter um bloco compacto de 6 jogadores, mesmo em organização ofensiva, com os seus dois laterais a terem pouca liberdade atacante.

A ideia de jogo foi bem clara: recuperar e transitar aproveitando a velocidade e a capacidade técnica dos seus dois extremos.

 

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