Com historiais bem distintos, já que aos 7 títulos do Egito, o Burkina Faso contrapõe apenas com o 4º lugar de 1998 e o 2º lugar de 2013, o favoritismo pendia todo para o lado da equipa de Héctor Cúper. No entanto e apesar deste favoritismo, a seleção do Egito, optou por um futebol muito pouco profundo em termos de pressing defensivo, oferecendo ao seu adversário a iniciativa de jogo.
Clara opção por colocar o maior número de jogadores atrás da linha da bola, procurando manter o bloco defensivo sempre compacto. A saída de bola do guarda-redes adversário não é condicionada, permitindo que o adversário consiga trocar a bola sem oposição até que esta entre no seu meio campo defensivo. O método defensivo é claramente zonal, embora quando a bola se encontrava no corredor central foram aparecendo esporadicamente, marcações individuais que permitiam que o Burkina Faso construísse por dentro. As linhas de passe para o ponta de lança, não foram bloqueadas com muita eficácia, já que em várias ocasiões verificaram-se passes frontais desde os defesas centrais, quer em passe longo pelo ar, como junto ao relvado. Demonstraram uma boa capacidade para condicionar o jogo adversário para os corredores, onde eram exercidos constrangimentos de espaço e de tempo, que permitiram muitas recuperações da posse de bola.
A seleção do Egito surgiu nesta meia-final, sem ter concedido qualquer golo, fruto do pouco risco, que colocava na sua organização ofensiva. E tudo começava pela forma como colocavam a bola em jogo, nas reposições pelo seu guarda-redes. Poucas vezes passava por uma organização em forma de jogo curto, mas sim pelo lançamento longo para o meio campo adversário. Na passagem da 2ª fase de construção para as situações de finalização, o princípio passava por manter uma estrutura quase fixa de 6 jogadores + guarda-redes atrás da linha da bola.
Laterais muito pouco dados à profundidade, tinham como princípio de jogo manter essa estrutura fixa que falámos anteriormente. O apoio era preferencialmente dado por trás dos extremos, como uma solução para a saída da pressão adversária.
Com o posicionamento do bloco baixo, por parte da seleção do Egito, a seleção do Burkina Faso, conseguiu construir desde o seu guarda-redes sem grande oposição, no entanto nesta 1ª fase do jogo ofensivo, verificámos a pouca profundidade que os laterais davam ao jogo. Em consequência desta falta de profundidade dos laterais, os defesas centrais posicionavam-se dentro do corredor central, não existindo a necessidade de um dos médios recuar, para fazer a ligação. Os extremos, nesta fase do jogo mantinham-se bem abertos no corredor e o ponta de lança entre os centrais adversários. O objectivo era claro, obrigar a defesa do Egito a deslizar de um lado para o outro. No meio campo, reside a força desta equipa liderada por Paulo Duarte. Um trio sempre disponível para ter a bola e dar soluções a quem a tem. Um posicionamento em campo em função dos colegas, já que era observável que sempre que um dos jogadores se movimentava, os colegas reajustavam o seu posicionamento para manter o triângulo. Da 2ª fase de construção para a 3ª fase, o jogo mudava por completo. Extremos muito por dentro, procurando os espaços vazios entre os sectores do Egito, e os laterais apareciam a dar largura e profundidade, nomeadamente o lateral esquerdo 20|Coulibaly.
Em organização defensiva verificámos uma linha de 4 a defender à zona, com um posicionamento em função da bola e dos companheiros, no entanto esse referencial de marcação não era extensivo a toda a equipa. O jogador mais desequilibrador do Egipto (19|Elsaid), foi alvo, em várias situações de uma marcação individual, principalmente quando a equipa se encontrava a defender no seu meio campo. Os extremos mantinham-se demasiado abertos, o que permitia que o seleção do Egito, usufruísse de muito espaço no corredor central, para fazer variar o centro do jogo. Apenas um posicionamento demasiado conservador, não lhes permitiu aproveitar todo um espaço entre linhas e entre sectores, da seleção do Burkina.
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